Seis efeitos inesperados da mudança climática

Por , em 28.08.2013

Junto com seus efeitos indutores de ansiedade, o assunto das mudanças climáticas também oferece uma oportunidade interessante de considerar os processos fascinantes e interligados do planeta. Dos menores para os maiores componentes da Terra, das bactérias aos vulcões, todos de alguma forma vão sentir os efeitos das mudanças climáticas. Confira seis maneiras inesperadas com que as mudanças climáticas nos impactam:

6. Morte e erosão no deserto

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O solo do deserto pode parecer desolado e sem vida, mas na verdade está repleto de bactérias. Colônias de bactérias podem crescer a tal espessura que formam camadas resistentes chamadas “biocrostas” que estabilizam o solo contra a erosão.

Um estudo destas crostas em desertos dos Estados Unidos mostrou que diferentes tipos de bactérias prosperam em diferentes temperaturas. Algumas preferem o calor sufocante do Arizona e Novo México, enquanto outras se saem melhor no clima frio do sul do Oregon e Utah. Como as temperaturas tornam-se mais erráticas com a mudança climática, as bactérias do deserto podem ter dificuldades para se adaptar, deixando os solos dos desertos mais propensas à erosão.

5. Mais erupções vulcânicas

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Enquanto o degelo glacial avança, inundações dos oceanos e o nível do mar se elevam, e a distribuição de peso sobre a crosta da Terra muda.

Essa mudança pode causar aumento da frequência de erupções vulcânicas, como sugerem alguns estudos. Evidências desse fenômeno foram detectadas no registro das rochas, com restos de erupções vulcânicas mais abundantes correlacionadas com períodos de derretimento glacial em vários episódios da história da Terra. Os seres humanos no século 21 provavelmente não experimentarão essa mudança, no entanto, uma vez que este efeito deve ficar para algo em torno de 2.500 anos no futuro.

4. Oceanos escurecem

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As alterações climáticas vão aumentar a precipitação em algumas regiões do mundo, resultando em rios com fluxos mais forte. Fortes correntes fluviais vão carregar mais lodo e detritos, e eventualmente todos que desaguam no mar farão o oceano ficar mais opaco. Regiões ao longo da costa da Noruega já experimentam águas do oceano cada vez mais escuras e turvas, com o aumento da precipitação e derretimento glacial nas últimas décadas. Alguns pesquisadores têm especulado que a escuridão é responsável por mudanças nos ecossistemas regionais, incluindo um aumento nas populações de água-viva.

3. Alergias pioram

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Enquanto a mudança climática pode provocar primaveras precoces, a onda de espirros induzidos pelo pólen deve aumentar. Esse fenômeno irá aumentar a carga total de pólen a cada ano, e poderia fazer as alergias das pessoas piorarem. Alguns modelos de temperatura e precipitação mostraram que os níveis de pólen poderiam atingir mais que o dobro até o ano 2040.

2. Invasões de formigas

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Pheidole megacephala, também conhecida como a formiga de cabeça grande, é uma das cem espécies mais invasivas da Terra. Hordas desses insetos prosperam na América do Sul, Austrália e África, e suas populações vorazes espalharam-se rapidamente. Como animais invasores, elas roubam o habitat e os recursos de espécies nativas, prejudicando os ecossistemas regionais e pondo em risco a biodiversidade. Elas têm sido conhecidas até por caçar filhotes de aves.

Pesquisadores estimam que 18,5% da superfície terrestre no planeta atualmente suportam a formiga de cabeça grande. Mas à medida que as mudanças de temperaturas avançarem nas próximas décadas, a gama de habitat desses animais de sangue frio, provavelmente, vai diminuir substancialmente. Alguns modelos climáticos sugerem que o alcance habitacional da formiga irá diminuir em um quinto até o ano de 2080. Como insetos nativos irão responder a essas mudanças, no entanto, ainda não está claro.

1. Luz solar inunda leito oceânico polar

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Enquanto se derrete o gelo do mar, mais luz solar irá banhar regiões costeiras de águas rasas em torno dos pólos. Comunidades de vermes do fundo do mar, esponjas e outros invertebrados acostumados a existência na escuridão começarão a experimentar períodos mais longos de luz solar a cada verão. Uma pesquisa recente mostrou que essa mudança poderia alterar significativamente as comunidades, permitindo que algas e plantas marinhas proliferassem sufocando esses invertebrados. Esta transição de comunidades dominantes, de invertebrados para algas, já foi observada nos bolsos do Ártico e costas da Antártida, e poderia diminuir significativamente a biodiversidade nessas regiões. [livescience]

5 comentários

  • Rodrigo Cavalcante:

    Jonatas, gostei bastante dessa matéria, porém tem uma informação que não esta exatamente correta.

    As evidências de erupções vulcânicas não estão ligadas ao derretimento glacial, e sim o derretimento glacial esta ligado, também como fator, às erupções vulcânicas. O peso da crosta é quase irrelevante se comparado ao peso e densidade das camadas interiores da Terra, astenosfera, manto, núcleo etc. Históricos paleoclimáticos atestam que os períodos inter-glaciais como o que estamos vivenciando, só puderam acontecer graças as erupções vulcânicas, entre outras causas do derretimento..

    É um fato que existem muitas evidências em diversos lugares, periódicos de diversos cientistas renomados atestando a real existem uma alteração climática antrópica, mas na realidade muitas as evidências apresentadas são com base em estudos tendencioso e devem ser mais apurados.

    Muito bom o artigo.

  • Roselio Mattes:

    no ultimo dia 2o atingimos o dia da terra superada,e uma pergunta me vem a mente:nosso planeta e nossa especie tem futuro lado a lado,ou o filme depois da terra é mais provavel do penssavamos

  • aguiarubra:

    Valeu as informações!
    Vou estar mais esclarecido quando o próximo cético das mudanças climáticas afirmar que tudo isso é “teoria da conspiração” de empresas de energia alternativa…

    • Jonatas Almeida da Silva:

      Provavelmente o fato das mudanças climáticas já não é mais tão duvidado, acho que agora a discussão está mais em torno de se a causa é humana ou natural…

    • aguiarubra:

      É verdade.

      Na vertente, “sim, há mudança climática”, pode-se escolher os lados dessa discussão.

      O lado do IPCC, defendido nos programas do Invenção do Contemporàneo da TV Cultura é a de que as mudanças climáticas são resultado da atividade humana irresponsável.

      Certamente há críticos disto, mas eu fico com o que dizem os representantes do IPCC.

      Na vertente “não, não mudança climática” não se pode escolher lados. Esse pessoal eu ignoro tranquilamente, muito embora eu esteja muito longe da competência científica de alguns de seus representantes.

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