Esta mulher viveu sem pulmões por seis dias

Por , em 31.01.2017

Graças a ousadia de alguns médicos, a vida de uma mulher perdendo uma batalha contra uma infecção grave foi salva.

Os profissionais decidiram tomar um passo revolucionário e realizar um procedimento inédito: eles a mantiveram viva por seis dias sem pulmões, até que ela pudesse receber um transplante.

Resistência a antibióticos

Melissa Benoit nasceu com fibrose cística, uma doença genética que causa um acúmulo de fleuma nos pulmões.

Em abril do ano passado, a mãe de 32 anos de idade chegou ao Hospital Geral de Toronto, no Canadá, com uma grave infecção pulmonar.
Ela sofria de infecções regulares desde os seus vinte anos. No entanto, a bactéria tinha desenvolvido resistência à maioria dos antibióticos. Melissa piorou tanto que sua forte tosse chegou a fraturar suas próprias costelas.

Seus pulmões inflamados começaram a se encher de sangue, pus e muco, diminuindo a quantidade de ar em seus pulmões, em um estado semelhante a uma pessoa se afogando.

O sinal do fim

Apesar dos melhores esforços dos médicos, a situação se tornou ainda mais grave quando Melissa caiu em choque séptico, com níveis de oxigênio tão baixos que nem mesmo um sistema de ventilação foi suficiente para normalizá-los.

Seus outros órgãos começaram a falhar. Além disso, ela foi colocada em diálise renal enquanto recebia medicamentos para pressão arterial e uma última série de antibióticos fortes de último recurso.

Chegou ao ponto no qual os médicos decidiram que sua única esperança era remover urgentemente seus pulmões, a fonte de sua infecção bacteriana profunda. No entanto, não havia nenhum doador disponível para um transplante imediatamente.

A decisão ousada

Sem desistir da vida de Melissa, os médicos tomaram a corajosa e arriscada decisão de realizar uma operação que tinha sido previamente apenas teorizada: remover ambos os pulmões, apesar de nenhum outro estar disponível ainda.

Uma equipe de 13 profissionais realizou a cirurgia de nove horas em Melissa. Seus pulmões estavam tão cheios de muco e pus que estavam “tão duros quanto bolas de futebol”, segundo o Dr. Shaf Keshavjee, cirurgião-chefe.

Poucas horas depois de os pulmões serem removidos, sua condição melhorou notavelmente. O estado de seus principais órgãos melhorou drasticamente e ela já não precisava mais de medicação para pressão arterial.

Seu corpo foi ligado a dois circuitos de suporte de vida, nos quais ela viveu por seis dias. Um deles era um pequeno pulmão artificial portátil conectado por artérias e veias ao coração, que adicionava oxigênio ao seu sangue e eliminava dióxido de carbono. O outro era uma bomba para ajudar com a troca gasosa e circulação do sangue.

Sucesso

Seis dias depois, Melissa já estava estabilizada e um par de pulmões de um doador se tornou disponível.

Assim, ela recebeu o transplante. “O procedimento não foi complicado porque metade dele já tinha sido feito”, disse o Dr. Marcelo Cypel, outro membro da equipe. “Seus novos pulmões funcionaram lindamente e se inflaram facilmente”.

Melissa ainda está se recuperando e recebendo diálise renal. No entanto, seu progresso desde abril é excelente. Ela está de volta em sua casa, seu cabelo está crescendo, e ela já é capaz de andar sozinha e brincar com sua filha – tudo graças a esta cirurgia inovadora. [IFLS]

3 comentários

  • Erlon Pereira:

    Dou palmas para os médicos que conseguiram salvar ela, e também para a tecnologia que usaram nela.

  • David Almeida:

    Me impressiona o trabalho dos médicos que não deram o caso como perdido. Parabéns

  • Johny Ted:

    Fantástico! Fantástico! Fantástico!

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