As pessoas tendem a enxergar rostos e ‘emoções’ nos carros e um novo estudo sugere preferimos aqueles que parecem dominantes, masculinos e zangados.
As descobertas se baseiam na propensão humana de vermos faces ou características humanas em tudo desde nuvens até carros, um fenômeno chamado pareidolia. Agora pesquisadores querem entender melhor o que ocorre em nossas mentes quando vemos rostos em objetos versus rostos humanos e ajudar os fabricantes de carros a criarem designs cada vez melhores.
Investimentos em novos modelos de carros de passageiros custam bilhões e erros de estilo por significar problemas. Mas como projetar novos designs de carros não é uma ciência exata (pois desde os designers até os CEOs dão suas preferências) este estudo da empresa EFS Consulting Vienna pode ser uma ferramenta importante para criar novos designs de carros.
O estudo que incluir um antropólogo da Universidade de Viena pediu para 20 homens e 20 mulheres darem notas para 38 modelos de carros de passageiros criados entre 2004 e 2006.
Os participantes do estudo basearam suas observações em um sistema conhecido como morfometria geométrica (GM, na sigla em inglês), que permitiu que homens e mulheres dessem notas para certos traços em uma escala que variava de “infância” até “idade adulta”. Os traços representavam maturidade, sexo, atitude, emoções e personalidade; coisas que as pessoas inferem à partir de rostos humanos em um olhar rápido.
Depois de dar as notas para os traços dos carros os participantes responderam se eles viram rostos humanos ou animais nos carros. Eles desenharam aspectos faciais como olhos, nariz e boca sobre as imagens dos carros quando viam um rosto.
Por último os voluntários responderam se gostaram ou não do carro. O estudo restringiu as escolhas a carros de passageiros porque colocar blazers poderia desviar o resultado.
A grande maioria das pessoas preferiu carros com traços de “poder”. Carros de “alto poder” como o BMW 5 Series tendem a ser mais baixos ou largos e possuem faróis redondos que acendem apenas nas bordas, ou angulosas, com grades maiores para entrada de ar.
Os participantes concordaram em peso em quais carros tinham certos tipos de traços como arrogância, medo e agradável. Poucas características como repulsa, extroversão e tristeza levaram os voluntários a discordar mais.
Os pesquisadores agora estão planejando um novo estudo que usará tecnologia para seguir os olhos e monitorar a atividade cerebral dos participantes. Desta maneira eles poderão penetrar em níveis mais subconscientes.
Eles também querem conduzir uma pesquisa com habitantes da Etiópia que não conhecem modelos de carros modernos, conseguindo assim resultados que se relacionem com aspectos menos “contaminados” pela modernidade.
Certos fabricantes de carros como a Toyota já personalizam o design de seus carros para diferentes países e culturas. [LiveScience]