Astronauta “MacGyver” conserta estação espacial usando escova de dentes

Por , em 10.09.2012

A história realmente parece retirada do seriado “Profissão: Perigo” ou também conhecida como “MacGyver”, nome do personagem principal, um agente secreto que não usava armas e resolvia problemas complexos usando fita adesiva, um canivete suíço e materiais encontrados no local.

O problema: você está em uma estação espacial internacional, precisa restaurar o sistema de energia dela, mas para isto precisa apertar um parafuso que se encontra encravado, e só vai poder ser parafusado depois que for limpo e engraxado, mas você não tem ferramentas para a limpeza.

A solução mais cara é esperar a ferramenta apropriada para a tarefa no próximo foguete. A solução mais barata? Improvisar uma ferramenta, usando restos de um cabo para fazer uma escova, e uma escova de dentes para fazer outra escova menor.

Foi o que fizeram os astronautas Sunita Williams da NASA e Akihiko Hoshide, do Japão. Depois de praticar um pouco com um parafuso sobressalente, eles foram para o local onde estava o novo distribuidor de energia, usaram nitrogênio comprimido para assoprar detritos, escovaram o parafuso, e o limparam com um pano com graxa. 4 horas e meia depois de ter começado a operação, chegou o momento da verdade, com Williams balançando gentilmente o parafuso e Hoshide apertando-o para baixo.

Deu certo. O novo distribuidor de energia foi instalado e está funcionando. E mais uma vez o improviso engenhoso venceu um imprevisto.

O improviso é tradição

O uso de ferramentas improvisadas – principalmente de fita adesiva – já faz parte do folclore e tradição da NASA. Um dos episódios mais notáveis da história dos imprevistos foi o filtro improvisado na Apolo 13, usando fita para juntar um filtro quadrado a um buraco circular em que ele devia ser encaixado para evitar o envenenamento dos astronautas.

Outro macgyverismo aconteceu na Apolo 17, com o jipe lunar, que estava jogando o regolito para cima e no equipamento sobre ele. Com mapas sobressalentes e fita, eles improvisaram um “para lamas” para o jipe lunar.

Em outra história que foi revelada em 2006, o astronauta Neil Armstrong quebrou uma chave de um circuito, e Buzz Aldrin improvisou uma chave com uma caneta esferográfica. Nada muito sério, exceto pelo fato de que, sem a chave, os dois astronautas estariam presos na lua.[MSNBC, News Daily, Duct Tape and Nasa, Mirror]

5 comentários

  • Wilson Queiroga:

    Adoro qualquer coisa que voe e principalmente o que diz respeito a espaço ! Sou AVIÔNICO,voltado para helicópteros e acho que o que astronauta fez foi o que qualquer brasileiro faria no momento pois já ví muitos mecânicos de avião e helicópteros improvisando no conserto de algumas panes tais como arames,cabos de nylon etc…

  • Andre Luis:

    Parece mesmo roteiro de um filme. Uma estadia na ISS pode ser considerada segura? Parece que toda a aventura, desde o lançamento do transporte na Terra, até a volta, parece ser um enorme risco para a vida dos astronautas. Esses dias, eu vi um video, deste astronauta japonês na ISS, montando um lego que representava uma réplica da mesma, mas não podia expor muito tempo, devido ao risco de incêndio! Eu imagino a tensão que deve ser no lançamento de um ônibus espacial! Mas deve ser incrível!

    • Cesar Grossmann:

      Andre, existem, sim, riscos.

      Por exemplo, um foguete é praticamente uma bomba de explosão controlada. O combustível é altamente inflamável, e queima com velocidade suficiente para não explodir o tanque.

      Dentro da EEI o risco também existe, mas acho que esta história de risco de incêndio está mal contada. Todo mundo tem que estar atento ao que faz, e antes de mandar um material para lá, imagina-se que os responsáveis verifiquem se o mesmo é compatível com o ambiente. Pelo menos é o mais lógico.

  • Germano:

    quebrar as chaves do carro longe de casa ja é frustrante

    imagina Neil Armstrong quebrando as chaves na lua
    que vacilo bicho !

    • Cesar Grossmann:

      Uma vez eu vi alguém dizendo que a Apolo 11 parecia uma festa, os americanos foram, viram e venceram, como César na campanha da Gália. Só que a diferença entre a glória e a tragédia foi uma margem muito pequena, e na lua foram os momentos mais tensos. Imagina o stress que o Armstrong estava para quebrar um interruptor…

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