Câmera com algoritmo “fotônico” é capaz de tirar fotos 3D no escuro
Mesmo câmeras fotográficas com tecnologia “de ponta” têm sensores muito menos sensíveis que os nossos olhos e mal conseguem registrar imagens em ambientes com pouca luz. Em breve, contudo, isso deve começar a mudar: cientistas do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, EUA) desenvolveram um recurso que aumenta a versatilidade de sensores de luz.
Para enxergarmos, precisamos que partículas de luz (fótons) atinjam objetos, sejam refletidas por eles, cheguem a nossas retinas e sejam “interpretadas” pelo nosso cérebro. Em câmeras fotográficas, o princípio é o mesmo – mas, no caso delas, há um sensor de luz no lugar da retina e um processador no lugar do cérebro (talvez isso também mude algum dia, mas não tenhamos pressa!).
Quanto menos fótons disponíveis, mais difícil é enxergar ou registrar uma imagem. Para contornar esse problema, o engenheiro eletricista Ahmed Kirmani e sua equipe criaram um algoritmo que compara os fótons refletidos e estabelece relações entre eles, extraindo mais informações do que um detector de luz normalmente é capaz – e usando cerca de 1% da quantidade de fótons que seria necessária.
Para eliminar o ruído (manchas que não correspondem ao objeto), eles usaram outros algoritmos, produzindo imagens tridimensionais de boa qualidade com 1 milhão de fótons – Kirmani calcula que, para conseguir um resultado similar, uma boa câmera portátil precisaria de algumas centenas de trilhões de fótons. A desvantagem é que a imagem resultante é em preto-e-branco, mas essa limitação deve ser superada com o tempo.
A técnica poderá facilitar a análise de materiais biológicos sensíveis a luz e o desenvolvimento de câmeras de vigilância mais precisas. [Nature]