As melhores dicas de produtividade de Steve Jobs

Por , em 12.09.2014

Lançamentos da Apple sempre suscitam os mais diversos sentimentos nos loucos por tecnologia. Porém, independentemente do que você acha da marca, é inegável que Steve Jobs era um CEO extremamente prolífico, agindo muito mais do que como apenas o rosto da empresa. Antes de sua morte, em 2011, ele conseguiu mudar a cara da Apple e proporcionar um ambiente de trabalho único, elogiado por sua produtividade. Em diversas entrevistas, ele deu dicas de como chegou a este modelo.

Certamente uma pessoa complicada, para cada ideia genial, Jobs tinha muitas outras ruins. Ele era rude e sua visão autoritária sobre a abertura da Apple é bem conhecida. Em suma, ele era um daqueles babacas com quem é muito difícil de se trabalhar. Ainda assim, conseguiu impulsionar a inovação no mercado. Ele ajudou a formar a Pixar nos anos 90 e trouxe de volta à vida a corporação da Apple quando retornou, em 1997.

Confira algumas de suas dicas:

Livre-se das coisas inúteis e se concentre no que importa

Quando Jobs voltou à Apple em 1997, ele encontrou uma empresa lutando para vender a sua grande variedade de produtos. Um dos primeiros movimentos de Jobs como o novo CEO foi reduzir o número de produtos vendidos pela Apple, tornando fácil escolher um Mac. A partir daí, criou as ramificações para introduzir o iPod, iPhone e iPad, mas sempre manteve a sua principal linha de produtos limitada a apenas algumas opções.

Jobs não fez isso só com a Apple. Ele repassava o conselho a qualquer pessoa que pedisse, inclusive ao presidente da Nike, Mark Parker. “A Nike faz alguns dos melhores produtos do mundo. Produtos que você cobiça. Mas também faz um monte de porcaria. Livre-se do material de baixa qualidade e se concentre nas coisas boas”. Em seguida, a gigante esportiva passou por uma “edição” nos seus produtos, repaginando a marca.

O argumento de Jobs pode ser facilmente aplicado à vida cotidiana: se você tem muitos compromissos, comece a dizer não mais vezes. Livre-se de todas as atividades que não são de grande ajuda em sua carreira e sua vida.

Responsabilidades

É claro que a tarefa de se concentrar no que importa não é das mais fáceis de ser colocada em prática. Jobs tinha um sistema para garantir que as pessoas dariam o melhor de si, que todos trabalhassem no que deveriam e nada mais. Durante reuniões, ele distribuía tarefas, deixando uma pessoa responsável por cada uma delas. A esperança era que, com a delegação adequada, todos iriam trabalhar no que deveriam e não precisariam se preocupar com outras coisas.

Para o resto de nós, a lição é sobre a delegação. A fim de fazer o seu melhor trabalho, você precisa parar de fazer multitarefas e se concentrar em uma de cada vez. Quanto mais coisas você puder delegar, mais tempo você tem para trabalhar no que realmente interessa.

Tenha mais experiências de vida

Entretanto, concentrar-se em suas tarefas não significa que você tem que se excluir do resto do mundo. É surpreendentemente fácil focar e se especializar em uma coisa a vida toda, mas Jobs nos lembra em seu famoso discurso de formatura na Universidade de Stanford que é bom olhar ao redor, às vezes, para ampliar seu conjunto de habilidades.

“A Reed College oferecia naquela época a melhor formação de caligrafia do país. Em todo o campus, cada poster e cada etiqueta de gaveta eram escritas com uma bela caligrafia manual. Como eu tinha largado o curso e não precisava assistir as aulas normais, eu decidi tomar aulas de caligrafia para aprender a fazer isso”, contou. “Aprendi sobre fontes, sobre variar a quantidade de espaço entre diferentes combinações de letras, sobre o que torna uma tipografia boa. Era bonito, histórico e artisticamente sutil de uma maneira que a ciência não pode capturar, e eu achei fascinante”.

Ele continua dizendo que nada daquilo tinha qualquer aplicação prática em sua vida. “Mas, dez anos mais tarde, quando estávamos criando o primeiro computador Macintosh, tudo voltou para mim. Usamos tudo isso no Mac. Foi o primeiro computador com tipografia bonita”, afirmou. “Se eu nunca tivesse deixado aquele curso na faculdade, o Mac nunca teria tido fontes múltiplas ou proporcionalmente espaçadas. E considerando que o Windows simplesmente copiou o Mac, é bem provável que nenhum computador as tivesse. Se eu nunca tivesse deixado a faculdade, eu nunca teria entrado na aula de caligrafia e os computadores poderiam não ter a maravilhosa tipografia que eles têm. É claro que era impossível conectar esses fatos olhando para frente quando eu estava na faculdade, porém isto ficou muito, muito claro olhando para trás dez anos depois”.

A ideia de que a criatividade é sobre ligar pontos não é nada novo e Jobs já falou sobre isto em uma entrevista à revista “Wired”. “Quando você pergunta a pessoas criativas como fizeram alguma coisa, elas se sentem um pouco culpadas porque, na verdade, não fizeram, só viram algo”, garantiu. “Isso porque eles foram capazes de conectar experiências que tiveram e sintetizar coisas novas. E a razão pela qual eles foram capazes de fazer isso foi que eles tiveram mais experiências ou eles pensaram mais sobre suas experiências do que outras pessoas”.

Na mesma entrevista, Jobs lamenta que este perfil de profissional seja algo raro no mercado, sobrando, apenas, pessoas que encontram soluções muito lineares, sem uma perspectiva ampla sobre o problema.

Ou seja: quanto mais diversificadas suas experiências, melhor. Quanto mais tempo e dinheiro você investe em diversificar o que você faz, mais resultados bons terá.

Avalie sua vida diária e mude quando precisar

No mesmo discurso de formatura, Steve Jobs também delineou sua maior motivação na vida: a morte. Isso soa um pouco mórbido, mas é a certeza desta inevitabilidade que o manteve interessado no mundo. “[Desde os 17 anos], eu me olhei no espelho todas as manhãs e me perguntei: ‘Se hoje fosse o último dia da minha vida, eu iria querer fazer o que estou prestes a fazer?’ E se a resposta fosse ‘não’ por muitos dias seguidos, sabia que precisaria mudar alguma coisa”.

 

Para ele, manter em mente que em breve não estaria mais nesse mundo foi a ferramenta mais importante na hora de fazer grandes escolhas. “Quase tudo – expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar – simplesmente some em face da morte, deixando apenas o que é verdadeiramente importante. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração”, concluiu.

Antes de jogar tudo para o alto, calma! O ensinamento de Jobs aqui não é apenas largar o seu emprego e não lavar a louça – todos nós temos dias cheios com coisas que não queremos fazer, contudo, quando esses dias superam os bons, é hora de reavaliar. Se as coisas não estão tão bem, provavelmente é hora de mudar de carreira. [Life Hacker, Wired, Forbes]

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