Criptografia, internet e assassinatos por encomenda: uma história antiga
Apesar de seu destaque recente, o Assassination Market não é o primeiro site a propor que pessoas usem financiamento coletivo para contratar assassinos via internet: iniciativas desse tipo surgiram ainda nos anos 1990.
Em 1992, o ex-funcionário da Intel Tim May publicou o Manifesto Criptoanarquista, em que demonstrava sua fé na ideia de usar criptografia e moedas “indetectáveis” para contratar assassinos e derrubar governos – bitcoins ainda eram apenas uma teoria, mas já se pensava em algo similar.
Possivelmente inspirado por isso, Jim Bell, outro ex-funcionário da empresa, propôs um sistema nesses moldes, no artigo Assassination Politics, publicado pouco depois.
“Se apenas 0,1% da população, ou uma pessoa a cada mil, estivesse disposta a pagar 1 dólar para ver morto um político repulsivo, isso significaria, de fato, uma recompensa de US$ 250 mil por sua cabeça”, escreveu Bell. “Além disso, imagine que qualquer pessoa que pensasse em ganhar essa recompensa pudesse fazê-lo com a certeza matemática de que não seria identificada, e sem encontrar, ou sequer falar com alguém que pudesse identificá-la. Anonimato, segredo e segurança perfeitos”.
Alguns anos mais tarde, Bell foi preso por sonegar impostos e por perseguir um agente federal dos EUA. Solto recentemente, em 2012, ele negou qualquer envolvimento com o Assassination Market.
Atualmente, outros sites na deep web oferecem possibilidades similares – como o Quick Kill, o Contract Killer e o C’thulhu. Se os esquemas são “pra valer”, contudo, já é outra história. [Forbes]