Estes desenhos gigantes recém-descobertos estiveram escondidos por milhares de anos

Por , em 9.04.2018

Mais de 50 novos desenhos gigantes, conhecidos como linhas de Nazca, foram descobertos por arqueólogos no Peru.

A maioria desses misteriosos geoglifos foi criada pelo povo de Nazca, que viveu na área de 200 a 700 dC, assim como os outros desenhos já famosos da região.

No entanto, alguns são séculos mais antigos, de forma que os pesquisadores acreditam que foram feitos pelos povos de Paracas e Topará, que viveram ali por volta de 500 aC a 200 dC.

As linhas de Nazca

As obras são chamadas de linhas de Nazca porque, normalmente, parecem apenas linhas quando olhamos para elas do chão. É preciso olhá-las do alto para discernir seus padrões, e é por isso que toda a sua glória não foi bem compreendida até depois da invenção dos aviões.

Os desenhos gigantes são criados através da eliminação da camada superior de pedras vermelhas do deserto, para revelar uma camada mais pálida abaixo. O contraste elucida a figura.

Esses geoglifos abrangem vastas extensões do deserto de Nazca, entre as cidades de Nazca e Palpa.

Alguns são formas geométricas, outros são linhas simples e alguns são representações elaboradas de animais e objetos.

Nova perspectiva

Os antigos geoglifos de Paracas eram frequentemente feitos em encostas, o que significa que, da perspectiva correta, podiam ser vistos por pessoas no solo. Também costumavam retratar humanos, em contraste com as formas mais geométricas do povo de Nazca.

A maioria das figuras recém-descobertas de Paracas retrata guerreiros, e antecedem as linhas de Nazca por séculos.

“Isso significa que é uma tradição de mais de mil anos que precede os famosos geoglifos da cultura de Nazca, o que abre as portas para novas hipóteses sobre sua função e significado”, afirmou o arqueólogo Johny Isla, do Ministério da Cultura do Peru, ao portal National Geographic.

Preservação

Isla é encarregado de preservar as linhas de Nazca. Em 2014, um protesto do Greenpeace perto de um famoso desenho de beija-flor danificou a área protegida pela UNESCO.

Desde então, Isla e sua equipe receberam ajuda financeira do governo dos EUA para auxiliar na conservação da região.

Ao lado de Luis Jaime Castillo Butters, professor de arqueologia da Pontifícia Universidade Católica do Peru, Isla e seus colegas estão em processo de mapear a região, o que apresenta vários desafios.

Felizmente, eles tiveram ajuda da iniciativa GlobalXplorer, que recruta cidadãos e cientistas amadores para vasculhar imagens de satélite em busca de locais de interesse – no caso do Peru, potenciais sítios arqueológicos ou evidências de destruição e intervenção humana.

A descoberta

Usando as dicas do GlobalXplorer, Castillo visitou fisicamente os locais, encontrando pouca coisa.

A equipe então visualizou a região com drones, revelando dezenas de geoglifos que ninguém havia notado antes.

Degradação e erosão ao longo do tempo haviam escondido essas linhas, mas, com os drones, mais leves e acessíveis do que os aviões, elas foram redescobertas.

Embora os novos desenhos estejam dentro do local protegido pela UNESCO entre Nazca e Palpa, ainda precisam ser registrados pelo governo peruano.

Embora não estejam sob ameaça imediata, dados de satélite continuarão servindo como apoio para proteger os glifos de invasão humana não planejada, um dos maiores problemas que essas obras enfrentam. [ScienceAlert]

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