Câmera dentro da cápsula espacial da Varda capturou sua viagem selvagem de volta à Terra

Por , em 1.03.2024
Varda Space Industries

Obtenha uma perspectiva única sobre a experiência de retornar à Terra em uma cápsula espacial.

Em 21 de fevereiro de 2024, a pequena nave espacial W-1 da Varda Space Industries conseguiu aterrissar com êxito no Utah Test and Training Range. A deslumbrante sequência de reentrada foi capturada por uma câmera dentro da cápsula, que tinha um espaço interno de 90 cm de largura, aproximadamente 3 pés. O processo incluiu a separação do ônibus de satélite em órbita terrestre baixa (LEO), a intensa descida através da atmosfera da Terra, a abertura do paraquedas e o impacto final ao tocar o solo.

O final deste vídeo de cinco minutos mostra um par de pernas, com sapatos cobertos de lama, se aproximando para recolher o paraquedas e recuperar a nave. Além das imagens, o vídeo também contém áudio, capturando os sons marcantes da reentrada e do pouso.

Uma versão completa e sem cortes do vídeo, com 27 minutos de duração, que documenta desde a separação até o toque no solo, também está disponível.

A Varda informou que a nave atingiu velocidades de Mach 25 durante a reentrada.

Lançada em junho de 2023 como parte da missão compartilhada Transporter-8 da SpaceX, que também incluiu a missão CAPSTONE da NASA, a W-1 foi usada pela Varda para testar suas tecnologias de fabricação no espaço.

Dentro da cápsula, a Varda conseguiu produzir cristais de ritonavir, um medicamento antiviral usado no tratamento do HIV e da hepatite C, em condições únicas de microgravidade na LEO. O objetivo da empresa é estabelecer uma infraestrutura que torne o LEO mais acessível para vários setores comerciais.

Em uma entrevista ao Marketplace, o CEO da Varda, Will Bruey, disse: “Nós fabricamos produtos farmacêuticos no espaço. A ausência de gravidade nos permite produzir medicamentos que não são viáveis na Terra. Pense na gravidade como uma variável – assim como ajustar a temperatura em um forno abre novas possibilidades culinárias, alterar a gravidade pode transformar os processos químicos para a criação de medicamentos.”

A W-1 passou oito meses integrada a uma nave Photon da Rocket Lab, que faz parte do estágio superior do foguete Electron. Ela forneceu à cápsula serviços essenciais como energia, propulsão e navegação.

O CEO da Rocket Lab, Peter Beck, expressou em um comunicado à imprensa: “Esta missão foi um feito extraordinário e um testemunho da colaboração entre as equipes da Rocket Lab e da Varda. Ela demonstrou uma nave espacial única e altamente funcional, realizou com sucesso a fabricação no espaço e retornou a cápsula e o produto farmacêutico impecavelmente na primeira tentativa.”

Ele acrescentou: “O sucesso desta missão de reentrada também orientará nossos esforços no desenvolvimento de uma cápsula de reentrada para o Neutron, abrindo potencialmente caminho para missões espaciais tripuladas.”

Após a missão, a cápsula foi transportada para a sede da Varda na Califórnia para uma inspeção completa, e as amostras de ritonavir foram enviadas para a Improved Pharma para análise. A Varda também planeja compartilhar dados da reentrada com a NASA e a Força Aérea, seguindo um acordo com essas agências.

Este evento representa um marco significativo na exploração espacial e na aplicação de tecnologias de fabricação em ambiente de microgravidade. A capacidade de produzir medicamentos em condições espaciais únicas pode revolucionar a indústria farmacêutica, abrindo novas possibilidades para o tratamento de doenças. A Varda Space Industries, com este projeto, mostra que o espaço não é apenas um destino para exploração científica, mas também um campo fértil para inovações tecnológicas e industriais.

A missão da W-1, além de ser um triunfo técnico, também destaca o papel crescente de parcerias público-privadas na conquista do espaço. A colaboração entre agências governamentais como a NASA, empresas de lançamento de foguetes como a SpaceX e Rocket Lab, e novos players no setor espacial como a Varda, ilustra uma tendência emergente onde a exploração espacial se torna cada vez mais acessível e diversificada.

O sucesso da W-1 abre o caminho para futuras missões que podem aproveitar ainda mais as condições únicas do espaço para a pesquisa e desenvolvimento em diversos campos. Isso inclui não apenas a farmacêutica, mas também materiais avançados, eletrônicos e talvez até mesmo novas formas de energia. À medida que a humanidade se aventura mais no espaço, a necessidade de inovações tecnológicas e soluções criativas se torna cada vez mais evidente, e missões como a da W-1 são vitais para impulsionar essa jornada.

Com cada missão bem-sucedida, aumenta a confiança na capacidade de realizar operações complexas no espaço, desde a fabricação em microgravidade até o retorno seguro de cargas valiosas para a Terra. Este é um passo importante para tornar o espaço uma extensão viável de nossas atividades terrestres, explorando seu potencial para benefícios não apenas científicos, mas também econômicos e sociais. À medida que avançamos, a fronteira final do espaço continua a oferecer promessas ilimitadas para o avanço humano. [Science Alert]

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