Animais com mais “personalidade” têm mais chance de se tornar invasores
Personalidade é tudo – inclusive para os animais. Uma nova pesquisa mostra que, para ter sucesso como uma espécie invasora, a forma como eles se comportam é importante.
Por que alguns animais viajam, sobrevivem e dominam habitats estrangeiros? Às vezes, espécies de um lugar vão parar em outro, que não é seu ambiente nativo. Elas podem não durar ali, ou podem se tornar um problema – para nós e para outras espécies nativas.
Alguns exemplos famosos de espécies invasoras são estorninhos, peixes-leão, carpas asiáticas e formigas de fogo, para citar poucos.
Agora, uma equipe de três cientistas australianos observou dois lagartos parentes, sendo que uma das espécies se estabeleceu com sucesso como um estrangeiro invasivo.
Os cientistas descobriram que o invasor tinha traços específicos, como a vontade de explorar, que parecia explicar seu sucesso no exterior. Eles também sugerem que as espécies cujos membros mostram uma variação individual em seu comportamento – em outras palavras, os animais com mais personalidade – têm uma melhor chance de se tornar invasores.
Um monte de coisas tem que acontecer para que uma espécie invasora nasça. Não só os animais precisam estar no lugar certo na hora certa, a fim de serem transportados inadvertidamente por humanos, mas também precisam ser capazes de sobreviver à viagem, muitas vezes dura e demorada.
Quando eles chegam ao novo destino, precisam lidar com o fato de serem estranhos em uma terra estranha, e se adaptar com sucesso a novos ambientes. Em face de tais desafios, os novos colonos também devem prosperar e reproduzir-se antes de se espalhar por todo o novo cenário.
Os pesquisadores estudaram o Lampropholis delicata (delicate skink), que é a única espécie de lagarto australiano que se tornou uma espécie invasora no exterior, incluindo as ilhas havaianas e Nova Zelândia. Eles também estudaram o Lampropholis guichenoti (garden skink), parente similar que não se estabeleceu fora da Austrália.
Depois de testar e observar os comportamentos dos lagartos no laboratório, os pesquisadores concluíram que o delicate skink era mais aventureiro do que o garden skink, mostrando mais inclinação para explorar seu ambiente. O delicate skink também era mais propenso a se esconder quando encontrava abrigo, o que aumenta sua sobrevivência.
Embora as diferenças comportamentais entre os dois skinks sejam claras, nem todos os delicate skinks mostraram-se corajosos exploradores – evidência de variação entre os animais individuais, também conhecido como personalidade.
Como resultado, se um grupo de skinks tivesse a oportunidade de tornar-se invasor, apenas alguns provavelmente seriam bem sucedidos.
Algumas pesquisas indicam que a variação de personalidade dentro de uma espécie pode aumentar seu potencial de invasão. Segundo os pesquisadores, à medida que invadem cada vez mais longe o meio ambiente natural, os animais tiveram mais oportunidades para saltar a bordo dos nossos vários transportes. Dado este aumento, e o impacto potencial sobre a biodiversidade, é importante entender melhor esse fenômeno.[LiveScience]
6 comentários
Eu hem???
Será que a capacidade de se multiplicar rapidamente não conta?
Será que a existência abundante de alimentos também não?
E a temperatura, umidade, vegetação existentes no local não pesam?
É bom olhar com cuidado estas pesquisas tendenciosas que analisam de um único ou poucos pontos de vista.
Analisando do ponto de vista da determinação, está correto. Mais existem muitos outros pontos de vista,(proliferação, resistência, força, imunidade, alimentação, habitat, hábito alimentar, agilidade, sorte, temperatura, umidade, pressão, rusticidade, predadores, doenças, etc,etc,etc) que podem juntos ter um peso maior.
Os Europeus tinham, então, mais personalidade do que os Índios, Árabes e demais povos que vieram a invadir???? Teriam hoje, os Norte Americanos, mais personalidade do que os povos que pretendem ainda dominar?
Lucyano, a pesquisa se refere à invasão de espécies biológicas, à ocupação de nichos ecológicos, e não sobre a “colonização” do “Novo Mundo” e do “Novíssimo Mundo”. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
talvez não mais personalidade,mas uma personalidade mais voltada para isso.Por exemplo,enquanto os chineses usavam polvora para fogos de artificio,os europeus usavam em armas de fogo!Nenhum povo é menos capaz que outro,porem seus valores e atitudes influenciam em suas relações!
Eu diria que os latinos é que estão tendo mais “personalidade” nos EUA.