15 bilionários que cresceram na pobreza

Por , em 12.03.2018

Não, nem todos podemos ser bilionários. Mesmo porque, para uma pessoa ser bilionária, muitas (mas muitas mesmo) outras pessoas precisam ser pobres. Afinal de contas, se todos tivéssemos o mesmo dinheiro, ninguém seria bilionário.

Inclusive, os 1% mais ricos do mundo possuem mais dinheiro do que todo o resto da população junto, de acordo com um estudo realizado pela instituição anti-pobreza Oxfam. A desigualdade é tão grande que as 85 pessoas mais ricas do planeta têm a mesma riqueza que as 50% mais pobres (ou 3,5 bilhões de pessoas) juntas.

Ou seja, suas chances não são boas. Não vou mentir para você. O jeito mais fácil de ficar muito rico é ser um herdeiro, sem dúvida. No entanto, algumas pessoas que não nasceram em berço de ouro (provavelmente um número menor que 85 em 7,6 bilhões, o número de pessoas mais ricas do mundo versus o número estimado da população mundial) podem de fato chegar lá.

Doses de realidade à parte, essas histórias, ainda que raras, são inspiradoras. Mostram que, mesmo que você não se torne um bilionário, vale a pena seguir seus sonhos. Confira 15 indivíduos do mundo todo que superaram obstáculos e construíram sua própria riqueza:

Guy Laliberté – Cirque du Soleil

Valor líquido: US$ 1,19 bilhão

No início de sua carreira, Laliberté, nascido no Canadá, tocava acordeão, andava sobre palafitas e comia formigas em circos. Mais tarde, teve uma chance e voou com um circo de Quebec para Los Angeles, nos EUA, sem comprar uma passagem de retorno. Sua trupe viajou para Las Vegas e se tornou o famoso Cirque du Soleil, do qual Laliberté é agora o CEO.

Mohed Altrad – Altrad Group

Valor líquido: US$ 2,7 bilhões

Altrad nasceu em uma tribo nômade na síria. Sua mãe era pobre, foi estuprada por seu pai e morreu quando era jovem. Criado por sua avó, que o proibiu de frequentar a escola em Raqqa, a cidade que agora é a capital do grupo terrorista ISIS, Altrad desafiou o mundo e fez as aulas mesmo assim. Quando se mudou para a França para fazer faculdade, ele não sabia falar francês e vivia de uma refeição por dia. Conseguiu concluir seu doutorado em ciência da computação, trabalhou para algumas das principais empresas francesas e comprou, por fim, uma companhia de andaimes a qual transformou em um dos principais fabricantes mundiais de andaimes e misturadores de cimento, o Altrad Group. Ele já foi nomeado Empreendedor Mundial do Ano.

Oprah Winfrey – The Oprah Winfrey Show

Valor líquido: US$ 2,7 bilhões

Winfrey nasceu em uma família pobre no estado americano de Mississippi, ganhou uma bolsa de estudo para a Universidade Estadual de Tennessee (EUA) e se tornou a primeira correspondente de TV afro-americana da região aos 19 anos. Em 1983, mudou-se para Chicago para trabalhar para um talk-show, que mais tarde se chamaria “The Oprah Winfrey Show”.

Howard Schultz – Starbucks

Valor líquido: US$ 2,9 bilhões

Schultz cresceu em um conjunto habitacional para os necessitados, e afirmou uma vez ao portal The Mirror que “sempre sentiu como se estivesse vivendo do ‘outro lado do trilho’”. Ele tinha o sonho de conseguir algo além do que as pessoas diziam que era possível e, embora o tenha alcançado, disse que “sabe de onde vem e como é”. Schultz acabou ganhando uma bolsa de estudos para jogar futebol americano pela Universidade do Norte do Michigan, nos EUA, e foi trabalhar para a Xerox após sua formatura. Pouco depois, assumiu um café chamado Starbucks, que na época tinha 60 lojas. Schultz tornou-se o CEO da empresa em 1987 e cresceu a cadeia para mais de 16 mil unidades em todo o mundo.

Do Won Chang – Forever 21

Valor líquido: US$ 3,1 bilhões

Do Won Chang se mudou da Coréia para os EUA em 1981. No começo, trabalhava em três lugares ao mesmo tempo, tendo sido zelador, atendente de posto de gasolina e funcionário de uma cafeteria. Em 1984, ele e sua mulher Jin Sook abriram sua primeira loja de roupas. Hoje, a Forever 21 é um império internacional de 480 lojas que lucra cerca de US$ 3 bilhões em vendas por ano.

John Paul DeJoria – John Paul Mitchell Systems e Patron Tequila

Valor líquido: US$ 3,4 bilhões

Antes de completar 10 anos, DeJoria, o primeiro nascido americano de sua família, vendia cartões de Natal e jornais para ajudar a sustentar a casa. Mais tarde, foi enviado para um lar adotivo e até passou um tempo em uma gangue antes de se juntar às forças armadas. Com um empréstimo de US$ 700 dólares, DeJoria criou a John Paul Mitchell Systems e vendeu seu shampoo de porta em porta enquanto morava em seu carro. Mais tarde, lançou a Patron Tequila, e agora investe em outras indústrias.

Ralph Lauren – grife Ralph Lauren

Valor líquido: US$ 6,3 bilhões

Lauren graduou-se no ensino médio no Bronx, em Nova York, nos EUA, mas depois abandonou a faculdade para se juntar ao Exército. Mais tarde, enquanto trabalhava para a Brooks Brothers, começou a se perguntar se já havia um mercado para melhores designs de gravatas para homens. Em 1967, decidiu seguir sua ideia e vendeu US$ 500.000 em gravatas. Lauren inaugurou a marca Polo no ano seguinte.

Shahid Khan – Flex-N-Gate

Valor líquido: US$ 7,2 bilhões

Khan é uma das pessoas mais ricas do mundo, mas quando chegou aos EUA vindo do Paquistão trabalhou como lavador de pratos em restaurantes para pagar a mensalidade da Universidade de Illinois. Khan agora possui a Flex-N-Gate, uma das maiores empresas privadas dos EUA, além de ser dono de duas equipes esportivas: o Jacksonville Jaguars, time de futebol americano da NFL, e o clube de futebol Fulham.

George Soros – negociante no mercado de valores

Valor líquido: US$ 8 bilhões

Na adolescência, Soros fingiu ser o afilhado de um funcionário do Ministério da Agricultura húngaro, a fim de permanecer a salvo da ocupação nazista na Hungria. Em 1947, escapou do país para viver com parentes em Londres, na Inglaterra. Trabalhou como garçom e porteiro ferroviário para pagar sua educação na London School of Economics. Depois de se formar, trabalhou em uma loja de lembrancinhas antes de conseguir um emprego como bancário na cidade de Nova York, nos EUA. Em 1992, sua famosa aposta contra a libra britânica o rendeu bilhões de dólares.

Jan Koum – WhatsApp

Valor líquido: US$ 9,2 bilhões

Koum nasceu em Kiev, na Ucrânia, tendo se mudado para a Califórnia, nos EUA, com sua mãe aos 16 anos. Eles conseguiram uma moradia através da assistência do governo e, para ajudar a família, Koum trabalhava como faxineiro em uma loja. De acordo com o portal The Independent, o ucraniano desenvolveu sozinho suas habilidades em computação e, em 2009, fundou o maior serviço de mensagens instantâneas do mundo, o WhatsApp, ao lado de um amigo. A plataforma foi comprada pelo Facebook em 2014, por US$ 22 bilhões.

Roman Abramovich – magnata do petróleo e dono do Chelsea Football Club

Valor líquido: US$ 11,5 bilhões

Abramovich nasceu no sul da Rússia, na pobreza. Órfão aos dois anos de idade, foi criado por um tio e sua família em uma região subártica do norte do país. Enquanto estudava no Moscow Auto Transport Institute em 1987, abriu uma pequena empresa de brinquedos de plástico, o que o ajudou a entrar na indústria do petróleo. Mais tarde, como líder da companhia Sibneft, completou uma fusão que a tornou a quarta maior empresa de petróleo do mundo. Ela foi vendida para a estatal Gazprom em 2005, por US$ 13 bilhões. Abramovich também adquiriu o clube de futebol Chelsea em 2003.

Leonardo Del Vecchio – Ray-Ban, Oakley e outras

Valor líquido: US$ 22,9 bilhões

Del Vecchio foi uma de cinco crianças enviadas para um orfanato porque sua mãe viúva não podia sustentá-lo. Mais tarde, trabalhou em uma fábrica fazendo moldes de peças de automóveis e armações de óculos. Aos 23 anos, abriu sua própria loja de moldagem, que se expandiu para se tornar o maior fabricante mundial de óculos, com marcas como Ray-Ban e Oakley.

Li Ka-shing – Cheung Kong Industries

Valor líquido: US$ 35 bilhões

Ka-shing fugiu da China continental para Hong Kong na década de 1940. Seu pai morreu quando tinha 15 anos, de forma que ele se tornou responsável por sustentar sua família. Em 1950, começou sua própria empresa, a Cheung Kong Industries, que apenas fabricava plásticos no início, mas depois se expandiu para o setor imobiliário.

Sheldon Adelson – Las Vegas Sands

Valor líquido: US$ 41 bilhões

Adelson cresceu em Dorchester, Massachusetts, nos EUA, e começou a vender jornais aos 12 anos. Segundo um perfil do bilionário feito pela Forbes, ele chegou a dormir no chão de uma habitação pública em Boston e, depois de largar a faculdade em Nova York, “construiu uma fortuna com máquinas de venda automáticas, vendendo anúncios de jornais, ajudando pequenas empresas a se tornarem públicas, desenvolvendo condomínios e hospedando feiras”. Adelson perdeu quase todo seu dinheiro na Grande Recessão, mas ganhou boa parte de sua fortuna de novo nos anos seguintes. Ele é agora dono da Las Vegas Sands, a maior empresa de cassinos do mundo, e é considerado o principal doador político dos EUA.

Larry Ellison – Oracle

Valor líquido: US$ 64,1 bilhões

Nascido no Brooklyn, Nova York, com uma mãe solteira, Ellison foi criado por seus tios em Chicago, nos EUA. Depois que sua tia morreu, largou a faculdade e mudou-se para a Califórnia, onde teve uma série de empregos diferentes por oito anos. Em 1977, fundou a empresa de desenvolvimento de software Oracle, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo. Hoje, é CTO e presidente executivo da Oracle. [BusinessInsider]

2 comentários

  • samuel.martins:

    “Mesmo porque, para uma pessoa ser bilionária, muitas (mas muitas mesmo) outras pessoas precisam ser pobres”. A Teoria dos Jogos mandou um abraço. Economia não é um” jogo de soma zero”. Para alguém se tornar rico, não necessariamente alguém tem que se tornar pobre. Já foi no passado, quando o poder financeiro era dado pela quantidade de ouro que alguém possuía, e o ouro é algo finito. No entanto, este raciocínio não pode ser aplicado na economia do século XXI.

    • Cesar Grossmann:

      Samuel, infelizmente a economia atual também não beneficia quem não tem contatos, capital e conhecimento. É muito difícil alguém sair da pobreza e se tornar bilionário. Ou mesmo mudar de extrato social. Se fosse fácil, se a economia favorecesse a distribuição de riquezas, não teríamos miseráveis.

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