Cientistas em polvorosa por causa de pico no LHC
No último mês de dezembro, os experimentos de detecção de partículas Atlas e CMS mostraram os primeiros indícios de uma nova partícula massiva com estado final com dois fótons de massa combinada de 750 GeV.
Agora, físicos estão apresentando suas primeiras análises sobre esse mistério na conferência Moriond, na Itália. Depois de muita investigação, os dois experimentos chegaram à mesma conclusão: a batida detectada pelo Grande Colisor de Hádrons (LHC, em inglês), um acelerador de partículas gigantesco que fica na fronteira entre a França e a Suíça, ainda está lá.
“Recalibramos nossos dados e melhoramos nossas análises. Esses são os melhores e mais refinados resultados que temos. Mas ainda estamos trabalhando com a mesma quantidade de informações que coletamos em 2015. Nesse ponto, apenas mais dados podem fazer uma diferença significante na nossa pesquisa”, diz Lívia Soffi, pós-doutora da Universidade de Cornell (EUA).
Questão de estatística
Os físicos do LHC têm ferramentas poderosas para investigar os mistérios do universo: um acelerador de partículas de 27km; detectores de partículas enormes e intrincados; uma rede mundial de centros de computação. Agora eles só dependem de uma coisa: estatísticas.
Muitos questionam se esse resultado não vem de erros nas estatísticas ou se isso é realmente uma evidência de uma nova partícula mais pesada que o Bóson de Higgs, descoberto em 2012.
A batida
“Na física vemos excessos por conta da flutuação estatística. Neste momento estamos no limite da nossa sensibilidade e não podemos confirmar ou excluir qualquer batida que observamos até que tenhamos mais dados”, diz Massimiliano Bellomo, da Universidade de Massachusetts (EUA).
Uma pequena batida não significa nada, mas quando experimentos independentes começam a mostrar a mesma batida várias vezes, há motivo para empolgação.
“Vi essa flutuação enquanto fazia minha tese de PhD e achei que não era nada”, diz Soffi. “Agora CMS e Atlas verificaram o mesmo resultado. Isso poderia ser coincidência. Mas se continuar aparecendo, podemos ter alguma coisa importante nas mãos”.
Físicos do Atlas reexaminaram dados coletados da primeira análise do LHC para ver se essa batida apareceria de novo. Eles fizeram duas buscas diferentes, com métodos ligeiramente diferentes. Em uma delas, viram o excesso de fótons de 750 GeV, mas na outra não viram nada de diferente.
Agora os físicos devem analisar o imenso número de dados coletados pelo LHC em 2016. [Science Daily]