Como o sangue é feito: nova descoberta muda tudo o que sabemos

Por , em 29.11.2015

Um novo estudo da Universidade de Toronto, no Canadá, pode mudar tudo que sabíamos sobre a forma como o sangue humano é produzido dentro do corpo.

As conclusões desafiam ideias que estão em vigor desde 1960, e podem levar a novos tratamentos mais eficazes em uma série de condições.

A pesquisa foi publicada na revista científica Science.

Mudanças

Essencialmente, a nova pesquisa sugere que o sangue é formado em menos passos do que se acreditava anteriormente: evidências anteriores indicavam que as células-tronco passavam por várias etapas intermediárias antes de se tornar células do sangue adultas brancas ou vermelhas, como ramos que saem de um tronco de árvore.

O principal autor da pesquisa, John Dick, e sua equipe acham que o processo é muito mais rápido e simples.

Cerca de 3.000 células diferentes foram analisadas como parte da pesquisa, tiradas de voluntários de várias idades. Através de uma série de experimentos, os cientistas foram capazes de mostrar como os diferentes tipos de células do sangue se formam rapidamente a partir da célula-tronco.

Eles também provaram que o sistema sanguíneo muda em algum momento entre o desenvolvimento humano precoce e a idade adulta. Até agora, acreditava-se que o sistema permanecia estável, uma vez formado.

O que podemos fazer com o conhecimento sobre como o sangue é feito

Os resultados poderiam abrir o caminho para terapias e tratamentos personalizados no futuro.

“A nossa descoberta significa que vamos ser capazes de compreender muito melhor uma grande variedade de doenças humanas do sangue – da anemia, onde não há células sanguíneas suficientes, a leucemia, onde há muitas células sanguíneas”, disse Dick.

Como o processo parece diferir quando os bebês ainda estão no útero, a pesquisa também pode ajudar a entender as causas de alguns tipos de câncer infantil e outras mutações biológicas.

Por fim, as descobertas feitas poderiam um dia nos permitir fabricar células sanguíneas em laboratório, o que em última análise tem o potencial de salvar muitas vidas de pacientes à espera de transfusões de sangue sem nenhum doador humano adequado.

Importância enorme

Se o novo trabalho for replicado por outros grupos de pesquisa, pode reescrever as apostilas dos cursos da área de saúde. Toda a nossa compreensão sobre como as células do sangue são construídas no corpo humano mudaria. [ScienceAlert]

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