Curiosity: confira uma selfie deslumbrante sob o céu empoeirado de Marte

Por , em 10.09.2018

A imagem acima é o mais novo panorama capturado pelo rover Curiosity, da NASA, no monte Vera Rubin Ridge, em Marte.

As fotos usadas para criar este mosaico foram tiradas em 9 de agosto de 2018, no local onde o intrépido robô esteve trabalhando nos últimos meses.

O icônico céu caramelo do Planeta Vermelho está um pouco mais escuro do que o normal, devido a uma tempestade de poeira que se espalhou pela superfície marciana.

Inclusive, a tempestade foi muito pior no outro lado do planeta, onde o colega de Curiosity, o rover Opportunity, se encontra. A NASA precisou colocá-lo no modo de hibernação, pois a poeira impediu os painéis solares do veículo de coletarem energia. Não se sabe quando, ou sequer se Opportunity voltará ao serviço.

Descobertas

Felizmente, Curiosity não parece ter sido afetado pela tempestade. Contudo, a “selfie” mostra que o rover ficou bastante empoeirado.

De acordo com a NASA, o robô nunca vasculhou uma área com tanta variação de cor e textura quanto esta.

“A cordilheira não é monolítica – tem duas seções distintas, cada uma com uma variedade de cores”, disse Ashwin Vasavada, cientista do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena (EUA).

Além disso, o rover encontrou em seu caminho rochas incomumente duras. Sua mais recente tentativa de perfuração correu bem, mas duas tentativas anteriores de extrair amostras não foram tão proveitosas, pois o instrumento do robô não conseguiu penetrar a rocha.

O que isso significa?

A NASA não tem como saber o quão dura uma rocha será antes da perfuração, de forma que os controladores da missão precisam fazer suposições baseadas nas informações que possuem.

A melhor maneira de descobrir por que essas rochas são tão resistentes é perfurando-as e analisando o pó extraído nos laboratórios internos do veículo. Só assim os cientistas saberão o que está agindo como “cimento” no cume, permitindo que a rocha permaneça tão dura apesar da erosão eólica.

Muito provavelmente, a água subterrânea que fluiu através da cordilheira no passado antigo desempenhou um papel em fortalecê-la, talvez atuando como “encanamento” para distribuir esse “cimento” à prova de vento.

Grande parte do monte contém hematita, um mineral que se forma na água. Alguma variação na hematita pode resultar em rochas mais duras? Existe algo especial nas rochas vermelhas da cordilheira capaz de torná-las tão inflexíveis?

Próximos passos

Talvez tenhamos a resposta um dia. Curiosity irá extrair mais algumas amostras de rocha no final deste mês.

No início de outubro, o veículo subirá mais pelo Monte Sharp, à medida que se dirige a áreas ricas em argila e sulfito.

Sem dúvida, os pesquisadores terão a chance de reunir dados científicos importantes, mas a melhor parte provavelmente será a incrível vista da sonda a partir desse ponto mais alto do planeta. [Gizmodo]

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