A Citroën sabotou a produção de caminhões para Nazista durante a guerra, de forma simples e brilhante

Por , em 25.07.2019

Este ano a Critroën completa 100 anos. Em virtude dessa data, o site Jalopnik realizou pesquisa durante a qual descobriu uma história de tempos de guerra. No período da Segunda Guerra Mundial a França foi ocupada pelos Alemães, em 1940, e grandes fábricas foram obrigadas a produzir para eles. A Citroën fez parte desse grupo e no período precisou fabricar para os Nazistas. Na época, a empresa era dirigida pelo antigo capitão da Força Aérea Francesa e herói da Primeira Guerra Mundial, Pierre-Jules Boulanger.

Como era forçado a produzir para as forças armadas da Alemanha, Boulanger ordenou que seus funcionários realizassem as atividades lentamente, para atrasar as entregas. Além disso, sabotou os caminhões produzidos, de forma a prejudicar os Nazistas sem, no entanto, ser descoberto. A história é contada no livro de John Reynold, Citroën 2CV.

Estratégia de sabotagem

A estratégia adotada na fábrica foi de alterar a marcação na vareta de medição de nível do óleo um pouco mais para baixo. Assim, quando os Nazistas fossem checar o óleo, o reservatório pareceria cheio, quando na verdade não estava. Isso provocaria problemas no motor, deixando os Nazistas encalhados na estrada. Se o nível de óleo do veículo não estiver entre o mínimo e o máximo o motor pode sofrer avarias.

Simultaneamente, Boulanger ignorou as ordens de acordo com as quais a Citroën deveria parar de trabalhar em seus próprios projetos, o que foi mais significante para o futuro da empresa. Em segredo a marca desenvolveu pelo menos dois designs, o que foi importante para impulsionar a Citroën após a guerra e assim contribuir também para a França como um todo.

Quando a sede da Gestapo em París foi tomada por membros da Resistência Francesa, em 1944, o nome de Boulanger ocupava lugar de destaque na lista dos principais inimigos do Reich.

Histórico da marca

A Citroën foi criada em 1919 por André Citroën, mesmo ano em que o veículo Type A, com motor de 4 cilindros e velocidade máxima de 65 km/h, foi colocado à venda. No primeiro ano a marca vendeu 10 mil automóveis. Em 1924, a Citroën registrava venda anual de 50 mil veículos. Dois anos depois, um terço dos automóveis nas rodovias francesas eram produzidos pela marca.

Em 1934 a Citroën era a líder em fabricação de veículos na Europa e segunda maior do mundo, mas tinha dificuldades financeiras. Por isso, o governo do país pediu que Michelin, maior credor, assumisse o controle da empresa. Em 1935, após a morte de André Citroën, Pierre Boulanger se tornou CEO.

Durante a guerra, a produção de veículos caiu de 100 mil para aproximadamente 9 mil unidades por ano. A fábrica da Citroën em Quai de Javel foi bombardeada em 1940 e 1942. No segundo bombardeio as linhas de produção foram seriamente danificadas. Um ano depois, com a adoção de novo método de produção, a primeira carreta saiu da fábrica. [Jalopnik, Core77, Citroën]

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