Galáxia monstruosa possui o maior núcleo já visto, grande demais até para ela

Por , em 29.10.2012

Usando dados do telescópio Hubble, cientistas da NASA descobriram uma galáxia 10 vezes maior que a Via Láctea que possui o maior núcleo já visto (inclusive, três vezes maior do que o esperado para uma galáxia de tal tamanho).

A galáxia elíptica A2261-BCG tem 1 milhão de anos-luz de largura e fica a 3 bilhões de anos-luz da Terra.

Seu núcleo estranhamente inchado tem cerca de 10.000 anos-luz, o que é três vezes maior do que os centros de outras galáxias extremamente luminosas de mesmo tamanho.

Os astrônomos especulam que esse núcleo inesperadamente enorme tenha sido resultado da fusão de dois buracos negros.

Porém, esse grande núcleo é também estranhamente difuso: não tem um pico de luz concentrado em torno de um buraco negro central óbvio. Na verdade, os cientistas não conseguiram encontrar seu buraco negro, o que é muito intrigante, já que acredita-se que buracos negros supermassivos se escondem no centro da maioria, se não de todas, as galáxias.

“A expectativa de encontrar um buraco negro em cada galáxia é como a expectativa de encontrar um caroço dentro de um pêssego”, explica o coautor do estudo Tod Lauer, do Observatório de Astronomia Óptica Nacional, em Tucson, Arizona (EUA).
“Com esta observação do Hubble, nós cortamos o pêssego e não podemos encontrar o caroço. Nós não sabemos com certeza que o buraco negro não existe, mas o Hubble mostra que não há concentração de estrelas no núcleo”.

A fusão e o desaparecimento

Os astrônomos sugerem que uma fusão de buraco negro, envolvendo objetos que contêm vários bilhões de vezes a massa do nosso sol, pode ter inchado o núcleo dessa galáxia.

Há dois cenários possíveis para essa situação. Em um deles, a fusão gravitacionalmente agitou e espalhou as estrelas, deixando o núcleo difuso. Os buracos negros perderam dinamismo e “caíram” um no outro, formando um buraco negro supermassivo que reside no coração da A2261-BCG.

No outro cenário, a fusão dos buracos negros criaram ondas gravitacionais, que são ondulações no espaço-tempo. Essas ondas radiaram mais fortemente em uma direção, “chutando” o buraco negro resultante da fusão para fora da galáxia.

“O buraco negro é a âncora para as estrelas”, afirmou Lauer. “Se você tirá-lo de lá, de repente, você tem muito menos massa. As estrelas não são mantidas juntas e se movem para fora, ampliando o núcleo ainda mais”.

A galáxia, portanto, pode ser o resultado de vários infortúnios que a deixou com um núcleo gigante e difuso e talvez sem um buraco negro. O próximo passo da pesquisa é procurar por provas de buraco negro ativo em A2261-BCG, se ele existir.

Como fazer isso? Se houver um buraco negro na galáxia, os astrônomos esperam que o material caindo nele gere ondas de rádio. Para detectá-las, eles estão sondando a galáxia com o radiotelescópio Very Large Array (VLA), no Novo México (EUA).[LiveScience, ScienceDaily, Redorbit]

7 comentários

  • Glauco Ramalho:

    Libera aí censor!

  • Andre Luis:

    Esta deve ser apenas mais uma anomalia de muitas que existem nas galáxias, que com o tempo serão compreendidas por completo.

  • Rone100theone:

    1 milhão de anos luz de tamanho. É algo quase alem da nossa capacidade de imaginar! Quantos mihões de planetas parecidos senão iguais á Terra existem ou existiram! Será que uma explosão aleátória ou seja lá como chamem ” criaria” algo tão espetacular como está Galaxia? Será que termos a capacidade de observala significa ao mesmo tempo que nunca viajaremos para lá? Talvez na correria do dia á dia não pensemos nisso com frequencia. Mas se pararmos para meditar é algo maravilhoso. Apenas nós seres humanos não conseguiremos chegar nem á 10 ou 20 anos luz nas estrelas mais proximas com seus planetas. Quanto mais á 3 bilhões de anos luz de distancia! Como está esta galaxia hoje? Maior, menor? Quão bom é imaginar isto!

  • Comissario Da Morte:

    Passei pelo Site

  • Glauco Ramalho:

    Toda essa explicação confusa de buracos negros caindo sobre si mesmos é muito mais complicada do que assumir a presença de descargas elétricas intensas entre estrelas e núcleos galácticos. Navalha de Occam neles!

  • Flaubert José Silva:

    cada dia que entro neste site, fico surpreso com as descobertas astronomicas.

  • Jonatas:

    Sem dúvida uma formação tão espetacular quanto misteriosa. 🙂

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