Carros com cara de zangados são os preferidos

Por , em 6.10.2008

As pessoas tendem a enxergar rostos e ‘emoções’ nos carros e um novo estudo sugere preferimos aqueles que parecem dominantes, masculinos e zangados.

As descobertas se baseiam na propensão humana de vermos faces ou características humanas em tudo desde nuvens até carros, um fenômeno chamado pareidolia. Agora pesquisadores querem entender melhor o que ocorre em nossas mentes quando vemos rostos em objetos versus rostos humanos e ajudar os fabricantes de carros a criarem designs cada vez melhores.

Investimentos em novos modelos de carros de passageiros custam bilhões e erros de estilo por significar problemas. Mas como projetar novos designs de carros não é uma ciência exata (pois desde os designers até os CEOs dão suas preferências) este estudo da empresa EFS Consulting Vienna pode ser uma ferramenta importante para criar novos designs de carros.

O estudo que incluir um antropólogo da Universidade de Viena pediu para 20 homens e 20 mulheres darem notas para 38 modelos de carros de passageiros criados entre 2004 e 2006.

Os participantes do estudo basearam suas observações em um sistema conhecido como morfometria geométrica (GM, na sigla em inglês), que permitiu que homens e mulheres dessem notas para certos traços em uma escala que variava de “infância” até “idade adulta”. Os traços representavam maturidade, sexo, atitude, emoções e personalidade; coisas que as pessoas inferem à partir de rostos humanos em um olhar rápido.

Depois de dar as notas para os traços dos carros os participantes responderam se eles viram rostos humanos ou animais nos carros. Eles desenharam aspectos faciais como olhos, nariz e boca sobre as imagens dos carros quando viam um rosto.

Por último os voluntários responderam se gostaram ou não do carro. O estudo restringiu as escolhas a carros de passageiros porque colocar blazers poderia desviar o resultado.

A grande maioria das pessoas preferiu carros com traços de “poder”. Carros de “alto poder” como o BMW 5 Series tendem a ser mais baixos ou largos e possuem faróis redondos que acendem apenas nas bordas, ou angulosas, com grades maiores para entrada de ar.

Os participantes concordaram em peso em quais carros tinham certos tipos de traços como arrogância, medo e agradável. Poucas características como repulsa, extroversão e tristeza levaram os voluntários a discordar mais.

Os pesquisadores agora estão planejando um novo estudo que usará tecnologia para seguir os olhos e monitorar a atividade cerebral dos participantes. Desta maneira eles poderão penetrar em níveis mais subconscientes.

Eles também querem conduzir uma pesquisa com habitantes da Etiópia que não conhecem modelos de carros modernos, conseguindo assim resultados que se relacionem com aspectos menos “contaminados” pela modernidade.

Certos fabricantes de carros como a Toyota já personalizam o design de seus carros para diferentes países e culturas. [LiveScience]

8 comentários

  • Luan P.:

    Mustang GT500 ….

  • Marcos:

    Eu sempre soube disso. Veja o exemplo da L-200. Cara de mau !! A pesquisa comprobatória não pode ser feita pelo mais vendido, e sim pelo mais desejado.

    • Fábio Correia:

      Olá, sabe, o carro que mais me chamou atenção foi o chevette sl/e, dos últimos modelos que lançaram, reparem bem, vocês verão um rosto como se fosse alguém sentindo um mau cheiro, tipo franzindo o nariz:
      parece que alguém passou fedendo atrás dele, ou soltou um peido!!!
      Nossa, pra mim eu reparo fácil fácil, mas os carros são para ser imitações do ser humano, por ex: os faróis representariam os olhos, e etc.

  • Su:

    Particularmente, sempre fui encantada por design de carros, porque sempre associei o modelo com rostos, e de fato os que tem a frente mais baixa, os faróis mais separados, sempre me lembraram olhares. E geralmente os carros que me transmitem intimidação, são os que eu mais gosto, e até as vezes inconscientemente associo o carro ao seu dono, e tenho por base o ‘olhar’ (os faróis) do carro. Adorei a matéria. Inclusive o que me atraiu em ler a matéria foi a foto rsrs

  • Deep:

    Puxa Thalisson, não sei se entendi bem.
    Senão vejamos…
    Optar por ser rebelde, ou seja, ir contra a maré, ou melhor, contra a opinião da maioria do “povo” é capaz de tornar alguém aceito pelo povo?

    Eu não acho q as pessoas se tornam rebeldes pq busquem aceitação.
    Acredito q elas tenham atitudes rebeldes justamente para reforçar suas próprias opiniões, buscando independência do tal “povo”.

    O exemplo do Fusca foi mto bem lembrado!

    Existem outros motivos para as escolhas das pessoas q não os de mera aceitação.

    Entretanto, como eu disse antes, oq acho estranho é a coincidência de opinião, principalmente entre homens e mulheres qto aos modelos de carro. (ainda q essa observação minha extrapole a intenção do estudo original, né?)

    Afinal, como no mecanismo de compensação, o mecanismo de aceitação q levaria o sujeito (ou sujeita, haha) a escolher determinado modelo pode ser consciente ou não.

    Se é consciente é como o sujeito gordinho q “escolhe” uma camisa de listas verticais pq sabe q seu efeito será o de parecer mais magro.

    Se é inconsciente esbarra nisso q me interesa saber… Pq é q determinados modelos associados à determinadas características humanas são os preferidos?

    Ainda mais qdo são características como essas dos carros preferidos… Cara de “zangado” é bom? PQ?

    Isso me intriga!

    Valeu!

  • thalisson gyn:

    Deep
    eu descordo de vc penso q essa atitude de ser aceito seja um fenômeno natural, e ocorre com todos, até na infância e adolescencia somos levados a ser rebeldes para nos tornarmos “populares” ou “aceitos” ninguem gosta de se sentir inferior, seja qual for a nova tendência todos teremos adaptaçoes e sempre estaremos de acordo com “o povo”

    mas gosto é gosto e sempre será, amantes de fusca por exemplo pra sempre existirao e nunca serao recriminados…
    eu prefiro um BMW rs….

  • DEEP:

    Incrível!
    Estudo interessantíssimo esse!

    Há quem diga q os carrões servem aos homens como projeções de si mesmos. Há quem diga tb q os carrões funcionam como compensações para pequenos (haha) “defeitos” anatômicos como curta extensão peniana ou mesmo baixa estatura.

    Mas ao q parece, o estudo demonstrou unanimidade nos gostos de homens e mulheres… E sendo assim, essa tese de compensação para membros diminutos perde muito de sua eficácia e pseudo-exatidão.

    Então, fico aqui pensando q talvez, a escolha do design dos carros seja influenciada pela aceitação social de um tipo q, de certa maneira, é visto nesses carros. A saber: o homem, arrojado, jovial, agressivo.

    Resta saber: Pq esse tipo é aceito, querido, emulado?

    Coisa estranha, não?

  • Leandror99:

    Espero que a próxima pesquisa saia logo. Afinal: TODOS numa sociedade compartilham do mesmo conceito de escolhas, perdendo assim a heterogeneidade e tornando a todos uma grande massa acéfala, em que um indivíduo consome o que os outros consomem, apenas para ser aceito em grupos e atingir uma falsa felicidade.

Deixe seu comentário!