O que acontece quando robôs ficam malvados?
Em um estudo apresentado recentemente por pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, foram mostradas várias situações hipotéticas em que consumidores se encontrariam com robôs caseiros, que resultavam em ataques psicológicos, vandalismo causado pelos robôs e até espionagem.
“Robôs podem parecer brinquedos, mas não são”, afirma Tâmara Denning, autora do estudo. “Eles são como pequenos computadores, e em alguns casos têm até câmeras. Eles têm olhos, ouvidos e mãos, e alguns podem ser controlados remotamente”, aponta a pesquisadora. “As pessoas têm que saber que podem ocorrer falhas, como a vulnerabilidade causada por hackers, só em uma nova área”, completa.
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Nos últimos anos, o consumo de robôs que realizam tarefas domésticas e monitoram a segurança, por exemplo, se tornou cada vez maior. A empresa iRobot produz os robôs Roomba (que trabalha como um aspirador de pó) e Scooba (que lava assoalhos) e vários outros, e vendeu mais de 4 milhões de robôs domésticos desde 2002. Além disso, uma pesquisa divulgada esta semana prevê que o mercado de robôs para uso doméstico chegará a 1,16 bilhões de dólares (quase 2 bilhões de reais). Em 2015, a mesma pesquisa afirma que o mercado terá quadruplicado, chegando a lucrar 5,26 bilhões de dólares (9 bilhões de reais).
Tama Denning aponta que atualmente já existem muitos robôs domésticos à venda, inclusive na internet. “Existem robôs que realizam tarefas domésticas, que cortam a grama, alguns têm câmeras embutidas e outros servem como brinquedos”, diz. “Em cinco anos, teremos ainda mais robôs em casa”, aposta Denning.
Porém, com mais pessoas abrindo suas casas para robôs, elas não poderiam estar abrindo os lares para problemas? De acordo com a pesquisadora, isso pode acontecer. “Não estamos tentando dar ideias para assustar as pessoas, mas tentando conscientizá-las”, diz. “É muito similar ao jeito de usuários de computadores têm que se preocupar com spam e outros problemas”, afirma.
Espionagem robótica
Para o estudo, Denning e sua equipe analisaram três robôs domésticos atualmente disponíveis no mercado: um com uma web câmera portátil, um robô com controle remoto equipado com câmera para adultos ou crianças, e um robô “espião” para crianças. A conclusão foi que os robôs podem ter as suas funções comprometidas. “Nossa principal preocupação era com a ameaça da privacidade do dono do robô, como espionagem”, diz a pesquisadora.
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“Alguém pode se conectar ao robô à distância e andar com ele pela casa e escutar coisas. É similar à preocupação de câmeras usadas com bebês ficarem acessíveis na internet”, explica Denning. Além disso, segundo o estudo, os robôs poderiam ser usados para danificar objetos frágeis e até mesmo jogar itens valiosos no lixo ou na privada, por exemplo.
Outros cenários imaginados pelos pesquisadores também mostram que os robôs poderiam ser controlados por pessoas com má intenções para fazer barulhos e irritar crianças ou para “Arrumar objetos no chão em formatos ou símbolos ofensivos”, diz a pesquisa. “Não afirmamos que as pessoas podem fazer isso agora e não sabemos se farão no futuro, mas é uma possibilidade, por isso acreditamos que os consumidores e produtores devem ficar cientes e tomar precauções”, diz Denning.
Porém, segundo Emilie Kopp, desenvolvedora de robôs, é provável que pessoas comuns não sejam capazes de se infiltrarem nos circuitos de um robô doméstico. “É preciso ter no mínimo o projeto do software do robô para fazer qualquer coisa além de ligá-lo e desligá-lo”, afirma Kopp. De acordo com ela, é mais possível que as pessoas façam isso com intenções criminosas ou simplesmente para que hackers possam mostrar suas habilidades.
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Embora Kopp acredite que é pouco possível que os robôs domésticos fiquem à mercê de criminosos ou de vizinhos maldosos, ela afirma que o estudo chega em uma hora oportuna. “Os consumidores devem ficam conscientizados, mas não preocupados, com o mau uso de robôs”, afirma. [MSNBC]
7 comentários
[…] percorrerão, eles dizem que a nossa relação com elas provavelmente será harmoniosa, não assassina (graças a […]
Fácil. É só aplicar as três Leis da Robótica de Isaac Asimov na programação.
Complicadíssimo heheheh, o robô tem que no mínimo ter um modo de reconhecimento de pessoas através de algum periférico, o que nesse momento esses robôs mais simples ainda não têm…
Eduardo: Pq você fala o nome dos filmes em inglês, vc tah nos Estados Unidos eh?
na hora que olhei o titulo pensei!, LEI ZERO, eles não são maus, apenas estão protegendo a humanidade.
“É preciso ter no mínimo o projeto do software do robô para fazer qualquer coisa além de ligá-lo e desligá-lo”
Grande ilusão! A engenharia reversa é um procedimento metódico, que basicamente consiste em tratar um sistema como uma caixa-preta, observando entradas e saídas, e fazendo a correlação. É usado também para “crackear” sistemas, e desabilitar proteção contra cópias, por exemplo. Se o robô recebe ordens remotamente, tudo que é preciso fazer é crackear a criptografia do sinal usada, e pronto, você pode mandar os mesmos sinais para o robô. Para saber quais sinais mandar, existem duas abordagens, e provavelmente o que se faz é usar as duas ao mesmo tempo: coletar todos os sinais enviados ao robô, tentando descobrir a função de cada um, e; enviar sinais aleatórios ao robô, para ver se algum deles é atendido pelo mesmo.
O pior é que devem existir “backdoors”, sinais que fazem com que o robô faça um “dump” de toda a sua configuração, por exemplo (muito útil para depurar erros de sofware, mas que deveriam estar desabilitadas em máquinas em operação), ou sinais que façam com que o robô atue em um modo menos restritivo (novamente, para permitir que o programador depure erros de software). Além, é claro, dos modos de diagnóstico.
Se um robô contém um modo de diagnóstico que pode ser operado remotamente, esta é uma grande e grave falha de segurança. E não é preciso ter o projeto do robô para descobrir estas falhas.
Esta gente não tem mesmo noção de segurança… Vinte anos de vírus, internet, softwares crackeados e sistemas invadidos não ensinaram nada a eles.
Me lembrou do filme “Surrogates”… e isso me lembrou q tenho q assistir esse filme… kkkkkkkkkk….
Não duvido muito da pesquisa não… porém, acho q não estamos nem perto de uma interação inteligente entre robôs e humanos…
Talvez sim, com cada vez mais pesquisas nos campos da biomecatrônica e biochips, um dia poderíamos criar um “mecha” (analogia ao filme AI de Spielberg) e fazer com que os robôs pudessem pensar como nós… mas sinceramente: acho q só daki a pelo menos 60 anos…
Há toda uma ótica política e ética em volta desse assunto… fora o alto custo pra se produzir robôs desse tipo em larga escala… pois fazer pesquisa é uma coisa… já comercializar tais máquinas é uma tarefa muito, mas muito mais complicada…
Mudando um pouco de assunto, mas dentro do contexto, eu voto em melhorias em nós seres humanos… ou seja, fazer um upgrade biológico com peças robóticas, e até mesmo uma reprograma (update) no nosso cérebro… isso sim seria muito mais útil pro mundo do q “simplesmente” uso de robôs nas tarefas q são para humanos…
Parabéns pela matéria…