A prova de que todo mundo gosta de ser enganado

Por , em 12.01.2015

“Me engana que eu gosto!”. É isso que a gente diz ao nosso cérebro todas as vezes que ficamos encarando uma imagem de ilusão de ótica.

Eu não sei você, mas eu mesma não tenho o hábito de resistir. Toda santa vez que vejo uma imagem que era para estar parada, mas diante dos meus olhos fica se mexendo, perco alguns segundos tentando imaginar como aquilo foi feito, ou como é possível.

Se você não é do meu time, tudo bem. Tenho ao meu lado as crianças do Reino Unido, que acabaram de escolher um livro de ilusões de ótica para ser o vencedor do prêmio da Sociedade Real para Livros de Ciência (Royal Society Young People’s Book Prize for Science).

Escrito por Clive Gifford, o livro chamado “Eye Benders: The Science of Seeing and Believing” (“A ciência de ver e acreditar”, em tradução livre), não só tem uma coletânea de excelentes imagens que proporcionam ilusão de ótica, como também explica como o cérebro vê cores, tamanhos, formas e até mesmo movimentos que na verdade não existem.

A combinação de padrões e cores de uma ilusão de ótica, como você pode ver nas imagens deste artigo, são estrategicamente posicionadas para enganar o seu cérebro de diferentes formas.

Os quadrados azuis enganam o seu cérebro a ver linhas vermelhas convergentes. Na verdade, todas as linhas são paralelas

Os quadrados azuis enganam o seu cérebro a ver linhas vermelhas convergentes. Na verdade, todas as linhas são paralelas

Mas afinal, como funciona uma ilusão de ótica?

Verdade seja dita: nós ainda temos que aprender muito sobre como o nosso cérebro funciona. Já sabemos que ele tem alguns poderes impressionantes, mas estamos muito longe de saber de tudo o que ele é capaz de fazer. Clive Gifford aponta algumas teorias que podem explicar como esse órgão absolutamente complexo se deixa enganar.

Cada círculo laranja é do mesmo tamanho, mas os círculos azuis enganam a parte do seu cérebro que mede a perspectiva e escala

Cada círculo laranja é do mesmo tamanho, mas os círculos azuis enganam a parte do seu cérebro que mede a perspectiva e escala

Algumas das mais antigas ilusões de ótica usam cores e formas simples para enganar o nosso senso de escala e perspectiva. Vemos círculos de tamanho igual que parecem diferentes, linhas paralelas que parecem convergir, e escadarias que nunca terminam. Outras, como a do elefante de oito patas, que confundem nossa tendência de ver padrões e preencher as lacunas visuais.

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Mas, de todas essas, as ilusões que parecem se mover são, na minha modesta opinião, as mais interessantes.

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“Nosso cérebro está continuamente examinando novamente as coisas que ele vê”, explica Gifford, mais ou menos como uma câmera digital de focagem automática que continuamente ajusta a lente. Implantados corretamente, contrastes de cores e formas sequenciais podem enganar esse processo de “digitalização”, fazendo com que as imagens ganhem vida.[wired]

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