10 razões pelas quais Leonardo Da Vinci é superestimado

Por , em 7.06.2016

Para muitos, Leonardo Da Vinci é basicamente o único cara que fez qualquer coisa durante o Renascimento.

Claro, ele foi certamente mais talentoso do que a maioria de nós, mas a verdade é que havia praticantes muito superiores em cada área pela qual Leonardo se interessou. A época foi tão recheada de gênios que, se você andasse em qualquer rua da Itália no século 16, poderia passar por um ou dois fulanos que realizaram proezas mais duradouras do que o queridinho Léo.

10. Suas habilidades de pintura não eram das melhores

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Mesmo se você aceitar que a Mona Lisa é a melhor pintura de todos os tempos, principalmente porque isso é o que sempre nos foi dito, ela é praticamente parecida com qualquer outro retrato padrão comissionado na época, exceto que seu olhar é mais misterioso.

Ok. Não vamos subestimar a técnica inovadora que Da Vinci aplicou neste quadro. Mas e o resto? A maioria das pinturas de Leonardo são outros retratos menos misteriosos e cenas religiosas. Em poucas décadas, homens como Ticiano e Rafael produziram obras muito além das entediantes de Leonardo.

Também pode-se argumentar que Caravaggio, que pintou muitos dos mesmos temas que Da Vinci, fez melhores peças, menos convencionais.

Outra pintura famosa de Léo, A Última Ceia, independentemente do estilo, tem uma grande falha. O afresco começou a se desmanchar enquanto Leonardo ainda vivia, devido à sua própria falta de conhecimento de como aplicar corretamente a pintura especial que preparou. Haviam outros mestres com habilidades melhores naquela época.

9. Em uma disputa com Michelangelo, ele perdeu feio

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Em uma competição com Michelangelo para decorar paredes do Palazzo Vecchio em Florença, no que deveria ter sido o espetáculo de arte mais emocionante da história, Da Vinci falhou monumentalmente.

Ele erroneamente tentou aplicar uma tinta a óleo em uma parede despreparada. As cores de sua pintura, a Batalha de Anghiari, se esmoreceram por causa de uma tempestade que deixou o ar úmido, um erro que lhe causou muita frustração.

De qualquer forma, o concurso terminou antes mesmo de ficar interessante. Ambos os artistas deixaram suas pinturas inacabadas. Mas Michelangelo emergiu mais triunfante, com certeza, não só por não ter cometido erros grotescos em sua Batalha de Cascina, mas também por ter sido arrebatado por um Papa muito impressionado.

8. Suas invenções mais famosas não eram originais

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Da Vinci tem várias invenções famosas, como o “helicóptero”. No entanto, o renascentista fez o desenho baseado no design de um brinquedo, sem entender muito sobre as forças que o faziam girar.

Logo, seu helicóptero não funciona. Nunca poderia voar. Isso parece indicar que Da Vinci não compreendia de fato a aerodinâmica, a física de propulsão etc.

Além disso, ele recebe crédito por uma grande quantidade de máquinas e projetos inovadores dos quais pode não ter sido o primeiro a idealizá-los. Por exemplo, a asa delta. Outros dois caras – um monge inglês e um polímata muçulmano chamado Abbas ibn Firnas – projetaram e testaram asas deltas com sucesso variável antes de Léo.

7. Ele era um escultor medíocre

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Leonardo fez algumas coisas incríveis quando era vivo, mas esculturas não entram nessa lista. Não que ele não tenha tentado fazer nenhuma. Pelo menos, resta um modelo de uma estátua de cavalo de bronze, com um suporte de metal estranho para aguentar o peso enorme do cavalo (algo que não seria necessário se o “gênio” soubesse equilibrar esse peso corretamente).

Comparado a alguém como Gian Lorenzo Bernini, fica claro que Da Vinci não era um bom escultor. O Rapto de Proserpina é tão detalhista que quase esquecemos da mitologia grega bizarra retratada na peça.

Já o que deveria ser a estátua de cavalo gigante de Leonardo, por outro lado, nunca se tornou realidade. Encomendada pelo Duque de Milão, Ludovico Sforza, Da Vinci nunca chegou mais longe do que a fase de prancheta. O cavalo acabou simbolizando a reputação de Leonardo como um artista que nunca terminava nada. Quando ele voltou para sua cidade natal, Florença, o jovem Michelangelo estava esperando para insultá-lo como a fraude que tinha prometido fazer um grande cavalo de bronze, mas desistiu em vergonha.

6. Suas invenções não funcionavam

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Da Vinci tinha muitas ideias, mas eram só isso mesmo. A maioria das suas invenções não foram construídas porque não eram nem práticas nem necessárias. Muitas foram abandonadas nos estágios iniciais.

Logo, será que ele pode mesmo ser chamado de inventor, quando raramente produziu protótipos viáveis de suas ideias? Já houve tentativas de trazer à vida algumas de suas criações, como o soldado robótico, mas descobriu-se que a engenhoca só funciona quando engenheiros modernos acrescentam partes e concertam certas características. Além disso, alguns de seus trabalhos são meramente conceituais, como a máquina de movimento perpétuo, que os físicos sabem desde o século 18 que não pode existir.

Enquanto Leonardo de fato teve sucesso em alguns pontos, pode ter gastado energia onde não precisava. Ele inventou um paraquedas 400 anos antes de termos um uso lógico para ele, mas desistiu de seu projeto de bala cônica (o tipo usado hoje), apesar de trabalhar para déspotas que lutavam guerras e poderiam aproveitar muito tal invenção.

5. Ele pode ter copiado seus cadernos lendários de outros

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Da Vinci manteve cadernos interessantes, recheados de anotações que hoje idolatramos. Mas estudiosos agora admitem que esses cadernos podem ser cópias de outros.

Por exemplo, duas figuras-chave são Mariano di Iacopo, conhecido como Taccola (1382-1458?) e Francesco di Giorgio (1439-1502). Ambos influenciaram Leonardo, cujos muitos desenhos são cópias detalhadas dos desenhos de outros.

Além disso, seu “raio da morte” óptico foi emprestado de Arquimedes. E há alguma especulação de que algumas das suas invenções se originaram de desenhos de origem chinesa, o que até faz sentido, considerando os chineses inventaram coisas incríveis como a prensa, canhões, foguetes, rifles etc.

4. Ele não era um engenheiro civil respeitado

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Há quem diga que Da Vinci foi um grande engenheiro civil, mas isso não é verdade, visto que ele não conseguia contratos nem entregava qualquer coisa que prometia. Por exemplo, ele fez uma proposta de ponte que não foi construída, um esquema louco para reverter o fluxo de um rio que falhou miseravelmente quando o seu plano de contingência com barragens desmoronou em uma tempestade. Além disso, alguns outros projetos locais em Veneza, incluindo um dique, foram rejeitados por serem muito caros.

No geral, seus projetos grandiosos eram muito fantásticos ou complicados para serem praticamente implementados, e eram sempre muito custosos.

3. Ele não passou seus conhecimentos anatômicos

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Dissecações de cadáveres foram banidas como uma prática imoral pelas autoridades da Igreja, portanto os desenhos anatômicos de Leonardo parecem ainda mais importantes quando os consideramos em perspectiva hoje.

Mas talvez não sejam – seus contemporâneos como Michelangelo, Durer, Amusco e Vesalius também realizaram dissecções, sendo que alguns trabalhos podem ser considerados cientificamente mais importantes do que o de Léo por terem de fato sido transmitidos para expandir os limites do conhecimento humano.

Enquanto Da Vinci tomou precauções extremas para evitar que qualquer pessoa usasse as coisas que ele aprendeu, chegando a escrever suas notas de trás para frente, outros como Charles Estienne compartilharam suas descobertas. Estienne escreveu uma série detalhada sobre o corpo humano, representando os órgãos internos, músculos, artérias e veias para uso acadêmico, enquanto as notas de Léo foram mantidas em segredo durante séculos. Logo, não foram relevantes.

2. Ele não criou nenhuma fórmula, não fez nenhuma descoberta e nem sequer deixou uma hipótese ou tese filosófica para a posteridade

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Ainda que você considere Leonardo um grande artista, apesar de seus erros em pinturas e esculturas, como cientista ou inventor ele não fez nada de importante, novo ou duradouro no que se trata de química, medicina, sociologia, astronomia, matemática ou física, como se poderia pensar para um indivíduo de seu nível de estrelato.

Ele não tem nenhum tratado, teses, conceitos, equações, técnicas ou teorias inovadoras surpreendentes para chamar de seus, como Newton ou Francis Bacon. Ele chegou a ter um palpite de que o Grande Dilúvio da Bíblia provavelmente não aconteceu com base em suas observações de formações rochosas naturais, mas convenientemente guardou essa informação para si em vez de usá-la para questionar o status quo.

Claro, Léo era hábil, tinha uma compreensão básica do corpo humano e possuía um ceticismo saudável, mas chamá-lo de “gênio” parece injustificado em relação ao panteão de grandes mentes esquecidas como Gilbert, Fibonacci, Brahe e Mercator, para não mencionar antigos gregos e muçulmanos medievais que tiveram uma influência muito mais duradoura na ciência.

1. Ele não era um bom exemplo de pessoa

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Em comparação com Leonardo, outros foram mais capazes de concretizar as suas ideias sob a mesma pressão social e limitações.

Da Vinci teve os melhores professores e patronos. Seu ex-superintendente, Filippo Brunelleschi, era um mestre ourives que também se envolveu com arquitetura e engenharia civil. É aí que as semelhanças entre os dois terminam. Encarregado de completar a cúpula do Duomo de Florença, sem dúvida o edifício mais reconhecível do período, Brunelleschi teve sucesso onde todos os outros arquitetos falharam por décadas. Não só conseguiu tirar seu arquirrival da jogada, como construiu guindastes espantosamente modernos necessários para completar o projeto sem precedentes. Suas inovações brilhantes permanecem marcos arquitetônicos e culturais.

Outro exemplo de contemporâneo que foi além de Da Vinci é Bartolomeo Eustachi. Ao mesmo tempo em que o primeiro estava estudando suas dissecações, o segundo estava ensinando e escrevendo livros sobre odontologia, rabiscando modelos do ouvido e criando diagramas muito mais anatomicamente precisos que parecem vindos de livros modernos até hoje. Há até mesmo uma parte do corpo humano nomeada em homenagem a Eustachi por seu esforço.

Lembremos ainda de Giordano Bruno, um erudito, poeta, matemático e místico mais lembrado por adivinhar com precisão que as estrelas são apenas outros sóis, e que logicamente devem ter os seus próprios planetas, sugerindo que a vida alienígena pode existir neles, como muitos astrofísicos modernos fazem agora. Ousando questionar o dogma religioso predominante, ele rejeitou os princípios que considerava não científicos e acabou sendo executado por isso.

Enquanto outros estavam colocando suas ideias em prática com maestria e morrendo por seu direito de questionar o poder em nome da ciência, Da Vinci estava fazendo desenhos impossíveis e trabalhando para déspotas senhoras da guerra e aristocratas. [Listverse]

46 comentários

  • Jorge Paulo:

    O texto é interessante, um novo ponto de vista sobre Leonardo, para refletir se ele realmente foi tudo que a história conta.

  • Leticia Bispo Silva:

    Achei essa matéria desnecessária,Leonardo da Vinci era um gênio sim,com certeza muito mais inteligente do que quem escreveu isso.

    • Cesar Grossmann:

      Ninguém pode tocar na vaca sagrada…

  • Rodrigo A Souza:

    Quem escreveu isto detesta Leonardo, e não tem 0,5% de suas habilidades para que tamanho desmerecimento tenha fundamento. #Recalque

    • Cesar Grossmann:

      Isso, vamos malhar quem pensa diferente…

  • Laucinélio Gomes de Resende:

    Sou um grande admirador de DA VINCi e achei a crítica muito destrutiva, pois sou lacto-vegetariano e aprendi muito com seu vegetarianismo

  • Pedro Trajano:

    Vi num documentario em que mostrava que numa das dissecaçoes ele fez a 1 descriçao da arteriosclerose, se guardou so pra si é mal caratismo.

    • Cesar Grossmann:

      Escreve “mau-caráter” ou “falta de caráter”, mas não é o caso, no tempo de Leonardo era costume fazer segredo de mutias descobertas, por diversas razões.

  • Pedro Trajano:

    Leonardo era um generalista, curioso, e visionario, mas tbm acho que tem bastante ”mito” em cima dele.
    A contece é que ele virou pop…

    • Cesar Grossmann:

      Acho que se usa o termo “polímata”, um sujeito que domina vários campos do conhecimento humano. E ele realmente virou pop… (>_<)

  • Lucas Carinhato:

    Como tantos podem ser tão cabeça fechada, tentam impor o que acham sobre qq coisa sem provas! Ótimo artigo! contra fatos não há argumentos.

  • Deto Clark:

    Discutir a genialidade e de uma personalidade brilhante,na visao critica destrutiva de pessoas mediocres …perda de tampo. Artigo infeliz.

    • Cesar Grossmann:

      Claro, Deto, o Leonardo está acima de críticas, é praticamente um deus na terra. #SQN

    • Pedro Trajano:

      acho que seu conceito de mediocre esta confuso… mediocre= pessoa que é mediana no que se propoe a fazer, que não se destaca = leonardo

  • Margarida Cardoso:

    Algumas ideias que ele tinha não funcionaram mas a partir das falhas conseguiram melhorar os equipamentos dele. Por ex ideias do submarino

  • Margarida Cardoso:

    A questão não é a grande inovaão que ele trouxe ao mundo mas sim um conjunto delas como o paraquedas, as engrenagens para o mergulho

    • Cesar Grossmann:

      Mas ele nunca fez o paraquedas que ele desenhou. Era só uma ideia que ele nunca levou adiante. Ele teve um monte de ideias, mas algumas nem mesmo podiam ser feitas.

    • Margarida Cardoso:

      Foi uma ideia que permitiu com que mais tarde alguem a melhorasse e construisse o paraquedas que temos hoje em dia e que e bastante util

    • Cesar Grossmann:

      Será que o inventor do para-quedas se inspirou nos desenhos de Leonardo?

    • Margarida Cardoso:

      E de qualquer das maneiras as ideias apesar de nao poderem ser realizadas na altura serviram de base para objetos por vezes cruciais de hoje

    • Cesar Grossmann:

      Por exemplo?

    • Margarida Cardoso:

      E ele pode de facto ter construido o paraquedas mas nao ter sido documentado, pois ele tinha noções bastante realistas sobre o projeto

    • Cesar Grossmann:

      Margarida, você está inventando…

    • Margarida Cardoso:

      Claro que o inventor do paraquedas se inspirou no de Leonardo já que ele tinha a base para desenvolver o projeto que precisava de melhorias

    • Cesar Grossmann:

      Você tem alguma prova disso que tu tá dizendo, Margarida?

    • Margarida Cardoso:

      E podemos dar o exemplo do planador que apesar de ser primitivo deu uma ideia de mecanismos que ajudariam o homem a voar posteriormente

    • Cesar Grossmann:

      Margarida, você continua fazendo afirmações sem provas…

  • Ian Oliveira:

    Ele é minha inspiração porem depois de tanto ler sobre ele, percebi sua pior falha: Deixava tudo pela metade. O texto foi certeiro nisso.

  • guilherme felix justa 12:

    Artigo interessante, mas extremamente crítico!!

  • Claudiomar Santos:

    Sem suas equipes de aprendizes não fariam o que assumiram como obras suas … Selecionavam e comercializavam obras onde apenas administravam

  • Claudiomar Santos:

    Admiro tua coragem em inovar sobre Da Vinci … Gostaria de lembrar à todos que estes ídolos, tinham equipes de aprendizes à trabalhar…

  • Claudiomar Santos:

    Cesar, ótima iniciativa de apontar exageros e falhas em um ídolo do passado… No caso de Da Vinci estas falhas são explícitas e gritantes.

  • Jefferson Borges:

    atah é so uma tradução de um site sem fonte. omg

    • Cesar Grossmann:

      Você precisa olhar com mais cuidado, tem várias fontes no artigo original. Um deles é o livro “Painting in the Renaissance”, por Una D’Elia. Mas tem mais.

  • Jefferson Borges:

    Porque só tem 140 caracteres disponiveis? Ta pior que essa critica sem fonte mano…. credo

    • Davi:

      tb comcordo, por que sò tem 140 caracteres diponives devia ter mais pois acaba muito rapido n acham e ja ta acabando nao da pa eita acabo

  • Melinda Garcia:

    Puxa digo eu, a ciência está aquém da arte, Ou vocês pensam que só os “cientista” tem inteligência? Uma vergonha este post!

    • Cesar Grossmann:

      Você supera isso, tem muita gente que ficou envergonhada de idolatrar o Leonardo e depois se recuperou.

  • Lissao:

    Infelizmente, uma das nossas maiores fraquezas, como espécie, é a nossa tendência para nos precipitarmos na construção de paradigmas que, depois, são defendidos a todo o custo.

  • Paulo Felix:

    Resumindo, era como um carro flex. Carro flex não é ótimo com gasolina e não é ótimo com álcool.

  • Marco Anconi:

    Sua abordagem sobre Leonardo Da Vinci é lastimável. Sinto ver alguém buscar os pontos fracos para justificar tantas linhas de absoluto nada.

    • Cesar Grossmann:

      Não dá para criticar o Leonardo? Nem um pouquinho? Ele está acima de qualquer crítica? Puxa…

    • Claudiomar Santos:

      LInhas de absoluto nada… ??? São linhas que acrescentam uma visão melhor de alguem que foi idolatrado por deslumbrados … Choca mas …

    • Margarida Cardoso:

      Leonardo da Vinci era um génio inovador nos séculos XV e XVI e este artigo é completamente lastimável

    • Cesar Grossmann:

      Margarida, qual a inovação que ele trouxe ao mundo?

    • Jack Watson:

      Ele mostrou para as pessoas princípios básicos de geometria e como a luz funciona, inspirando e/ou influenciando, fazendo com que diversas pessoas atuem na área e se interessem pelo assunto. Isso é um bom exemplo de inovação, meu caro senhor.

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