Quer ter uma boa ideia? Tire férias

Por , em 7.04.2011

Aqui vai uma dica importante: tire férias. E, quando tirar, não fique grudado na internet. Não visite redes sociais, não dê uma corrida ao escritório para ler seu e-mail, não se pendure no telefone.

A razão é simples: quando nos sentimos distantes de nosso trabalho – quando parecemos maravilhosamente bem longe – somos capazes de pensar no trabalho de uma maneira nova. Como resultado, os problemas aparentemente impossíveis – o desafio que você está enfrentando há meses, por exemplo – são subitamente resolvidos.

Veja o exemplo de um experimento recente. Os pesquisadores dividiram aleatoriamente uma dúzia de universitários em dois grupos, os quais foram solicitados a listar os diferentes modos de transporte possíveis. Isso é conhecido como “tarefa de geração criativa”.

A um grupo de estudantes, foi dito que esta atividade foi desenvolvida por alunos da Universidade de Indiana que estudavam fora, na Grécia, enquanto ao outro grupo foi dito que a tarefa foi desenvolvida por alunos que estavam em Indiana mesmo.

À primeira vista, é difícil acreditar que tal distinção aparentemente irrelevante iria alterar o desempenho dos indivíduos. Por que importaria aonde a tarefa foi desenvolvida?

No entanto, houve uma notável diferença entre os dois grupos: quando os alunos foram informados de que a tarefa era importada da Grécia, eles listaram muito mais possibilidades de transporte. Eles não listaram apenas carros, ônibus e aviões; eles citaram cavalos, naves espaciais, bicicletas e patinetes.

Segundo os pesquisadores, como a origem do problema estava longe, os participantes se sentiram menos constrangidos por suas opções de transporte locais. Eles não pensaram apenas em andar por Indiana, mas em torno de todo o mundo.

Em um segundo estudo, os pesquisadores descobriram que as pessoas eram muito melhores em resolver uma série de enigmas quando acreditavam que o problema tinha vindo da Califórnia (3.220 quilômetros de distância), e não de Indiana.

A sensação de distância permitiu que os alunos considerassem um leque muito mais alargado de alternativas, o que os tornou mais propensos a resolver os quebra-cabeças desafiadores. Em vez de desistirem, eles foram capazes de persistir até que a resposta certa aparecesse.

Tudo isso se baseia em um conjunto maior de trabalhos sobre a “teoria do nível interdependente” (TNI), que mostra que a percepção da distância (e pode ser distância geográfica, temporal ou mesmo probabilística) influencia dramaticamente a maneira como pensamos.

A premissa básica da TNI é que as coisas que as pessoas sentem que estão perto são contempladas em termos concretos e literais, enquanto as coisas que elas sentem que estão longe permitem que as pessoas pensem de formas mais abstratas.

E é por isso que férias são tão úteis: quando as pessoas fogem dos lugares onde passam a maior parte do tempo, a mente de repente fica ciente de todas as ideias errantes que tinham previamente suprimido. Nós começamos a pensar sobre possibilidades obscuras. Imagine se você estiver no meio de uma fazenda pensando sobre milho. Milho é comida, planta… Imagine-se agora no meio de uma cidade, com o trânsito explodindo. Milho pode abastecer carros!

No meio de tanto problemas no trabalho, sem nenhum minuto de silêncio, com telefones que não param de tocar, ou e-mails que não param de chegar, as pessoas ficam presas em certos hábitos mentais.

Então aqui vai uma ideia: sente na beira de uma piscina, com um drink na mão, e esqueça todos os seus problemas. De repente, você vai encontrar a resposta que queria o tempo todo. [Wired, Foto]

1 comentário

  • Robert:

    bom seguindo esta premissa, podemos então visualizar o problema, acontecendo em outro local distante ao inves de tirar ferias?

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