Cientistas observam galáxia mais distante já encontrada

Por , em 6.03.2016

A foto acima foi divulgada pela Agência Espacial Europeia (ESA). Nela, podemos observar a galáxia mais distante conhecida, identificada como Galáxia GN-z11.

A GN-z11 foi observada pelo Telescópio Hubble, da ESA em parceria com a NASA. Com a ajuda de um fenômeno chamado de lente gravitacional (uma espécie de lente de zoom natural), o telescópio já nos presentou com muitas imagens incríveis do espaço distante.

Mas essa nova fotografia é a mais impressionante de todas, simplesmente porque quebrou todos os recordes de distâncias cósmicas existentes.

400 milhões de anos após o Big Bang

A parte mais difícil não foi fazer a foto, mas sim medir de forma confiável a distância que ela cobre. Em outras palavras, é “fácil” saber que algo é mais longe do que qualquer outra coisa, mas não por quanto.

Usando uma nova técnica de análise de cor, os pesquisadores foram capazes de afirmar que a GN-z11 é a galáxia mais remota já vista, existindo apenas 400 milhões de anos após o Big Bang. Isso quebra o recorde anterior de galáxia mais distante por mais de 150 milhões anos a partir do Big Bang.

Para ter uma noção melhor do que essa distância significa, confira no vídeo abaixo a ampliação da galáxia através da Ursa Maior:

Isso é tão distante que o Hubble, ou qualquer outro telescópio, não deveria ser capaz de vê-la. Somente o novo telescópio James Webb deveria poder atravessar esta distância, o que significa que, mesmo prestes a ser substituído, o Hubble ainda tem alguns truques inesperados na manga. Imagine que futuro brilhante não teremos com o James Webb.

Mais surpresas

A equipe internacional de astrônomos também disse que, embora extremamente fraca, a galáxia é extraordinariamente brilhante considerando sua distância da Terra. A medição da distância da GN-z11 fornece forte evidência de que outras galáxias excepcionalmente brilhantes encontradas em imagens anteriores do Hubble estão realmente a distâncias enormes, o que pode nos dar novas informações sobre as primeiras galáxias que se formaram no universo.

“A descoberta da GN-z11 foi uma grande surpresa para nós, já que nossos trabalhos anteriores haviam sugerido que essas galáxias brilhantes não deveriam existir tão cedo no universo”, disse Marijn Franx, membro da equipe da Universidade de Leiden.

A galáxia é 25 vezes menor do que a Via Láctea e tem apenas 1% da massa da nossa galáxia em estrelas. No entanto, o número de estrelas nela está crescendo rapidamente: a galáxia está formando novas a uma taxa cerca de 20 vezes maior do que a Via Láctea hoje.

Esta alta taxa de formação de estrelas torna a GN-z11 brilhante o suficiente para o Hubble vê-la e realizar observações detalhadas. [Gizmodo, Hubble]

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