10 tumbas antigas com artefatos ou fatos curiosos
Túmulos antigos são interessantes porque podem iluminar pedaços da nossa história ao nos mostrar como povos ancestrais viviam e o que usavam.
Os mais raros, porém, frequentemente indicam quão pouco sabemos sobre essa história e, como é difícil completar o quebra-cabeça. Confira:
10. Tumba de Sohag
Uma tumba de 2.000 anos localizada perto da cidade de Sohag, no Egito, foi descoberta e saqueada por ladrões ano passado. Colorida, era cheia de pinturas detalhadas de procissões funerais e trabalhos rurais.
Existem teorias sobre os habitantes do túmulo, mas estas são confusas. Por exemplo, poderia se tratar de um casal, sendo que o homem era um funcionário de alto escalão chamado Tutu.
As duas múmias encontradas, porém, pertencem a uma mulher de 35 a 50 anos e a um garoto de 12 a 14 anos. Além disso, haviam vários animais mumificados em volta da dupla, como gatos, pássaros e mais de 50 ratos.
9. Túmulo de casal em Rakhigarhi
Em 2016, pesquisadores escavaram o cemitério de Rakhigarhi em Haryana, na Índia. Na época, o local pertencia a uma antiga cidade chamada Mohenjo Daro, parte da civilização do Vale do Indo.
Enquanto haviam cerca de 70 túmulos espalhados ao redor, uma tumba rasa com 4.500 anos de idade chamava a atenção em especial. Um homem com cerca de 35 anos e uma mulher de 25 anos estavam enterrados ali, de frente um para o outro, o que sugere que eram um casal.
Ambos pareciam estar no auge de sua forma física, em boa saúde, e não havia quaisquer sinais de doenças ou ferimentos de guerra em seus esqueletos. Além disso, morreram com pouco tempo de diferença um do outro. De qualquer forma, alguém decidiu sepultá-los juntos.
8. Túmulo do capitão Matthew Flinders
O capitão e explorador inglês Matthew Flinder – uma de suas conquistas foi ter navegado em torno da Austrália e ajudado a definir a massa do continente – morreu cedo, com 40 anos de idade. Ele foi enterrado junto a outras 40.000 pessoas em um cemitério próximo à Euston Station, em Londres.
Em 1849, a ferrovia se expandiu e o túmulo se perdeu. Devido à quantidade de gente enterrada na área, a maioria duvidou que seus remanescentes fossem reencontrados um dia.
Em 2019, no entanto, a extensão da ferrovia de altas velocidade alcançou o local de descanso final de Flinders, e os arqueólogos resolveram trabalhar junto com os construtores a fim de manter um olho nas possíveis descobertas. Um túmulo com placa de chumbo foi capaz de evitar a deterioração do esqueleto dentro dele, e os pesquisadores identificaram Matthew Flinders com sucesso.
7. Túmulo do colar de pássaros na Sibéria
Na região de Novosibirsk, na Sibéria, pesquisadores encontraram um túmulo da Idade do Bronze muito estranho: dentro da tumba de 5.000 anos havia um homem usando um colar cheio de bicos e crânios de pássaros. Haviam cerca de 50 ao todo.
Ninguém sabe para que servia o colar – se era enfeite ou uma espécie de proteção, por exemplo.
Em tumbas próximas, haviam duas crianças que morreram com menos de 10 anos e um homem enterrado com uma máscara de bronze.
Esses adereços – o colar e a máscara – podem indicar que os indivíduos eram xamãs.
6. Tumbas de um massacre familiar na Polônia
Em 2011, pesquisadores escavaram diversas tumbas da Idade do Bronze na vila polonesa de Koszyce – 15 adultos e crianças com as cabeças esmagadas.
Os esqueletos se tratavam em sua maioria de mulheres, ou homens muito novos e idosos. Uma análise de DNA mostrou que eram todos parentes, e que faltavam os pais – provavelmente homens no auge do físico que não estavam por perto quando todas as suas famílias foram massacradas.
Quem quer que os tenha enterrado, sabia como todos os indivíduos eram relacionados. O motivo do massacre nunca será conhecido, mas os cientistas desconfiam que pode ter sido um conflito cultural: 5.000 anos atrás, na região, o povo da cultura das ânforas globulares se desentendia com o povo da cultura da cerâmica cordada.
5. Tumbas de Catalhoyuk
A cidade de Catalhoyuk, na Turquia, foi uma das primeiras do mundo a se formar. No seu auge de ocupação, que durou cerca de mil anos (7100 aC a 5950 aC), aproximadamente 8.000 pessoas se reuniam em casas tão grudadas uma na outra que as pessoas às vezes tinham que escalar terraços para chegar na sua.
Em 2019, arqueólogos descobriram que essas condições precárias de vida eram fatores de risco para doenças e violência. Durante 25 anos de estudo em 742 indivíduos e 32 acres de terra, eles concluíram que as mortes foram ficando mais cruéis conforme a população aumentava, com mulheres tendo mais fraturas e seus crânios fortemente batidos e esmagados, por exemplo.
Os pesquisadores teorizam que a mudança de vida para essas cidades agrícolas e superlotadas pode ter irritado um pouco os ânimos das pessoas.
4. Ossuário de Sedlec
O Ossuário de Sedlec é uma capela católica que remonta a cerca de 1400 dC e fica localizada abaixo da Igreja e Cemitério de Todos os Santos em Sedlec, na República Checa. Estima-se que contenha até 70.000 esqueletos, a maioria dos quais arranjados de forma a decorar o local.
Em 2017, trabalhos de reparação fizeram com que arqueólogos descobrissem 30 valas comuns com 1.500 esqueletos debaixo da capela, um recorde para esse período da Idade Média e o maior túmulo da Europa.
Esses esqueletos eram mais antigos do que a capela. Alguns datavam de 1318, ano em que a fome devastou a região. Outros datavam de 1348 a 1350, o auge da Peste Negra. Os sinais sugerem que as pessoas foram enterradas às pressas, sem lápides, provavelmente por medo de infecção ou pelas condições tumultuadas do desastre. Por esse motivo, é provável que os construtores do Ossuário de Sedlec não soubessem que valas comuns estavam lá.
3. Túmulos em barcos
Em 2019, arqueólogos fizeram uma descoberta rara e inesperada em Uppsala, na Suécia: dois barcos que haviam servido como túmulos.
Enterros em barcos eram comuns e reservados a classes altas em 550 a 1050 na região. É muito difícil recuperá-los – apenas cerca de 10 desses túmulos já foram encontrados até hoje, alguns em péssimas condições.
Neste caso, porém, um dos barcos estava intacto. Havia o esqueleto de um homem na popa, e os de um cavalo e um cachorro na proa. O outro barco estava bastante destruído. Ainda assim, o achado é considerado valioso.
2. Túmulos de filisteus
Em 2019, historiadores tentaram descobrir as origens de um grupo misterioso – os filisteus. Frequentemente figurados como vilões na Bíblia (como o gigante Golias derrotado por Davi, ou Dalila que traiu Sansão), ninguém sabia exatamente de onde este povo havia vindo até recentemente.
O estudo envolveu análise de DNA retirado de 10 esqueletos de 3.600 a 2.800 anos atrás em um cemitério filisteu em Ashkelon, em Israel. O resultado? Os indivíduos não eram originalmente locais. Seus ancestrais vinham de culturas marítimas que cruzavam o Mediterrâneo, incluindo Sardenha, Grécia e talvez Espanha e Portugal. Genes do sul da Europa eram incontestáveis.
As diferentes idades dos esqueletos também mostraram que eles chegaram há cerca de 3.000 anos e seus genes se diluíram rapidamente, o que indica que se casaram com habitantes locais e foram completamente assimilados pela população em torno de 200 anos.
1. Túmulo anglo-saxão de alto status
Em 2003, graças a obras de extensão em uma rodovia, arqueólogos descobriram uma câmara funerária do final do século VI repleta de detalhes em Essex, na Inglaterra. Não havia material orgânico, mas havia artefatos suficientes para os pesquisadores apelidarem o habitante da tumba de “Tutancâmon da Grã-Bretanha”.
Os arqueólogos pensam que ele pode ter sido um príncipe anglo-saxão chamado Seaxa. Quando morreu, cerca de 13 carvalhos, bem como 25 trabalhadores em vários turnos foram utilizados para criar seu túmulo.
Entre os bens encontrados na sepultura estava um instrumento musical chamado lira, relacionado em particular ao Sri Lanka ou ao subcontinente indiano. Haviam também cruzes de folhas de ouro, uma marca precoce do cristianismo na região.
Por conta desses fatores, o túmulo desafia a noção de que Essex era o “remanso” anglo-saxão de sua época. A área pode na verdade ter tido rotas comerciais de longo alcance e estado na vanguarda das mudanças religiosas e culturais. [Listverse]