Funai captura imagens raras de tribo isolada na Amazônia
A Floresta Amazônica, com seus mais de 5,5 milhões de quilômetros quadrados de selva exuberante, é um dos lugares mais selvagens que restam no planeta. E essa riqueza de biodiversidade, ainda envolta em muito mistério sob o dossel da floresta, contém uma das formas de vida mais fascinantes de todas – índios que vivem livres dos nossos limitados conceitos de “civilização”.
Recentemente, o sertanista Jair Candor, funcionário da Fundação Nacional do Índio (Funai), capturou estas imagens extremamente raras de uma tribo isolada atravessando a selva na bacia do Rio Amazonas. O grupo, totalizando nove pessoas, foi identificado como membros da tribo Kawahira – uma comunidade nômade que tradicionalmente evita contato com o mundo exterior.
Eles foram avistados no momento em que caminhavam de uma aldeia para a outra. Os homens fazem parte do grupo dos guerreiros, ao julgar pelos objetos que levavam com eles. As mulheres carregavam o que haviam recolhido da floresta, além dos filhos. No vídeo, uma índia aparece com duas crianças. Congelando a imagem é possível ver a cabeça e o braço da menor. A outra está pendurada nas costas. É ela que nota a presença do funcionário da Funai e dá o alarme. Este foi o momento de maior tensão no contato. Um dos guerreiros volta para ver o que tinha acontecido. Ele fica escondido atrás da folhagem e observa os intrusos. Quando se certifica de que não há perigo, desaparece com todo o grupo no meio da floresta.
Este encontro ocorreu em uma grande área de floresta reservada para os indígenas, localizada a cerca de 150 quilômetros da cidade mais próxima. A reserva faz oficialmente parte do município de Colniza, no Mato Grosso, na fronteira com o Amazonas, e ocupa uma área duas vezes e meia maior do que a cidade de São Paulo. A lei proíbe que qualquer pessoa adentre as terras dos Kawahira, com exceção dos monitores da Funai, que justamente ajudam os índios a garantir que o seu direito à autodeterminação não está sendo violado por pessoas de fora.
Até conseguir filmar os Kawahiva, os sertanistas só tinham indícios da existência deles. Durante duas décadas, fizeram dezenas de expedições na região, encontraram vários acampamentos provisórios na mata e localizaram muitos objetos produzidos pelos índios. Os Kawahiva não praticam a agricultura e são nômades. Quando a caça some, mudam de acampamento – por isso precisam de um território grande.
Infelizmente, no entanto, o isolamento dos índios parece estar ameaçado. Funcionários da Funai têm encontrado pedaços de lixo, como garrafas de plástico, na reserva – prova de que os males da “civilização” estão começando a chegar em uma das regiões habitadas por alguns dos humanos mais isoladas do planeta. [Tree Hugger]
2 comentários
Hoje em dia o homem já tomou conta de tudo… É difícil acreditar que uma tribo tenha conseguido permanecer isolada por tanto tempo, apesar dos indícios da cidade, como as garrafas plásticas. Mas espero que essa tribo continue assim, sem contado com a civilização. Por isso é muito importante a preservação da floresta. Assim preservamos os povos nativos, que pouco a pouco, sobrevivem ao predador chamado “homem civilizado”.
Esses sim, precisam ser protegidos pelo estado, mas os aculturados NÃO! Os aculturados que estão invadindo propriedades alheias precisam cair no sarrafo!