Curiosity faz descoberta inesperada em montanha de Marte

Por , em 4.02.2019

Pesquisadores utilizaram dados dos acelerômetros e giroscópios do rover Curiosity, da NASA, para desvendar segredos do Monte Sharp, uma montanha marciana.

Acelerômetros

O rover Curiosity, da NASA, está lentamente subindo a encosta do Monte Sharp, de cinco quilômetros.

Navegar na superfície do planeta é complicado, mas os acelerômetros e giroscópios do rover tornam a jornada um pouco mais fácil.

Em um smartphone, esses instrumentos sensíveis permitem a medição de movimento e orientação do telefone. No Curiosity, são ampliados para 11, permitindo que cientistas e engenheiros tenham muitos dados para movimentar o rover.

Agora, os cientistas perceberam que eles podem ser recalibrados para ajudar o Curiosity a medir a gravidade de Marte. Em outras palavras, os acelerômetros do rover também podem ser usados como um gravímetro, revelando segredos sobre a geologia marciana.

Medição de gravidade

Mesmo quando o Curiosity está parado, seus acelerômetros estão constantemente detectando as leves mudanças na gravidade de Marte.

Pesquisadores de instituições como a Universidade Johns Hopkins (EUA), que colaboram com a agência espacial norte-americana, foram capazes de realizar avaliações de gravidade usando mais de 700 dessas medições, desvendando alguns dos mistérios do Monte Sharp.

Testando a hipótese

O monte é incomum porque fica dentro de uma enorme cratera, conhecida como Cratera Gale. O fato de que uma montanha surgiu dentro de tal buraco ainda causa perplexidade aos cientistas.

Uma das hipóteses para explicar o fenômeno é que a cratera pode ter sido preenchida com sedimentos que foram lentamente varridos ao longo de milhões de anos. Essa atividade tornaria as camadas inferiores do Monte Sharp densas com sedimentos compactos. Se este fosse o caso, o Curiosity veria um aumento das medidas gravitacionais.

Curiosamente, a equipe de pesquisa descobriu que havia menos gravidade adicional sendo exercida sobre o Curiosity à medida que se aproximava do Monte Sharp. Assim, as camadas de rocha que compõem a montanha não são tão densas como se esperava, e a teoria de que a Cratera Gale foi preenchida com sedimentos é improvável.

“Ainda há muitas dúvidas sobre como o Monte Sharp se desenvolveu, mas este estudo acrescenta uma peça importante ao quebra-cabeça”, disse Ashwin Vasavada, cientista do projeto Curiosity no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA.

Um artigo sobre a descoberta foi publicado na revista científica Science. [Cnet]

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