Esse maravilhoso vídeo de Marte levou três meses para ser feito

Por , em 22.03.2017

Viajar para Marte parece algo muito legal, mas, se você de fato estivesse em uma espaçonave circundando o Planeta Vermelho, não teria uma boa visão.

A atmosfera empoeirada do planeta provavelmente obscureceria quaisquer vistas de seus vales profundos e belas montanhas. O que fazer, então, para de fato poder apreciar a paisagem marciana?

“A melhor maneira de ver a superfície do planeta seria fazer uma imagem digital e aprimorá-la em seu computador”, explica o geólogo planetário Alfred McEwen, pesquisador principal da Experiência de Ciência de Imagens em Alta Resolução da NASA.

HiRISE em vídeo

Nos últimos 12 anos, a poderosa câmera HiRISE captou 50.000 imagens espetaculares de alta resolução do terreno marciano, criando anáglifos que qualquer pessoa pode ver em 3D usando óculos especiais.

Os estereogramas altamente detalhados descrevem a superfície de Marte em detalhes notáveis, mas os óculos 3D nem sempre estão disponíveis, e as imagens só podem nos dizer algumas coisas sobre a variada topografia do planeta.

Para apreciar plenamente a paisagem marciana, é preciso dimensão e movimento. No vídeo abaixo, o cineasta finlandês Jan Fröjdman fez exatamente isso – transformou as imagens do HiRISE em uma visão dinâmica, tridimensional e panorâmica do Planeta Vermelho, sem necessidade de óculos.

O trabalho

Para Fröjdman, criar o efeito foi como montar um quebra-cabeça. Ele começou colorindo as fotografias, uma vez que o HiRISE captura imagens em escala de cinza.

Em seguida, ele identificou traços distintivos em cada um dos anáglifos – crateras, cânions, montanhas – e combinou-os em pares de imagens.

Para criar o efeito 3D panorâmico, ele “costurou” todas as imagens ao longo de seus pontos de referência, renderizando-as como frames em um vídeo. “Foi um processo muito lento”, contou o finlandês.

Alguns recursos geográficos deram mais trabalho do que outros para renderizar. As regiões planas requerem algumas centenas de pontos de referência, enquanto as topograficamente complexas podem precisar de milhares.

A mão

Fröjdman não conhecia nenhum software que fizesse esse trabalho, então o entusiasta selecionou a mão mais de 33.000 pontos de referência – uma tarefa que levou três meses para ser concluída.

Segundo McEwen, existe de fato um software para isso. O fato de que Fröjdman utilizou uma abordagem mais caseira, no entanto, só torna seu trabalho ainda mais cativante. [Wired]

Deixe seu comentário!