Antimatéria: físicos fazem amostras em laboratório para descobrir como tudo começou
Nosso mundo é feito de matéria. Tudo o que você vê e sente – o seu laptop, sua mesa, sua cadeira – é feito de matéria comum, como explica Aihong Tang, pesquisador do Laboratório Nacional de Brookhaven, em Nova Iorque (Estados Unidos).
Mas a matéria tem uma contrapartida, chamada antimatéria.
Cada tipo de partícula fundamental da matéria tem uma antimatéria à espreita nas sombras. E, fiel ao estereótipo da ciência-ficção, se ambas se encontram, elas se aniquilam em um flash de luz.
Antimatéria: o que é? Onde vive? Do que se alimenta?
Se você se nunca deparou com um exemplar de “antimatéria” fora de um episódio de Star Trek, calma. Você não está sozinho. Não há exatamente um monte de antimatéria no nosso universo. E isso tem confundido os físicos.
Segundo Joel Fajans, um pesquisador da Universidade da Califórnia, em Berkeley, nós realmente não entendemos por que a antimatéria é tão rara quanto é. Afinal, o Big Bang deveria ter produzido tanta matéria quanto antimatéria, mas isso não aconteceu.
Como resolver este mistério?
Para tentar resolver este mistério, os pesquisadores fizeram pequenas quantidades de antimatéria em laboratório. Um experimento recente ocorreu dentro de um acelerador de partículas gigante chamado de Colisor Relativístico de Íons Pesados, localizado no Brookhaven National Laboratory em Upton, Nova Iorque. O colisor esmagou átomos de ouro puro. A energia bruta das colisões criou partículas de antimatéria.
Desenvolvimento do estudo
O grupo de cientistas da equipe de Aihong Tang estudou os correspondentes de antimatéria de prótons. Um próton é a partícula carregada positivamente encontrada no centro de átomos; sua versão antimatéria é carregada negativamente e é chamada (você adivinhou que eu sei) de antipróton.
Tang mediu algo chamado de “força nuclear forte” entre dois antiprótons.
Na matéria normal, a força forte é o que mantém o núcleo atômico junto. Tang e seu grupo queriam ver se esta mesma força poderia manter antiprótons juntos, também.
Resultado
Seu resultado, publicado na revista Nature, sugere que a força forte funciona para antiprótons da mesma forma que funciona para prótons. Segundo Tang, a experiência confirmou que a antimatéria se comporta exatamente como a matéria comum.
O que isso significa?
Aqui está o porquê isso importa: se a antimatéria se comportasse de forma diferente do que a matéria, então poderia haver alguma assimetria – o que poderia explicar por que existem valores drasticamente diferentes de ambas as substâncias no universo.
Joel Fajans, que não estava diretamente envolvido com a pesquisa, diz que os pesquisadores ainda estão procurando casos em que a antimatéria age de forma diferente. De acordo com ele, há quatro forças fundamentais que os físicos conhecem, e estamos apenas começando a cobrir todas elas. [sciencealert]