Colônias em vênus serão flutuantes?

Por , em 5.01.2015

Artigo de Mustafá Ali Kanso

Parece até ficção científica, mas esta é a proposta.

Pesquisadores da NASA estão desenvolvendo o conceito que possibilitará a construção de habitações humanas na atmosfera de Vênus.

Mesmo aparentando estar na contramão da história, afinal Marte sempre figurou como o próximo passo da exploração espacial, Vênus está surgindo como uma opção interessante — e ousada.

Basta avaliar as condições ambientais da superfície com temperaturas médias em torno de 500 oC, pressões acima de 90 vezes a da Terra e chuvas de ácido sulfúrico para se ter uma ideia do tamanho dessa ousadia.

No entanto, Dale Arney e Chris Jones, da Divisão de Missão e Analise Espacial da NASA, propõem uma solução inusitada para a ocupação de Vênus por seres humanos que é literalmente a de viver nas nuvens.

Descobriu-se que na faixa dos 50 Km de altitude, Vênus oferece condições de temperatura e pressão comparáveis a da Terra, daí o estabelecimento de plataformas flutuantes capazes de sustentar habitáculos humanos não parece ser tão estapafúrdia assim.

Evidentemente o projeto se daria em etapas:

O primeiro passo figuraria no envio de sondas capazes de avaliar todas as condições atmosféricas locais e criar as primeiras estações flutuantes. Algo como balões dirigíveis acoplados a painéis coletores de energia solar.

Na sequência teríamos missões tripulados com o intuito de construir plataformas flutuantes capazes de sustentar vida por longos períodos valendo-se das matérias-primas extraídas da própria atmosfera venusiana.

A evolução do projeto permitiria a construção de diversos habitáculos flutuantes conectados e interdependentes – algo como uma cidade construída nas nuvens.

Esse conceito denominado HAVOC (High Altitude Venus Operational Concept ) apresenta ainda muitos desafios a serem vencidos, tais como a proteção de todos os materiais da ação corrosiva da atmosfera — só para citar um exemplo.

Mesmo assim, a ideia de se oferecer uma opção à Marte que seja mais econômica e possibilite a criação de colônias humanas em outros planetas salta dos livros de ficção e ganha cada vez mais seu lugar na prancheta de engenheiros e cientistas que estão em vias, nas próximas décadas, de torna-la exequível.

 

Artigo de Mustafá Ali Kanso 

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LEIA A SINOPSE DO LIVRO A COR DA TEMPESTADE DE Mustafá Ali Kanso

[O LIVRO ENCONTRA-SE À VENDA NAS LIVRARIAS CURITIBA E SPACE CASTLE BOOKSTORE].

Ciência, ficção científica, valores morais, história e uma dose generosa de romantismo – eis a receita de sucesso de A Cor da Tempestade.

Trata-se de uma coletânea de contos do escritor e professor paranaense Mustafá Ali Kanso (premiado em 2004 com o primeiro lugar pelo conto “Propriedade Intelectual” e o sexto lugar pelo conto “A Teoria” (Singularis Verita) no II Concurso Nacional de Contos promovido pela revista Scarium).

Publicado em 2011 pela Editora Multifoco, A Cor da Tempestade já está em sua 2ª edição – tendo sido a obra mais vendida no MEGACON 2014 (encontro da comunidade nerd, geek, otaku, de ficção científica, fantasia e terror fantástico) ocorrido em 5 de julho, na cidade de Curitiba.

Entre os contos publicados nessa coletânea destacam-se: “Herdeiro dos Ventos” e “Uma carta para Guinevere” que juntamente com obras de Clarice Lispector foram, em 2010, tópicos de abordagem literária do tema “Love and its Disorders” no “4th International Congress of Fundamental Psychopathology.”

Prefaciada pelo renomado escritor e cineasta brasileiro André Carneiro, esta obra não é apenas fruto da imaginação fértil do autor, trata-se também de uma mostra do ser humano em suas várias faces; uma viagem que permeia dois mundos surreais e desconhecidos – aquele que há dentro e o que há fora de nós.

Em sua obra, Mustafá Ali Kanso contempla o leitor com uma literatura de linguagem simples e acessível a todos os públicos.

É possível sentir-se como um espectador numa sala reservada, testemunha ocular de algo maravilhoso e até mesmo uma personagem parte do enredo.

A ficção mistura-se com a realidade rotineira de modo que o improvável parece perfeitamente possível.

Ao leitor um conselho: ao abrir as páginas deste livro, esteja atento a todo e qualquer detalhe; você irá se surpreender ao descobrir o significado da cor da tempestade.

[Sinospse escrita por Núrya Ramos  em seu blogue Oráculo de Cassandra]

13 comentários

  • Ozon Grishnackh:

    BioShock Infinite feelings

  • Fabiano Rufino:

    Essa cidades podem ser usadas como base para a exploração de minérios em Vênus, já que o planeta é rico em muitos metais.

  • Bielzinho:

    Acho que isso tá muito fora da realidade… na prática, tentar algo do tipo seria MUITO diferente.

    • Cesar Grossmann:

      Não seria igualzinho ao planejado? Por que?

  • Ricardo Carvalho:

    Pode até dar certo mas e se por acaso cair alguma rocha vinda do espaço e perfurar o balão dirigível, o que acontece?

    • Cesar Grossmann:

      A probabilidade disto acontecer é próxima de zero. Mas se tiver vários balões, um meteorito não vai furar todos eles.

  • Francisco Assis Gurgel Gurgel:

    bom seria isto mesmo, um dos objetivos da Nasa é conquistas espaciais buscar formas de vida possibilidades de viver em outro Planetas

  • Elton Martins:

    Isso que é viver nas nuvens. kkk

    • Cesar Grossmann:

      Imagina o panorama…

  • Rogério Debate Livre:

    seria mais interessante investir essa grana aqui mesmo na Terra, melhorando a vida das pessoas.

    • Cesar Grossmann:

      Mas esta é uma grana que melhora a vida das pessoas aqui na Terra. As tecnologias desenvolvidas certamente serão usadas aqui.

  • João Batista de Souza:

    acho isso um grande absurdo. por que os caras não fazem os testes com essas (moradias flutuantes) aqui mesmo na terra? mais perto e barato.

    • Cesar Grossmann:

      Não tem densidade atmosférica suficiente para montar uma cidade flutuante a 50km de altitude.

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