Ambiente negativo influencia depressão pós-parto

Por , em 20.05.2011

Uma nova pesquisa da Universidade de York, no Reino Unido, descobriu como a interação entre genes e ambiente pode determinar o risco de uma mãe desenvolver depressão pós-parto.

Parte de um projeto contínuo iniciado pela instituição em 1997, a pesquisa examinou o DNA de mais de 1.200 mães. Estiveram envolvidos, além de John Hobcraft, do departamento de Política e Serviço Social de York, acadêmicos da Universidade de Princeton, Penn State e Columbia, nos EUA.

Os pesquisadores examinaram dois marcadores genéticos, 5-HTTLPR e Stin2, que têm sido associados ao risco de depressão. Estes dados foram então comparados com o fato de a mãe estar deprimida ou não no primeiro ano de vida de seu filho.

Ainda foi levado em consideração o nível de instrução da mãe. Uma vez que um baixo nível de educação tende a ser um indício de ambiente negativo, a escolaridade também ajudaria a evidenciar a correlação ambiente-depressão.

No geral, a depressão pós-parto afetou 17% das pesquisadas. Os autores também descobriram que as taxas variavam caso a mãe carregasse variantes específicas de um gene associado à sensibilidade biológica ao seu ambiente. O nível de ensino também influenciou.

Sem surpresas, as mães com marcadores genéticos que as tornam mais sensíveis ao ambiente tiveram mais probabilidade de se tornarem deprimidas se estivessem em um ambiente negativo (baixo nível de educação).

As mães sem estes genes apresentaram aproximadamente as mesmas taxas de depressão, independentemente do grau de instrução. Para elas, o ambiente não pareceu ter muito impacto.

No entanto, uma mãe com os marcadores genéticos sensíveis cercada por um ambiente positivo (alto nível de educação) apresentou uma menor probabilidade de ter depressão do que todas as outras mães, incluindo aquelas sem os genes ambientalmente sensíveis.

Isso quer dizer que chamá-lo de “gene da depressão” não está correto. Ou seja, os marcadores genéticos anteriormente associados pela ciência com a depressão são, na verdade, ambientalmente mais sensíveis. Isso resulta em mães mais influenciadas pelo ambiente ao redor dela, seja ela positivo ou negativo.

O líder do estudo, Colter Mitchell, do Escritório de Pesquisa Populacional da Universidade de Princeton, EUA, ressalta o ponto mais importante descoberto. “A pesquisa se mostrou de grande valia à ciência por causa da nossa principal comclusão: determinados genes podem ter um efeito positivo ou negativo sobre a pessoa que os contém, o que determina isso é o ambiente”, diz.[ScienceDaily]

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