Esse mapa interativo mostra o tamanho real do Brasil em comparação com outros países (e não o tamanho de mentira que você vê no mapa-múndi)

Por , em 10.06.2020

O mapa-múndi com o qual você provavelmente está familiarizado é chamado de “Projeção de Mercator”. Ele é ótimo para várias coisas, mas não para indicar o tamanho correto dos países.

Isso não é intencional; cartógrafos ao longo dos séculos já tentaram criar diversas formas de projetar a Terra em uma superfície plana, uma tarefa que naturalmente apresenta uma série de desafios.

Em outras palavras, o mundo é redondo e 3D e é complicado para caramba retratá-lo fielmente em uma superfície plana e 2D. Todo e qualquer mapa vai ter um probleminha aqui ou outro ali, dependendo do seu foco. Enquanto a Projeção de Mercator exagera regiões longe do equador, a Projeção Descontínua de Goode, por exemplo, mostra os continentes dimensionados adequadamente, mas com muitas interrupções e distorções de distância.

“Corrigindo” Mercator

A Projeção de Mercator, elaborada em 1596 pelo geógrafo, cartógrafo e matemático Gerhard Mercator, foi a primeira representação cartográfica que abrangeu todo o globo terrestre.

Ela é excelente para o seu propósito: navegação. Como uma bússola, ela é ótima porque preserva a orientação entre quaisquer dois pontos, tornando-se um padrão em navegação náutica.

Só que o mapa também é muito distorcido. Nele, o Alasca parece maior do que o Brasil, enquanto na realidade o Brasil é cinco vezes maior que o Alasca. Já a África, cerca de 14 vezes maior do que a Groenlândia, tem quase o mesmo tamanho que ela na projeção.

Para que você possa comparar o real tamanho dos países, o site “The True Size Of…” te deixa selecionar qualquer um deles e arrastá-lo para todos os cantos do globo. Por exemplo, dê uma olhada no tamanho do Brasil em relação a boa parte da Europa:

Esse mapa interativo é baseado na Projeção de Gall-Peters, um mapa retangular que prioriza dar às áreas os tamanhos corretos em relação umas às outras. Delicie-se nessa representação, mas por favor não a utilize para navegar o Atlântico. [IFLS]

2 comentários

  • ENAX:

    No outro dia fiz um comentário sobre a pandemia que tem muito a ver com este artigo. Se você comparar o número de casos ou de mortes no Brasil com o número de casos e mortes na Europa somando a população de cada país europeu até completar a população brasileira você concluirá que aqui a pandemia fez muito, mas muito menos estrago. Comparar simplesmente o número de casos sem se preocupar com a população total é o mesmo que comparar a riqueza de um país sem ver a renda per capita. Existe muita política e muitos interesses espúrios, nada científicos, na área da saúde, o que pode ser constatado com este mapa.

    • Cesar Grossmann:

      Tem também muitos interesses espúrios nas análises de dados feitas pelos negacionistas. Tem regiões no Brasil onde a epidemia mal começou, e outros onde ela está galopante, colocando de joelhos o sistema de saúde. Agrupar estas regiões todas juntas, como se fossem a mesma coisa, é absurdo, e leva a equívocos. Os países europeus são bem menores, e não servem de comparação país-país, mas país europeu-região brasileira.

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