Você doou o seu corpo para a ciência? Talvez não deva ler isto

Por , em 17.05.2016

Você já considerou doar seu corpo para a ciência? Não deixa de ser uma causa nobre e uma forma de contribuir para o avanço do conhecimento humano. Caso você sinta que não vá ajudar a melhorar o mundo enquanto está vivo, talvez possa fazer isso depois da morte. Bem, a menos que a ciência decida usar seu cadáver para uma dessas coisas não muito nobres:

5. Cientistas testaram a força do soco de braços decepados

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Nossos dedos e polegares opositores são uma das vantagens que nos separam dos outros animais. Mas há pelo menos um homem – David Carrier, professor de biologia da Universidade de Utah, nos EUA – que não acredita completamente nesta coisa toda de “destreza civilizada” que nossos dedões nos dão. Ele tem uma outra teoria: nossas mãos evoluíram para que pudéssemos mais eficazmente socar um ao outro no rosto.

Então, ele reuniu alguns braços decepados e começou a descobrir como fazê-los socar coisas.

Os pesquisadores ligaram os braços decepados em um pêndulo e amarraram uma linha de pesca nos tendões dos músculos do antebraço, o que permitiu que eles fossem controlados por afinadores de guitarra, como marionetes.

Carrier e sua equipe, em seguida, forçaram os braços contra um haltere de medição de força usando três posições da mão: um punho cerrado, um punho solto e um tapa com a palma aberta. Os resultados confirmaram que o punho cerrado – uma configuração única em humanos – não só é capaz de distribuir golpes mais fortes, mas também causa menos danos aos ossos da mão. Boxeadores de todo o mundo devem ter se perguntado se realmente era necessário sair por aí decepando braços para descobrir isso.

4. Militares já atiraram em cadáveres para testar o poder de armas de fogo

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Imagine que você é um capitão do Exército encarregado de determinar a melhor pistola de serviço para seus homens. Como você tomaria essa decisão? Se a sua resposta imediata e entusiasta foi “pegar alguns cadáveres e criar a mais estranha galeria de tiro da história”, então você tem alguns problemas. Mas foi exatamente isto o que Luis Lagarde fez.

Em 1899, LaGarde e o coronel John T. Thompson (que mais tarde viria a inventar a metralhadora Thompson, famosa nas mãos de Al Capone e similares), penduraram um número indeterminado de cadáveres no teto e se revezaram atirando com revólveres calibre 38 e .45. Dezenas de balas foram disparadas em cada cadáver e, inteiramente baseados em quanto cada tiro fez os corpos se mexerem, LaGarde e Thompson “calcularam” o poder de parada relativo dos diferentes modelos de armas. Os seus resultados influenciaram políticas militares, especificamente aquelas ditando que pistolas de serviço deveriam ser de pelo menos calibre .45. Tais experiências foram finalmente completamente abandonadas na década de 1920, quando foram condenadas por ser “cientificamente infundadas”.

3. Cirurgiões plásticos treinam em cabeças decapitadas

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Dificilmente alguém teria problemas em deixar um residente em medicina retirar um apêndice. Ninguém se importa muito com apêndices. Mas provavelmente seria impossível convencer alguém a deixar um cirurgião plástico sem nenhuma experiência tocar em seu rosto. Felizmente, há uma maneira eficaz para estudantes de medicina aprimorarem suas habilidades sem danificar o rosto de ninguém. Pelo menos de ninguém vivo.

Sim! Os cirurgiões plásticos praticam em pessoas mortas.

Cursos incontáveis permitem que cirurgiões pratiquem procedimentos como cirurgias de nariz em cabeças decapitadas. Por que cabeças decapitadas? Porque o resto do corpo pode ser mais bem aproveitado em outros lugares (socando coisas, por exemplo) e a comunidade científica faz de tudo, menos desperdiçar. Coisas horríveis, preocupantes – provavelmente causadoras de pesadelos – mas nunca um desperdício, entretanto.

2. Cientistas fizeram cadáveres piscar

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Piscar é uma daquelas coisas importantes que você nem sequer pensa a respeito até que você não consegue mais fazer. É por isso que a ciência trabalha para desenvolver músculos da pálpebra artificiais para pessoas com problemas devido à paralisia facial. Naturalmente, estes são testados primeiro em cadáveres.

Enroscando uma extremidade de um elástico no osso no canto do olho e prendendo a outra extremidade a uma engenhoca parecida com um marca-passos escondido na cavidade natural da têmpora, a pálpebra paralisada (mas agora biônica!) pode ser forçada a piscar em conjunto com o outro olho, saudável. Isto é, se o doente ainda está vivo.

Apesar da bizarrice, este procedimento é uma promessa considerável: transplantes de pálpebra, por exemplo, tem a falha inerente de deixar alguma outra parte do corpo enfraquecida, enquanto os sistemas com base na gravidade tendem a funcionar mal quando o paciente está tentando dormir.

1. Quase tudo ao seu redor foi testado em cadáveres

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Como você acha que os pesquisadores determinam o quão seguro você estará durante um acidente? Com bonecos de teste, certo? Mesmo o manequim mais avançado tecnologicamente continua sendo apenas um manequim. Para conseguir resultados reais, às vezes é preciso esmagar algum pobre bastardo morto em uma parede de tijolos.

Embora, oficialmente falando, os fabricantes de automóveis neguem completamente, testes em cadáver existem. Porque a melhor maneira de ver o quão bem um novo recurso de segurança vai proteger o corpo humano é testando-o em corpos humanos.

Cientistas também testam o perigo das pessoas se machucarem ao esculpir abóboras – uma prática comum no Dia das Bruxas dos EUA – com mãos de cadáveres. Em outro exemplo, os pesquisadores usaram pernas humanas reais para testar qual o tipo de terreno é mais suscetível de causar lesões de ligamento em atletas. Podem não ser as causas mais nobres para usar um corpo humano, mas ainda assim as pessoas que fizeram estas doações estão de alguma forma ajudando nós, os vivos. [Cracked]

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