Afinal de contas, desconhecidos ajudam pessoas em perigo ou não? Estudo responde

Por , em 24.07.2019

O maior estudo do tipo traz uma ótima notícia para aqueles que perderam a fé na humanidade: a maioria das pessoas ajuda quem sofre uma agressão em espaços públicos. O trabalho analisou centenas de imagens de câmeras de segurança de ruas de três cidades, e estudou a reação dos transeuntes que testemunharam brigas.

Os resultados foram publicados na revista American Psychologist e contrariam a crença geral de que desconhecidos não se intrometem em dificuldades alheias. O interessante é que uma das cidades analisada é famosa por sua falta de segurança, e mesmo lá as respostas positivas foram observadas.

Os cientistas sociais das universidades de Copenhagen (Dinamarca), Instituto de Estudo de Crime e Aplicação de Leis da Holanda (Países Baixos) e a Universidade de Lancaster (Reino Unido), responsáveis pelo trabalho observaram que pelo menos uma testemunha tentou ajudar a vítima ou acalmar o agressor.

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Foram examinadas as imagens de 219 brigas ou discussões no centro de Amsterdam (Holanda), Lancaster (Reino Unido) e Cidade do Cabo (África do Sul).

Nas imagens, o homem de branco agride outro homem no chão enquanto um homem observa. Dali a pouco outras pessoas interferem: o homem de preto segura o agressor enquanto a mulher se coloca entre os dois envolvidos, com os braços erguidos

“De acordo com saberes populares, o não-envolvimento é a reação padrão de testemunhas de emergências públicas. Contrariando esta visão, o estudo atual transnacional de dados de vídeo mostra que a intervenção é a norma em conflitos agressivos reais”, diz o pesquisador principal, Richard Philpot, das universidades de Lancaster e de Copenhagen.

“O fato de que os transeuntes são muito mais ativos do que pensamos é uma história positiva e que traz segurança para vítimas em potencial de violência. Precisamos desenvolver esforços de prevenção de crimes que se baseiam na boa vontade de transeuntes de interferir”, argumenta ele.

As imagens das câmeras das três cidades registraram as seguintes reações: em 91% dos conflitos, as testemunhas tentaram acalmar o agressor com gestos com as mãos, bloquearam fisicamente o agressor, ou então consolaram a vítima. Em apenas 9% dos casos as pessoas que viram a cena não fizeram nada.

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A pesquisa também mostrou que as vítimas tinham mais chance de receber ajuda se houvesse um grande número de testemunhas na região.

O mais interessante é que as três cidades estudadas tiveram os mesmos resultados, sem diferença de taxa de interferência entre as cidades mais seguras e a mais perigosa. Isso sugere que a vontade de resolver conflitos alheios é uma característica humana, provavelmente com origem evolutiva. [Good News Network, Lancaster University]  

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