Estudo descobre quantas pessoas foram mortas por fake news do Covid-19

Por , em 13.08.2020infodemia fake news covid

Uma praga está se espalhando entre as pessoas pelo mundo e que está fazendo muitas vítimas e não é o Covid-19, é uma infodemia de fake news.

Uma “infodemia”, como foi chamada pelos cientistas, são boatos, fake news e teorias conspiratórias; uma enxurrada de informações que está literalmente matando pessoas que compartilham péssimos conselhos e mentiras entre amigos, familiares ou estranhos.

Infodemias podem ser sobre qualquer assunto, mas desta vez é sobre o coronavírus que acaba agravando os perigos da pandemia de Covid-19.

Como foi rastreada a Infodemia de fake news sobre o Covid-19

Na pesquisa recente, cientistas de doenças infecciosas pelo mundo todo colaboraram para varrer sites de notícias e mídias sociais atentos para as desinformações sobre o coronavírus na internet.

Diagnóstico da infodemia

Foram identificados 2,3 mil fake news, boatos, teorias conspiratórias e estigma sobre o Covid-19 em 87 países e 25 idiomas distintos.

Nenhuma informação reportada tinha qualquer utilidade, mesmo que essa fosse a proposta, e muitas podiam causar prejuízo. Algumas delas poderiam levar a morte, danos desnecessários em grande escala.

“Por exemplo, um mito popular de que o consumo de álcool altamente concentrado poderia desinfetar o corpo e matar o vírus estava circulando em diferentes partes do mundo”, afirmaram os autores.

Quantas pessoas os cientistas conseguiram descobrir que morreram pela infodemia

“Após essa desinformação, cerca de 800 pessoas morreram, enquanto 5876 foram hospitalizadas e 60 desenvolveram cegueira completa após beber metanol como uma cura para o coronavírus”, que ocorreu principalmente no Irã. Notícias falsas semelhantes mataram 30 na Turquia, dois no Catar e 12 na Índia (5 eram crianças).

Naturalmente nem todos os casos de desinformação que acabam em danos chegam a virar notícia, portanto os números muito possivelmente são maiores.

Outras “dicas” que podem matar ou causar hospitalização

As “dicas” perigosas para matar o coronavírus encontradas pelos pesquisadores também incluíam beber urina, água sanitária, ingerir esterco de vaga, borrifar cloro em todo o corpo, beber solução de prata, beber álcool feito com sementes tóxicas…

Mesmo as mentiras aparentemente inócuas podem causar dano no meio da torrente de desinformação quando estão nas mãos erradas.

“Uma igreja na Coreia do Sul, onde um borrifador foi usado para borrifar água salgada entre os participantes da igreja, resultou em mais de cem infecções entre os participantes por causa da borrifação de água contaminada”, afirma a pesquisa.

Algumas das fake news sobre o Covid-19 propagadas pela infodemia

A infodemia também faz afirmações falaciosas sobre como ocorre a transmissão, a origens do coronavírus e mentiras raciais sobre seu surgimento como:

Os próprios cientistas indicaram as limitações da pesquisa já que não foi possível rastrear as fake news sobre o Covid-19 encontradas na internet ou determinar quantas pessoas acreditavam nestas mentiras.

Mas o maior problema é que estas mentiras circulavam sem impedimentos em mídia social e sites por todo mundo, com fácil acessibilidade a todos, um problema que deve ser diretamente enfrentado.

“A desinformação alimentada por rumores, estigma e teorias da conspiração pode ter implicações potencialmente sérias no indivíduo e na comunidade se priorizada em vez de diretrizes baseadas em evidências”, afirmam os cientistas.

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