Isolamento social pode deter a gripe suína (e não medicamentos)

Por , em 6.05.2009

Uma simulação de uma epidemia mostrou que intervenções contra a gripe devem ser feitas rapidamente, para ter alguma eficácia – pesquisadores mostraram, em um artigo na BMC Public Health, que ficar em casa, fechar escolas e isolar pessoas infectadas em suas casas reduz a velocidade da transmissão da doença, mas apenas se essas medidas forem tomadas em conjunto e mantidas por um período relativamente longo.

Um grupo de pesquisadores da University of Western Austrália simulou o efeito do isolamento social durante período de transmissão do vírus da gripe em uma cidade pequena – no caso, uma cidade de 30 mil habitantes (Albany, Austrália).

O resultado, segundo o professor George Milne, líder do grupo, mostra que o isolamento pode ser fundamental para evitar epidemias de gripe, e que todas as medidas devem ser tomadas em conjunto: “Por mais que essas medidas extremas dificilmente sejam ordenadas, pelo grande impacto na liberdade das pessoas, elas têm um papel fundamental em atrasar uma epidemia mais grave de gripe – ao menos até o momento em que vacinas possam ser desenvolvidas, e essas medidas sejam relaxadas”.

As medidas, entretanto, devem ser empregadas o mais cedo possível, após os primeiros indivíduos na populacao apresentarem os sintomas. O estudo mostrou que, no caso de uma pandemia do nível da gripe espanhola de 1918, essas medidas devem ser tomadas em no máximo duas semanas após o primeiro caso, para evitar um desenvolvimento ainda maior da epidemia. Atrasos em 2, 3 ou 4 semanas resultaram em aumentos no contágio em 7%, 21% e 45%, respectivamente.

Milne conclui: “Medidas de isolamento social são importantes por representar o único tipo de intervenção possível nas primeiras fases de uma pandemia. Elas devem ser prontamente realizadas e imaginadas como uma primeira linha da defesa em países em desenvolvimento, e mesmo em desenvolvidos”. [Scientific Blogging, Imagem]

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