6 gatilhos climáticos que poderiam mudar completamente nosso mundo
Um dos maiores temores sobre a mudança climática é que ela pode gerar eventos que vão alterar drasticamente a Terra como a conhecemos.
Esses eventos podem contribuir para a extinção em massa de espécies, dramática elevação do nível do mar, secas extensas e a transformação de florestas em vastas pastagens, por exemplo.
Sabemos que a Terra já passou anteriormente por eventos relacionados com o clima. Mas a situação de hoje é diferente, porque desta vez são os seres humanos que estão conduzindo estas mudanças e o aquecimento está ocorrendo em um ritmo muito mais rápido.
Confira os seis maiores eventos climáticos com os quais cientistas se preocupam atualmente:
1. Derretimento no Ártico
O derretimento do gelo no verão do Ártico é considerada a maior ameaça climática do momento. Alguns cientistas pensam que esse evento já passou do ponto no qual podíamos fazer alguma coisa a respeito.
Conforme o gelo do mar do Ártico derrete e se aquece, a água do oceano exposta absorve mais luz solar, o que reforça o aquecimento. A transição para um verão ártico sem gelo pode ocorrer rapidamente – dentro de algumas décadas -, o que tem implicações geopolíticas conforme as nações competem por recursos como espaço e petróleo. Adicionado a isso vem o dano que resultaria da interrupção de todo um ecossistema.
2. Groelândia sem gelo
O aquecimento do Ártico também deve deixar grande parte da Groelândia sem gelo. Embora essa perda de gelo provavelmente chegue ao ponto de não retorno este século, a transição completa levará pelo menos algumas centenas de anos. O derretimento na região deve elevar os níveis dos mares em até 6 metros. Metade das 10 maiores cidades do mundo, incluindo Nova York, e um terço das 30 maiores cidades do mundo já estão ameaçadas por este aumento do nível do mar. Hoje, essas cidades são o lar de cerca de 1,8 bilhões de pessoas.
3. Desintegramento do gelo na Antártica Ocidental
Do outro lado da Terra, a camada de gelo da Antártida Ocidental também está se desintegrando. Como a parte inferior desta geleira fica abaixo do nível do mar, é vulnerável a dissolução rápida conforme a água quente do oceano corrói seu gelo. Novamente, chegaremos a um ponto de não retorno ainda este século. O colapso total da geleira, que elevaria o nível do mar em quase 5 metros, pode levar algumas centenas de anos.
4. El Niño como um evento climático permanente
Os oceanos absorvem cerca de 90% do calor extra preso na Terra por gases do efeito estufa. Isso pode afetar sua dinâmica, que controla eventos como o El Niño. Embora existam várias teorias sobre o que poderia acontecer no futuro, a consequência mais provável dessa absorção de calor pelo oceano é que o El Niño, fenômeno climático natural, torne-se uma parte mais permanente de nosso sistema climático. Isso causaria secas extensas no sudeste da Ásia e em outros lugares, enquanto algumas áreas propensas a secas hoje, como a Califórnia, iriam ter algum alívio. A transição para um mundo com mais El Niños deverá ser gradual e demorar cerca de cem anos, mas tal mudança já deve ser iniciada este século.
5. Morte da floresta amazônica
O desmatamento, uma estação seca mais longa e o aumento das temperaturas no verão estão ameaçando a quantidade de chuvas na Amazônia. Pelo menos metade da floresta poderia se transformar em savana e pastagens. Uma vez que a mudança for acionada, pode se completar durante apenas algumas décadas. Isso tornaria muito difícil para a floresta tropical restabelecer-se e levaria a uma perda considerável da biodiversidade. No entanto, a redução da Amazônia em última análise depende do que acontece com o El Niño, juntamente com futuras mudanças de uso da terra pelos humanos.
6. Fim de metade das florestas boreais
O aumento do estresse hídrico e térmico pode ter consequências nas grandes florestas do Canadá, Rússia e outras partes do Hemisfério Norte. Elas podem se tornar mais vulneráveis a doenças e incêndios, o que por sua vez pode levar a uma redução de 50% de suas terras – um evento a partir do qual elas nunca devem se recuperar. Em vez disso, haverá uma transição gradual para florestas abertas ou pastagens ao longo de várias décadas. Isso teria um enorme impacto sobre o balanço de carbono no mundo, uma vez que as florestas podem absorver muito mais gás do que pastagens. Se elas diminuírem, o clima será afetado – assim como o balanço energético da Terra. No entanto, a complexa interação entre fisiologia das plantas, o permafrost e incêndios torna a situação difícil de ser bem compreendida ou prevista pelos cientistas. [LiveScience]
2 comentários
Esquecem que a fluência de água doce p/ o mar irá fazer uma desaceleração das correntes marítimas: Resultado: resfriamento mundial
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