Mudar a forma como você se prepara para dormir pode fazer toda a diferença no seu sono

Por , em 27.06.2016

A ciência do sono é a mais recente arma que está sendo usada pela equipe de basquete feminina de Perth, na Austrália. As pesquisas, realizadas pela Universidade da Austrália Ocidental (UWA, na sigla em inglês), estão oferecendo esperança para qualquer um de nós que luta para dormir durante a noite.

Os estudos do sono realizados com o Perth Lynx, o time local de basquete, durante a temporada 2015/16 descobriram que mudar a rotina pré-cama de jogadoras de basquete de alto nível levou a um sono melhor e um melhor desempenho na quadra, uma lição que os pesquisadores dizem que pode ser aplicada a todos nós.

Ian Dunican, do Centro Para a Ciência do Sono da UWA, afirma que o Lynx, vice-campeão na liga feminina nacional de basquete, queria encontrar uma vantagem de desempenho e procurou a UWA no início da temporada para isso.

“Hoje em dia, técnicos e treinadores estão olhando para cada elemento da vida de um atleta e o que contribui para o desempenho de uma equipe dentro e fora de campo”, acredita Dunican. “Nós dividimos a temporada do Lynx em duas metades e, em seguida, observamos os ciclos de sono ou cronotipos ou ritmos circadianos, rotinas pré-cama e o regime de treinos de cada jogadora”.

Rotina antes da cama

Dunican conta que as jogadoras foram equipadas com dispositivos de monitoramento enquanto dormiam e foram convidadas a manter diários detalhados do seu sono, com a modelagem biomatemática sendo usada para analisar os resultados.

“Fomos capazes de dar a cada jogadora um relatório e orientação individual. Ao mesmo tempo que, em geral, as atletas estavam dormindo razoavelmente bem, descobrimos que para aquelas que não estavam atingindo este resultado, mudar a rotina pré-cama foi fundamental”, aponta.

“Isso incluía coisas como desligar todos os aparelhos eletrônicos pelo menos uma hora antes de dormir para acalmar a mente, usar aplicativos de meditação ou atenção plena e dormir em um local tranquilo, o que pode parecer óbvio, mas são todos extremamente importantes”, disse ele.

Uma das principais recomendações que saíram do estudo para o time era que suas sessões de treinamento deveriam ser realizadas na parte da tarde, o que adequaria os ritmos circadianos da maioria das atletas.

O treinador de força e condicionamento do time, Josh Cavanagh, disse que o estudo destacou a importância de rotinas de sono.

“Em termos de viagens e noites passadas na estrada, as pesquisas deram-nos uma ideia melhor de como administrar as horas dormidas durante a mudança de fusos horários, o que nos ajuda a evitar a fadiga de jogos fora de casa”, ressaltou.

Qualidade de vida

A jogadora Natalie Burton diz que o estudo foi benéfico para ajudar a prevenir a fadiga. “Os dados recolhidos a partir dos estudos permitiram que nossos treinadores tomassem decisões informadas em torno do calendário de voos, sessões de treino e períodos de descanso para se certificarem de que estávamos atuando da melhor forma possível e minimizando a fadiga”, relata.

O professor Peter Eastwood, que dirige o Centro Para a Ciência do Sono da UWA, disse que uma ou duas jogadores tiveram resultados sugerindo que elas poderiam estar sofrendo de distúrbios comuns, como insônia, apneia e distúrbio das pernas inquietas, e foram encaminhadas a um médico do sono para acompanhamento.

“Pesquisas realizadas durante os últimos 15 anos resultaram em um crescimento explosivo na nossa compreensão das consequências da falta de sono”, conta o professor Eastwood. “Nós passamos um terço de nossas vidas dormindo, e a maioria de nós acorda no dia seguinte sentindo-se revigorados e descansados, mas para aqueles indivíduos que têm distúrbios do sono ou hábitos de sono pobres, este não é o caso”. [Medical Express]

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