‘Espaguete galáctico’ é movido a campos magnéticos

Por , em 22.08.2008

Cientistas descobriram as forças que mantém unida uma estranha rede, com 100 milhões de anos, de filamentos de gás que se estendem em uma gigantesca galáxia elíptica.

Os filamentos eram uma incógnita, pois deveriam se dissolver sob a pressão do gás ainda mais quente que o rodeia. Novas imagens do Hubble Space Telescope mostraram linha individuais de gás grudadas com os filamentos, o que permitiu que os pesquisadores estimassem os campos magnéticos necessários para manter todo o conjunto unido.

“Quando você vê um pedaço de corda de uma certa distância ela parece um objeto único, mas quando você chega mais perto enxerga uma série de fios”, disse Andrew Fabian, um astrofísico da Universidade de Cambrige, no Reino Unido, que coordenou o estudo detalhado na edição desta semana da revista científica Nature.

Imagens anteriores da galáxia NGC 1275 mal mostraram os próprios filamentos, mas as últimas fotos do Hubble estão com resolução dez vezes maior. Fios individuais aparecem se estender por 20 mil anos-luz (um ano-luz é a distância viajada pela luz em um ano, ou cerca de 10 trilhões de quilômetros). Os cientistas afirmaram que puderam calcular a magnitude do campo magnético “e tudo confere”, segundo Andrew.

macarrão galáctico
Uma combinação de imagens que mostra a galáxia no padrão de cober vermelho, verde a azul. Os filamentos são visíveis saindo do centro da galáxia.

Os filamentos podem representar o efeito mais visível do buraco negro central da galáxia nos gases ao redor. Os jatos de alta energia do buraco negro aqueceram o gás a mais de 21oC milhões o que produz as bolhas brilhantes que flutuam para fora do centro galáctico.

As bolhas espremem o gás mais frio e formam os filamentos de rastro. Alguns filamentos se estendem em linhas radiais para fora do centro da galáxia, enquanto outros parecem ter forma de ferradura.

O gás frio nos filamentos poderia normalmente se condensar e começar o processo de formação de estrelas, mas os filamentos dos campos magnéticos empurram contra a pressão gravitacional evitando a gênese estrelar. [LiveScience, NewScience]

Na imagem abaixo é possível ver as bolhas vermelhas de gás aquecido que deixaram os filamentos em seu rastro.

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3 comentários

  • Edemilson Lima:

    @Everton

    As montagens feitas em 3D ou representações artísticas de algo são facilmente distinguíveis das imagens reais. O que acontece muitas vezes é a coloração artificial de uma imagem, pois as imagens originais são obtidas em faixas do espectro que o olho humano não consegue ver, como é o caso, por exemplo, do satélite Chambra, que capta imagens na frequência dos Raios-X e do satélite Spitzer que capta na faixa do infravermelho. Essa coloração artificial porém não é feita de qualquer maneira. Ela é montada, por exemplo, para refletir diferentes temperaturas ou diferentes elementos químicos presentes no objeto fotografado. Já as fotos do Hubble são em sua maioria tiradas na faixa do espectro que os nossos olhos conseguem ver, portanto são mais semelhantes ao objeto como nós o veríamos.

  • Marcos:

    Também já me decepcionei com alguns cientistas que diziam fazer tudo pelo bem da ciência quando na verdade estavam usando pelo lado político da coisa usando a ciência como uma máscara.

  • Éverton Inocêncio:

    Antes essas fotos da NASA me enchiam os olhos, achava muito louco mesmo.
    Mas de um tempo pra cá já não olho como antes, pois umas delas são montagens.

    É a vida né…

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