Existe ciência na arte divinatória?

Por , em 20.01.2013

Atendendo, mais uma vez ao questionamento dos leitores, retorno ao tema da futurologia x arte divinatória, em virtude de alguns e-mails, de leitores que são astrólogos, reclamando de meu artigo anterior – afinal astrologia é ciência ou não? E nas demais artes divinatórias – não existe nem um pouco de ciência?

Recordando que em nosso artigo da semana passada discorremos sobre as principais diferenças entre futurologia e arte divinatória:

1. Futurologia é uma ciência cujo foco de estudo é o futuro. Busca antecipar-se ao que pode acontecer no futuro usando para isso a observação, a lógica – e consequentemente – a razão. Vale-se de uma linguagem clara e objetiva sendo geralmente apoiada por índices de probabilidade.

2. As artes divinatórias buscam prever o futuro valendo-se de forças ou poderes sobrenaturais, tendo como base um oráculo e/ou recursos “místicos”, tais como bolas de cristal, cartas de tarô, búzios, tábuas ouija, pêndulos, etc. Sua linguagem é geralmente simbólica, cifrada ou hermética e fundamenta-se na fé de seus praticantes pela respectiva arte.

Tendo o intuito aqui de efetuar as devidas diferenciações, inicio com um conceito bastante elementar de ciência (existe muito mais nessa cornucópia):

Ciência é o conjunto do conhecimento humano dotado de objetividade e universalidade, socialmente adquirido, historicamente acumulado sujeito à comprovação feita pela observação e/ou experimentação e/ou pela evidenciação lógica (leia-se aqui o uso do rigor matemático) – não se admitindo, portanto, argumentos de autoridade.

Um dos exemplos mais gritantes do efeito desastroso que o argumento de autoridade pode provocar é o caso da defesa de Aristóteles e Claudius Ptolomeu ao Geocentrismo. Naquela época, quem ousaria discordar? Por séculos esse equívoco perdurou.

Atualmente todo o conceito novo é examinado exaustivamente pela comunidade científica e posto à prova antes de receber a chancela de “conceito científico” – não importa quem seja o seu autor.

Aliás, quando mais “importante” for o autor do artigo maior é a “gana” com o qual ele será examinado.

Imagine meu prestígio se eu conseguir provar matematicamente (ou pela experimentação ou pela observação de algum fenômeno cósmico) que a Teoria Especial da Gravitação de Einstein apresenta erros formais. Uau! Prêmio Nobel para mim!

Logo: argumento de autoridade não é científico.

Da mesma forma que juízo de valor:

Por exemplo:

A ideia de que a vaca é sagrada não é científica.

O conceito de “sagrado” é juízo de valor – é subjetivo, é argumento de autoridade (alguém muito sábio e/ou muito importante afirmou isso). E também não é universal – com todo o respeito aos praticantes, a vaca é sagrada apenas entre os hindus.

E por aí vai.

Voltando à astrologia:

Mesmo que o mais importante cientista dê seu testemunho de que a astrologia “funciona” e de que seu mapa astral evitou que ele morresse de um derrame, a astrologia não seria classificada como ciência (que meus caros leitores astrólogos me perdoem se estou estragando seu mercado).

Mais uma vez:

A ciência não admite argumentos de autoridade.

Não existem evidências científicas da influência dos astros sobre a vida das pessoas.

Sou sagitariano, logo Júpiter me influenciou no instante em que nasci.

No instante de meu nascimento, o efeito, por exemplo, do campo gravitacional do médico obstetra é muito maior do que o do campo gravitacional de Júpiter. Isso por que o médico estava muito mais perto de mim do que Júpiter. Isso é provado matematicamente pelas leis da gravitação Universal.

Então não é a gravidade que influencia. O que influencia então?

Mesmo que o astrólogo tenha que realizar observações astronômicas complexas, executar cálculos sofisticados – não existem evidências causais entre o “destino” de uma pessoa e as posições relativas dos planetas em “casas” específicas de arranjos meramente visuais de estrelas muitíssimo distantes uma das outras – coisa que chamamos de constelações.

E isso se aplica às demais artes divinatórias.

Quando não são comprovadas as relações causais entre o fenômeno oracular observado (sorteio de cartas de um baralho, movimento de astros, de pêndulos, etc.) e o futuro previsto para o consulente, essas previsões não poderão ser intituladas de científicas.

Simples assim.

Em minhas palestras sobre o Método Científico, muitos de meus alunos questionam esse ceticismo da ciência, como se fosse um empecilho à criatividade e à imaginação.

O ceticismo é uma poderosa ferramenta da ciência desde que aliado à observação criteriosa, à inteligência, à razão e à experimentação. Duvidar por duvidar é tão estéril quanto acreditar por acreditar.

Eu vou duvidar até o instante em que conseguir a comprovação. Se não, vou continuar duvidando.

Evidentemente não vou julgar ninguém pelo fato de acreditar em horóscopo. Cada um tem a liberdade de acreditar no que quiser.

E afinal, emitir juízo de valor pode ser eminentemente humano, mas não é – em absoluto –
científico.

-o-

[Imagem: Tarot de Inspire Kelly]

 

[Leia os outros artigos de Mustafá Ali Kanso]

 

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37 comentários

  • Genioso Irreligioso:

    “2. As artes divinatórias buscam prever o futuro valendo-se de forças ou poderes sobrenaturais… ”

    Certa vez na t.v. o apresentador perguntou à “Mãe Dináh” se a Xuxa continuaria trabalhando na Globo no ano seguinte… ela respondeu: “Sim”! Xuxa realmente continuou na Globo no ano seguinte; tanto que está lá até hoje… ela tinha 50% de chance de ficar e 50% de chance de sair; a suposta vidente tinha 50% de chance de chutar e acertar; acertou e deve se gabar até hoje de seus supostos “poderes sobrenaturais”kkk… 😉

  • José Edmilson:

    O mesmo conceito supracitado sobre ciência é o que utilizo para estudar o tarô. Um conceito não exclui o outro. Relembrando minha postagem: nenhuma arte divinatória funciona sozinha mas completam-se. Assim se uma pessoa diz prever o futuro mas não conhece uma grande quantidade de conceitos em varias artes divinatórias ele não está apto a praticá-la. Se for só astrólogo não é bom profissional, se for só tarólogo vale o mesmo conceito. Outro absurdo foi dito que a bola de cristal é um objeto com propriedades apenas místicas é o mesmo que ignorar por exemplo a composição de vários instrumentos ou dispositivos usados como objetos científicos. É bom lembrar que para sociedade antiga o valor da ciência estava resumido principalmente ao pensamento filosófico de Aristóteles e que era tido como verdadeiro. Pelo respeito a ciência vamos parar de citar casos dessa astrologia arcaica que acredita que os astros influenciam o destino de cada indivíduo. Minha visão de Astrologia é outra muito parecida com a da ciência que é a de experimentação. Se a Futurologia for tão precisa, tão matemática, tão científica peço a algum especialista que por gentileza me envie apenas uma vez os números que serão sorteados na próxima loteria, no próximo sorteio. Ou pra ser mais preciso, quais os dados matemáticos, as estatísticas que apontam que os ganhadores anteriores da loteria ganharam a bolada usando dicas da futurologia. Não há dados nenhum mostrando técnicas usadas pela futurologia para garantir o acerto nas loterias apenas com palpites iguais ao resultado. Assim esta astrologia mais arcaica(não científica) ou a futurologia ficam no mesmo patamar de crendice.

    • Eduardo Dutra:

      A Futurologia e a Astrologia possuem objetivos diversos. A primeira procura, essencialmente, identificar padrões a fim de predizer tendências futuras em um âmbito mais amplo e não se restringe nem foca em eventos isolados, como prever os números da Mega-Sena. Embora já existam algoritmos para prever, com base nos dados de sites de busca, a chance de ocorrer uma epidemia em um país, dificilmente você verá algum algum artigo prometendo trazer seu amor de volta em 3 dias.

  • Décio Luiz:

    Olá, professor. Abraço.
    Na berlinda a possibilidade expressa na frase – O melhor foi feito no futuro -(Patinhas e outs.), “marca registrada” de Diana Pequeno (Um Sinal de Amor e de Perigo)……

  • Décio Luiz:

    Olá, professor. Abraço.
    Na berlinda a possibilidade expressa na frase “o melhor foi feito no futuro”(Patinhas e/ous.), “marca registrada” de Diana Pequeno (Um Sinal de Amor e de Perigo)….

  • Cleber Mota:

    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    É lamentável que vocês ainda continuem com esses debates de que a ciência é certa e as religiões estão erradas e vice-versa. Assim como existem fenômenos que para ciência é um mistério, como por exemplo: O Big-bang, matéria e energia escura, Bóson de Higgs… existem fenômenos que as religiões podem explicar. O quê os diferenciam em termos de comprovação são as técnicas utilizadas, onde, uma usa a lógica e a outra usa a percepção sensorial para comprova-los. Acredito na harmonização dessas duas classes e quando isso acontecer, não haverá mais preconceitos.

  • agfn:

    Para falar em astrologia com uma visão positivista e mecanica de mundo é muito difícil. Primeiro seria importante dizer que não há astrologia, mas astrologias, e poderiamos dizer inclisive que a “ciência astronomia” é uma forma moderna de “astrologia” que acreditamos ser “verdade”. Existem diversas astrologias pelo mundo, cada cultura construiu a sua. Poderíamos mesmo dizer que a astrologia, como qualquer outra forma de conhecimento/arte humana é uma produção cultural. E um elemento comum entre as astrologias é a sua relação dos fenómenos celestes observados com o meio humano. Assim quando estudamos “cientificamente” a astrologia, vamos estudar invariavelmente aqueles que a produziram. E ao contrário de muitos meios científicos ocidentais, os astrologos são muito conscientes disso. A ideia comum na astrologia ocidental tradicional e comum em alguns tipos de astrologia de ser possível o conhecimento sobre a vida de uma pessoas pela carta natal só é possível com o desenvolvimento, ainda que rudimentar, da noção de individualidade, e como essa noção foi construída historicamente, as astrologias nem sempre foram como são hoje. Isso é ciência não é ?! Um outro ponto universal nas astrologia talvez seja o holismo, de onde se derivaria a noção de que “o universo influi na vida da pessoa”. A astrologia possui muitos aspectos, dimensões e é um reducionismo achar que a astrologia é ou não é ciência. Mesmo a definição de ciência é questionável epistemologicamente, talvez seja mais interessante dizer em ciências… Foi mérito dos astrólogos a definição de 4 estações do ano, ou a definição de ano, não foi, ou eles adivinharam isso também?

  • José Edmilson:

    Sou estudioso do assunto “artes divinatórias” há mais de vinte anos, já fiz participações em programas de Tv e rádio e me dediquei uma época a prestar serviços a consulentes exercendo a atividade de tarólogo. Por isso, sendo uma testemunha do fenômeno das previsões tenho experiência para falar sobre o assunto.
    Quase sempre existe dois tipos principais de pessoas que emitem opiniões a respeito das artes divinatórias: o primeiro exerce atividades afins e acredita que o fenômeno das previsões têm relação com poderes sobrenaturais( o que é bobagem, aqui se encontra a maioria dessas supostas cartomantes, videntes e pessoas bem intencionadas ou não. Porém não basta boas intenções tem que se capacitar para exercer a atividade corretamente, não basta ter só intuição de gênio porque o processo não é apenas natural)e o segundo tipo é o daquele que exibe diplomas e títulos em outras áreas e isso pra muitos aparenta autoridade no assunto(outra bobagem). A matéria supracitada do site parece ter sido escrita sobre a ótica dessa segunda espécie de opinião, ou seja, qual o grau de experiência de observação do fenômeno das previsões essa pessoa tem para julgar todo um processo como mera superstição ou coisa de charlatão. Afirmo que o assunto é mais complexo mesmo pra quem já o vem estudando há muito tempo e não basta apenas citar casos de supostas madames e cartomantes sei lá das quantas para negar todo o processo. O Tarô, a Bola de Cristal e a Astrologia não são em si capazes de prever o futuro mas dentro de um aspecto mais geral podem sim funcionar como diretrizes para orientar as pessoas quanto ao seu futuro. É uma pena que pessoas tão cultas e cheias de diplomas não procurem estudar os assuntos de modo mais profundo e tentem peneirar o que é real do que é mito. A postagem funciona assim como um serviço de desinformação ao público do site em nome da ciência.
    Esse fenômeno das previsões ainda não está bem esclarecido mas é preciso estuda-lo porque é mais real que se pensa.

  • Vitor Vitali:

    Como muitos disseram, astrologia e tarô não são feitos e nem servem para prever o futuro. Só reiterando.

  • Matianelus:

    “.., podemos constatar que há uma diferença crucial entre esses objetos [quânticos] e aqueles trabalhados pela física clássica: as entidades quânticas nascem com a teoria. Não são entidades das quais o cientista se acerca, analisa e passa a descrever as propriedades. Seus atributos e tudo o que deles se conhece estão determinados desde o princípio; eles são nomológicos, dados por leis físicas (Toraldo di Francia 1981, p. 222; 1978). … Neste sentido, as propriedades que caracterizam (definem) essas entidades [quânticas] são todas essenciais, e não contingentes.”
    (KRAUSE, 2002, p. 7
    Algo de familiar com a sujetividade e contingência das intuições divinatórias? Lógica pode ser medida, definida e aplicada mas como medir e definir coisas contingentes?

  • jodeja:

    A própria palavra divinatória vem de divino, logo, humano não pode adivinhar. Há técnicas que podem deduzir o que pode ou não acontecer. Agora, há pessoas que têm um dom que a ciência ainda não explica, um dia, quem sabe?

    • Shilik@:

      A ciência para explicar os dons das pessoas, deverá mergulhar fundo não só na teoria mas como na pratica também, pois sem isso vão viver a vida no achômetro. Dependendo da adivinhação, nós podemos até adivinhar, vejamos: Adivinha o que eu ganhei de presente? Se a pessoa mais ou menos imaginava, logo vai dizer. Agora, eu como umbandista recebo intuição e dependendo as passo. Quem não tem conhecimento de causa no assunto, pode até achar um absurdo eu saber e apontar. Porém,eu só sou o veículo da intermediação, recebo e passo a informação. Assim, o teor da informação passada por entidades luz é que deixa as pessoas griladas. Como eles sabem disso e daquilo. Para isso que são Entidades de Luz, são guias, caboclos e tantos outros. Lembre-se que a luz reflete adiante e para trás. Há um tempo atrás até eu ficava procurando entender, como essa energia da informação se propagava no espaço. Nós temos um banco de dados enorme com certeza.

  • Leonardo da Costa:

    Em primeiro lugar, astrologia NÃO é arte divinatória, pois não prevê o futuro, ela apenas aponta tendências. Segundo, você diz que não existem evidências científicas da influência dos astros sobre a vida das pessoas, e você está certíssimo, os astros servem apenas como os ponteiros de um grande relógio, mostrando qual tipo de “energia” incide sobre a Terra naquele momento. Infelizmente alguns picaretas tentam enganar as pessoas mais cretes utilizando-se da CIÊNCIA da astrologia vendendo seus horóscopos que não valem nada. Não acredite em minhas palavras, estude astrologia hermética e comprove(ou não) o que eu estou dizendo.

    • Marcelo Ribeiro:

      Se astrologia fosse CIÊNCIA teria revistas tipo “peer review” que evidenciassem seus benefícios. Seria aceita pelo resto da comunidade científica. Pergunte a qualquer astrônomo publicado em uma revista científica se astrologia é ciência e terá uma resposta clara: NÃO É, baseado em nenhum critério aceitável por qualquer cientista do mundo. Pode chamar de crença, doutrina, misticismo… só não pode chamar de ciência.

    • Leonardo da Costa:

      Então você diz que astrologia não é ciência? Vamos análizar sua afirmação. Para ser considerado ciência qualquer saber deve preencher dois critérios: 1° Previsibilidade: passível de ser comprovada por observadores de outras disciplinas científicas. 2° Consistência: interna e externa, ou seja, no âmbito da filosofia das ciências. A astrologia atende a esses dois critérios, portanto eu reafirmo as trológia é SIM uma ciência.

  • Matianelus:

    A ciência existe no mundo da lógica. Contudo a ciência admite que nem tudo obedece à lógica e isso é comprovado quando a ciência se aventura no estranho mundo da física quântica.
    O preconceito de alguns cientistas quanto às artes divinatórias parte do princípio de que as artes divinatórias não se ajustam à lógica. Mas por acaso o estranho mundo da física quântica se ajusta à lógica? O fato é que as artes divinatórias nunca terão respaldo lógico exatamente pelo fato de pertencer ao mundo quântico. Vendo por esse ângulo é possível concluir que existe sim algo de palpável e acreditável nas artes divinatórias! E qual cientista negaria que o mundo quântico é sobrenatural?

    • Marcelo Ribeiro:

      A física quântica é perfeitamente lógica dentro desta ordem da ciência, assim como a física newtoniada e a relativística. Ela e contra-intuitiva para os padrões que conhecidos da física até o início do século 20, mas não ilógica.

  • Georges Le Brun Vielmond:

    Em toda minha vida, jà bem longa, no início foi na guerra com Clausewitz na academia militar que me deparei com o planejamento. A primeira coisa que aprendi foi que planejamento só da certo no papel e a segunda que o retrovisor é sempre mais claro que o parabrisa ! Assim mesmo continuo planejando …… e ainda estou vivo, salvei minha pele e a pele dos quais era responsável. A receita, bastante complicada, mas resumida, é a seguinte. Basicamente o “Schwerpunkt” -ponto principal- é o OBJETIVO que deve ser coerente com os padrões de desempenho,os recursos, as variáveis endô- e exôgeneas. Nessas últimas reside o futuro que engloba, o que sei , o que pode logicamente ocorrer e o FUTURO IMPREVISÍVEL. Todos esses elementos apresentam margens (mais ou menos elásticas) para se adaptar, em particular, ao FUTURO desconhecido…….sem esquecer o ditado que reza que nascemos com duas bolsas : a SORTE e a COMPETÊNCIA sendo aconselhável se valer da primeira com bastante parcimônia ! ….e na arte divinatória onde fica ?
    na primeira bolsa, quem sabe ?

  • Jonatas:

    A futurologia é uma ciência fantástica, uma das que creio que terão interesse ascendente nos próximos tempos, junto com as neurociências, genética, astronomia e nanociências.
    Mas geralmente se levanta a seguinte questão: ela pode influenciar o próprio futuro que estuda.
    Da Vinci imaginou uma máquina voadora que usa hélices, teria ele influenciado a invenção do helicóptero? E também a ficção científica – tenho quase certeza que uma nave nos moldes da Enterprise será construída quando houver tecnologia para tal.
    Mas isso remete a outra: entra a lógica de que o Futuro é constantemente construído no Presente – isso é o que faz um futurólogo, ele estuda o presente, e até o passado, para ver a direção lógica do que se poderá ver no Futuro. E além da razão de ser uma ciência legítima contra uma arte mitológica e ilógica que nunca passou pelo crivo da ciência, mas também por pura metodologia, não ha a menor razão em se comparar essa ciência com as artes divinatórias, nem em dizer que ela é tão incerta quanto essas, na verdade é completamente diferente.

    • Marcelo Ribeiro:

      “Arte divinatória” foi o termo politicamente correto que o querido Mustafá usa para o que eu chamaria de “vidência”, que eu considero puro charlatanismo. Mas eu sou tosco e grosseiro.

    • Geleiras:

      “Arte divinatória” conciste em crer que algo divino está predizendo o futuro.
      Taroh, Bugios e outros não dizem o futuro mas sim apresentam sugestões para refletir sobre questões PRESENTES.
      São coisas completamente diferentes.
      Além do mais, Adivinhação não precisa ser arte divinatória.
      por favor não confunda os termos.

  • Marcel Angelo Timón Frias:

    Os livros do Nei Naiff são bons, apesar de no primeiro ele usar o argumento de autoridade, nos livros posteriores ele começa a citar suas fontes e bibliografias. É interessante o levantamento e as questões que ele aplica. Para quem se interessa por história cultural vale a pena dar uuma pesquisada.

  • Marcel Angelo Timón Frias:

    Vale lembrar que o tarot é oracular não divinatório.
    Qual a diferença? O divinatório prevê o futuro o oracular utiliza-se de determinada linguagem para o consulente(no caso do tarot) poder refletir sobre determinado aspecto antes de tomar uma decisão. Exemplo, o oráculo de Delfos e o Heródoto sintetiza bem que quero dizer.
    “Se você o fizer, destruirá um grande império.” A resposta do oraculo neste caso funcionou como um conselho.
    O tarot foi feito na época (início da época moderna ou fim da baixa idade médio) como também utilizado para métodos ditáticos.
    Ou seja, representa de certo modo simbolos e conceitos da época referida e que passaram a ser utilizados como forma de concelho.
    Qualquer tarólogo copetente sabe que o tarot não é mágico, não possue capacidade de se ler o futuro mas sim oracular e funciona por si apenas. Ele não é dependente de outros elementos para se poder ler as cartas, apenas conhecer o significado e o conttexto dos simbolos presentes que faziam parte do ´contexto cultural da época.

    • Jonatas:

      Não muda muita coisa, apenas troca de arte de adivinhação para filosofia interpretativa, portanto permanece no mesmo patamar de cultura, e não de ciência, o que não muda a conclusão da reportagem.

    • MRoxy:

      De fato a interpretação quase sempre predomina nas análises astrológicas. Contudo o que não pode ser interpretado é o padrão energético que atua em determinado momento na vida de uma pessoa, o que predispõe esta a vivenciar experiências específicas. O que é essa energia, pouco se sabe, e há muito mais conjecturas do que confirmações. E se ainda não compreendemos por completo as leis que regem a vida, não significa que aquilo que não consiguimos explicar deva ser ignorado em função de ser fiel a um método científico. E quando me refiro à possibilidade dessa astrologia tornar-se ciência não refiro ao subjetismo das interpretações, mas ao que torna possível ela funcionar. E a melhor maneira de tirar dúvidas é estudar o assunto sem preconceitos. Sugiro que aprendam a fazer um mapa para verem se realmente os padrões energéticos que se podem inferir através de um mapa condizem com a realidade do sujeito. O resto é argumento de autoridade.

    • Jonatas:

      Já recebi um mapa astral, e nada nele se comprovou nem perto do direito de ser plausível, assim como os testes e pesquisas já feitos com grandes amostras de pessoas que conprovaram a ineficácia do modelo astrologico, por isso, minha posição cética não se vale de preconceito, mas de evidências.
      Padrões energéticos estão aquém do ramo da astrologia, pertence a outras áreas que também em patamares diferentes da ciência, ainda que eu os considere válidos de serem mais entendidos, através da meditação e outras artes milenares, mesmo como budista sou ciente de que carecem de probabilidade física.
      A astrologia, por seu próprio principio, já se elimina logicamente- estrelas sao objetos cuja posição não tem ligação energética conosco, exceto o Sol, e nem mesmo constelações são objetos reais, são apenas ilusões e suas estrelas não possuem qualquer ligação real, nem mesmo proximidade.
      Motivos para não estudar o que você sugere estudar:
      A astronomia e a física apresentam fatos e evidencias que derrubam a astrologia, é mais que o suficiente.

    • MRoxy:

      Receber um mapa não significa fazer um mapa com um verdadeiro astrólogo. O problema é que a massa confunde uma verdadeira astrologia com mapas oferecidos na internet, ou horóscopos de jornais e revistas, ou com deduções amadoras. Os astrólogos sérios de fato comprovam empiricamente suas observações. Mas quantos astrólogos sérios podemos conhecer? Certamente a astrologia merece o descrédito que recebe de seus opositores, pois faltam verdadeiros pesquisadores na área, o que iria além do trabalho de interpretações, ou de previsões. E o bom senso me diz que não é possível crer que nosso sistema solar nada tenha a ver com o surgimento e a qualidade da vida na terra. Quanto às estrelas distantes, é assunto para muita especulação. Com relação às pesquisas, a física quântica concorda que o objeto pesquisado recebe interferências do observador. Dessa forma, podemos encontrar o que esperamos encontrar. E isso é válido para todos. Sendo assim, o que de fato seria a realidade? Não tenho dúvidas de que só poderemos falar sobre o que sabemos.

    • Jonatas:

      Uma coisa nada tem a ver com a outra.
      Surgimento da Vida é químico-físico, não mágico. Aí sim, a Física quântica está envolvida, a gravidade da Lua, da Terra, do Sol, de Júpiter, a nucleossíntese estelar que a bilhões de anos produziu os átomos do Carbono – o que isso teria a ver com destino, escolha ou personalidade que são princípios altamente do indivíduo? absolutamente Nada. Querer usar a Física Quântica para dar algum valor a astrologia é mais que uma apelação, é totalmente sem nexo.
      Meu mapa astral foi feito por um estudioso da área, e ele acreditou mais em seu mapa do que em mim, fazer o que – seu mapa saberia mais sobre mim do que eu mesmo… Mas isso foi uma experiência pessoal, alguém deve ter visto algo bem diferente pra levar tanta fé nisso – mas tem pessoas que se matam achando que alienígenas os levaram pra casa, então posso esperar de tudo das pessoas – acreditar no absurdo é uma pratica tão antiga quanto a humanidade.

    • agfn:

      Tarot, Runas, I ching, dentre outros são “instrumentos”, processos ou artes oraculares. Não é necessário vê-los como ciência. É como dizer que uma obra romântica é ciência. A ciência estaria nos estudos a nível de Psicologia, Linguística, Antropologia, sociologia, parapsicologia, estatístico, etc que se poderia realizar em cima deste tema!

  • MRoxy:

    A astrologia novamente torna-se tema de debate em meios científicos e, como sempre, sai em desvantagem. O que justifica esta derrota? Eu diria que a culpa é antes de tudo dos próprios astrólogos, que pouco se preocupam em realizar pesquisas sérias, afim de validar este conhecimento.E em segundo lugar, as mentalidades ditas científicas que de fato pouco sabem sobre o que estão combatendo. O que realmente é astrologia? Sendo breve, eu próprio a divido em dois setores: aquele que trabalha com previsões ou advinhações e que pode pode ser classificada como arte divinatória, e o outro setor, aquele trata da leitura de mapas astrais com o objetivo de obter auto-conhecimento e avaliar o que chamo de qualidade do tempo pessoal dentro da linha do tempo. Ao meu ver este segundo setor é passível de se tornar uma ciência, devido às infinidades de evidencias que comprovam seus resultados (não digo predições). Já a predição do futuro deixa margens a desconfiança, por abrir espaço para a arbitrariedade, para afirmação de um pseudo poder, por permitir um jogo de probalidades. Mas certamente há muito mais coisas a serem ditas dobre o assunto, o que nos convida à pesquisa séria e isenta de preconceitos.E quando falamos em ciência, a qual ciência estamos nos referindo, à ciência clássica newtoniana ou à ciência contemporânea?

    • Jonatas:

      A astrologia já passou por experiências, ao que me lembro não se mostrou válida em nenhuma delas. Portanto, peço que diga a que evidências se refere, desconheço qualquer evidência de que essa arte funcione.

    • Marcelo Ribeiro:

      A astrologia existe há mais tempo que a física e continua sendo, na melhor das hipóteses; misticismo, na pior; pseudociência.

    • Geleiras:

      Marcelo Ribeiro / 22.01.2013

      A astrologia existe há mais tempo que a física e continua sendo, na melhor das hipóteses; misticismo, na pior; pseudociência.

      dentre desse seu argumento eu posso dizer que as religiões babilônicas são pseudo ciências.
      é bom tomar cuidado com anacronismo
      e mesmo assim, muito da astrologia ajudou a desenvolver a nossa atual astronomia.
      as vezes não é bom subestimar o conhecimento de outros povos no tempo e nas culturas, afinal eles também pensam como nós.

  • Joao Carlos Agostini:

    Olá
    Concordo integralmente com os seus artigos. Não há adivinhação e nem método para tal. Mas existe intuição e percepção que podem, não são ciências, prever ou antecipar prováveis fatos futuros de uma pessoa. Não é mágica, é apenas a capacidade do cérebro funcionar inconscientemente, realizando cálculos que brotam na nossa consciência (intuição, insight) e empatia, que nos permite perceber locais e pessoas mesmo sem conhecê-las (percepção). Isso é fato, estudado a fundo, entre outros, por Jung.
    Outro ponto diz respeito não a arte divinatória do tarô, somos sim capazes de selecionar cartas (símbolos) que dizem a nosso respeito, leitura psicológica. Uma pessoa perceptiva e intuitiva capaz de lidar com os símbolos e consciente do mundo que se vive, pode sim ser capaz de levantar o seu estado psicológico e te ajudar pelo tarô. O problema é transformar isso, que são tendências psicológicas da pessoas e não futuro, em leitura futorologística e prever relacionamentos, viagens, morte, fortuna etc. Algumas “adivinhações” são até possíveis: se vc esta deprimido, por exemplo, não vai conseguir emagrecer, não irá encontrar trabalho e nem ter uma boa relação com quem quer que seja. Mas muitas vezes a pessoa não se percebe deprimida (pois não estaria em um estado patológico) e um tarô honesto pode mostrar isso. Em outras palavras, nas relações entre seres humanos é sim possível algum grau de percepção e intuição sobre as tendências daquela pessoa. Mas não é adivinhação e nem futurologia.

  • Lucyano Valdez:

    Eu sou muito, mas muito cético mesmo. Entretanto, falando a respeito do Tarô, há algo estranho naquilo que aqui estão chamando de “arte divinatória”. Primeiro, cartas não mostram o futuro, como acreditam os que não acreditam, mas te dão ORIENTAÇÃO para aquilo que buscam conhecer e esclarecer. O Tarô é assim: Basta encontrar quem bate, falar o menos possível de você, para não influenciar o jogo, se é que podemos chamar assim, para ver o que acontece. Algo muito estranho, muito estranho. Há algo de metafísico naquilo ainda não explicado pela Ciência. Pra mim, no fundo, no fundo, as respostas estão dentro de nós e nós as conhecemos. Tais cartas apenas trazem para fora essas verdades. Só isso. Mas dizer que prevêem o futuro, isso é balela de quem fala do que não conhece.

  • Shilik@:

    Você perguntou “Existe ciência na arte divinatória?”, respondo: NÃO.

    • Marcelo Ribeiro:

      Que bom que o Mustafá explica.

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