O lugar mais sujo do aeroporto é muito pior do que o banheiro e todo mundo tem que usá-lo

Por , em 6.09.2018
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A área de segurança do aeroporto é extremamente importante, e por isso todo mundo tem que passar por lá.

Também por isso as bandejas de plástico – usadas por milhões de passageiros para deixar seus pertences e passar pelos scanners de raios-X – abrigam uma variedade de germes, incluindo o responsável pelo resfriado comum.

Cientistas da Universidade de Nottingham, na Inglaterra, e do Instituto Nacional de Saúde e Bem-Estar da Finlândia analisaram diversas superfícies tocadas com frequência no Aeroporto de Helsinque, na Finlândia, durante e após o horário de pico no inverno de 2016.

Eles detectaram vestígios de rinovírus, fonte do resfriado comum, e do vírus da influenza A.

Onde?

Tendemos a pensar nos banheiros como os lugares mais sujos de um estabelecimento, mas é bem ao contrário. Limpos com frequência, nenhum desses vírus foi descoberto nos sanitários do aeroporto.

Por outro lado, vestígios de germes foram encontrados em metade das bandejas da área de segurança, mais do que em qualquer outra superfície testada.

Finavia, a companhia que opera o Aeroporto de Helsinque, disse em um e-mail: “Nos aeroportos Finavia, os protocolos de higiene estão de acordo com as exigências das autoridades de saúde – todas as superfícies são limpas diariamente e todas as bandejas de segurança são lavadas regularmente”.

Os resultados do estudo não provam que os vírus encontrados podem causar doenças. Mas pesquisas anteriores já mostraram que micróbios podem sobreviver em várias superfícies por vários dias.

Os cientistas recomendam que os passageiros lavem as mãos adequadamente e tussam em um lenço, especialmente em lugares públicos, para ajudar a minimizar o risco de contágio. “Essas precauções simples podem ajudar a prevenir pandemias e são mais importantes em áreas populosas, como aeroportos que têm um alto volume de pessoas viajando para e de muitas partes diferentes do mundo”, disse Jonathan Van-Tam, professor na Universidade de Nottingham.

Melhores estratégias

O novo estudo pode ajudar a melhorar as estratégias de saúde pública na luta contra a propagação de doenças infecciosas em todo o mundo.

Também poderia ajudar a educar as pessoas sobre a propagação das infecções que tentamos evitar a cada inverno. Muitas das superfícies que tocamos diariamente abrigam e podem espalhar germes, como telefones celulares e esponjas de cozinha. E viagens aéreas são conhecidas por acelerar a disseminação mundial de doenças como a gripe.

A União Europeia financiou um projeto de pesquisa, chamado Pandhub, sobre a prevenção da disseminação de patógenos de “alta ameaça” através do transporte público, e o estudo da Universidade de Nottingham e do Instituto Nacional de Saúde e Bem-Estar da Finlândia faz parte desse projeto.

“A presença de micróbios no ambiente de um aeroporto não foi investigada anteriormente”, disse Niina Ikonen, especialista em virologia do instituto finlandês, acrescentando que os resultados proporcionaram novas ideias para melhorias técnicas no design e reforma desses locais.

Os resultados foram publicados na revista científica BMC Infectious Diseases. [NYTimes]

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