Escudo encontrado em túmulo de guerreiro celta é considerado a descoberta do milênio
Os especialistas ficaram muito animados com a descoberta do túmulo de 2,2 mil anos de um guerreiro celta. Isso porque entre os itens estava um escudo ornamentado da Era do Bronze.
Melanie Giles da Universidade de Manchester, em entrevista ao site Independent, descreveu o escudo como “o mais importante objeto de arte celta britânico do milênio”. A borda recortada do escudo não é comum, ele ainda apresenta um desenho espiral chamado triskele e formas orgânicas como conchas de moluscos. Há também sinais de que ele passou por reparos. O artefato foi feito no período de formação da arte celta, conhecido como La Tène.
A crença popular é de que escudos com face metálica tinham finalidade exclusivamente cerimonial, de acordo com a arqueóloga Paula Ware, ao Yorkshire Post.
No entanto, a pesquisa dos arqueólogos desafia essa percepção, ainda de acordo cm Ware, devido à evidência de uma marca de punção no escudo, típico de espada. Isso, junto com os sinais de reparo, indica que o escudo foi, provavelmente, bastante usado.
O escudo mede 75 centímetros e teria sido feito martelando uma folha de bronze. Se haviam aparatos de couro ou madeira, eles já apodreceram.
Outros elementos encontrados
Além do escudo, no túmulo também foi encontrado o que parece ser uma carruagem com pôneis. No entanto, não é possível afirmar se os cavalos foram sacrificados para o enterro, ou se já estavam mortos.
A presença de armamento, método de transporte e provisões indica como as tribos celtas levavam a sério a passagem para a vida após a morte. A sociedade em que o guerreiro vivia deve ter se preocupado em lhe proporcionar o melhor auxílio possível para o que viria depois.
Estima-se que o homem tivesse 40 anos ou mais, quando morreu entre 320 e 174 a.C. O motivo da morte não foi identificado e não há fortes indícios de que ele tenha sido morto em batalha. Um sepulcro desse tipo nunca havia sido visto no Reino Unido, no entanto uma outra sepultura com cavalos e carruagem foi vista na Bulgária, em 2013. [Science Alert, Yorkshire Post, Independent]