Cientistas encontraram o crânio quase intacto de um réptil marinho gigante e mortal
Pesquisadores realizaram uma descoberta extraordinária ao escavarem um crânio quase completo de um predador marinho gigantesco que habitava os mares próximos à costa da Inglaterra em tempos remotos. Tal achado certamente não seria um encontro desejável durante um passeio marítimo, sem qualquer dúvida.
A descoberta em questão trata-se do crânio de um pliossauro, um réptil aquático pré-histórico, cuja medida sozinha alcançava cerca de seis pés de comprimento. Esse tamanho impressionante sugere a magnitude desta criatura dominante dos mares. O pliossauro era dotado de uma característica singular, possuindo um terceiro olho em sua cabeça, além de glândulas especiais localizadas na região do focinho, que possivelmente desempenhavam um papel crucial na localização de suas presas.
Quando este predador conseguia capturar suas presas, que variavam entre outros répteis marinhos e até membros de sua própria espécie, ele utilizava seu poderoso conjunto de 130 dentes para executar uma mordida consideravelmente mais forte que a de um crocodilo.
Um especialista, em entrevista à BBC News, comparou o pliossauro a uma versão aquática do T. rex, destacando sua ferocidade e predominância nos mares antigos.
Embora estes animais temíveis coexistissem com os dinossauros, os pliossauros estão mais geneticamente relacionados aos lagartos e serpentes modernos.
Os pesquisadores classificaram este fóssil como um dos crânios de pliossauro mais completos já encontrados. Está previsto para ser exibido em um programa especial da BBC One, apresentado por David Attenborough no Dia de Ano Novo, e posteriormente transmitido pela PBS nos EUA em 14 de fevereiro.
“Este fóssil está entre os mais notáveis com os quais já trabalhei,” declarou o paleontólogo Steve Etches à BBC News, ressaltando sua raridade devido à sua integridade.
Phil Jacobs, amigo de Etches, foi quem inicialmente avistou a parte frontal do crânio durante um passeio perto da Baía de Kimmeridge em Dorset, localizada ao longo da Costa Jurássica, um sítio do Patrimônio Mundial na Inglaterra.
Equipes de pesquisa então dedicaram vários meses para extrair o restante do fóssil de um penhasco próximo à praia e para realizar uma limpeza minuciosa.
Etches tem planos de exibir o crânio em seu museu, a Coleção Etches em Kimmeridge, no próximo ano.
Contudo, Etches acredita que partes adicionais do fóssil ainda estão ocultas nas falésias, que estão se erodindo rapidamente.
“Tenho absoluta certeza de que o restante da criatura está incrustado ali,” comentou Etches à BBC News. “E é apenas uma questão de tempo até que o resto do pliossauro venha à tona e possa ser perdido para sempre. Esta é uma chance única na vida.”
Esta descoberta não apenas lança luz sobre a história evolutiva dos répteis marinhos, mas também destaca a importância de preservar tais sítios arqueológicos. A rápida erosão das falésias alerta para a urgência de investigações e escavações adicionais, na esperança de descobrir mais sobre essas magníficas criaturas do passado e suas interações com o ambiente em que viviam. Além disso, o fóssil fornece insights valiosos sobre as condições ambientais e climáticas da época, contribuindo para uma melhor compreensão do nosso planeta e de seu passado distante. [NPR]