Conheça Ava, uma mulher que viveu há 3.700 anos e teve o rosto reconstruído digitalmente

Por , em 10.08.2016

Um grupo de arqueólogos e artistas forenses da Escócia reconstruíram o rosto de uma jovem mulher que morreu há 3.700 anos, na Idade do Bronze. Batizada de Ava, uma abreviação de Achavanich, o nome do local onde seus ossos foram encontrados, a mulher provavelmente é da Cultura do Vaso Campaniforme. Esse povo viveu na Europa neste período e é conhecido por seus trabalhos no metal e estilo único de cerâmica.

Os ossos de Ava foram descobertos em 1987, quando cientistas encontraram seu crânio e vários outros fragmentos de ossos em um buraco cavado em uma rocha. A ossada estava acompanhada por outros artefatos e por um pequeno vaso de bronze. Maya Hoole, líder do projeto, aponta que esse cenário não é muito comum, já que aquele povo costumava enterrar seus mortos no solo, e não em rochas. Em seguida, eles marcavam o locam com uma pilha de pedras.

“Teria consumido muito tempo e esforço para cavar este buraco. Se Ava morreu repentinamente, me pergunto se teria havido tempo para fazer a cova. No entanto, se eles sabiam que ela ia morrer, a cova já poderia estar preparada”. Agora nos resta saber por que ela era considerada uma pessoa tão importante para aquela comunidade.

Reconstrução do rosto

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A reconstrução do rosto de Ava foi feita por Hew Morrison. Para fazer isso, ele precisou calcular as dimensões de sua mandíbula – que não foi encontrada junto com os outros ossos. Com base no tamanho dos dentes de Ava, Morrison conseguiu recriar o tamanho de seus lábios e calcular a profundidade de outros tecidos faciais.

O desgaste natural dos dentes mostra que ela tinha entre 18 e 22 anos quando morreu, apesar da causa da morte ainda não ser conhecida. Um fato interessante sobre as pessoas da Cultura do Vaso Campaniforme é que eles tinham uma leve braquicefalia, ou arredondamento do crânio causado pela união prematura dos ossos do crânio.

Ava, porém, tinha um crânio distintamente quadrado. “Se você olhar para o formato do crânio dela comparado com os outros do mesmo período, o topo e a parte de trás são achatados, sendo que a parte de trás tem formato quadrado”, diz Hoole. É possível que seus ossos tenham sido deliberadamente manipulados por aqueles que a enterraram.

Os pesquisadores não sabem por que o grupo teria interesse em alterar o formato do crânio de Ava, mas Hoole explica que na época havia muitos hábitos diferentes em prática tanto durante a vida quanto depois da morte.

Com base no comprimento de sua tíbia, os pesquisadores estimaram a altura de Ava em 1,67m, não muito diferente da altura de uma mulher moderna. [IFLScience]

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