Tarefas diárias: quebra-cabeça, boliche, canto podem deter progressão da demência
Segundo um novo estudo alemão, participar de duas horas de atividades variadas por dia, incluindo quebra-cabeças, jardinagem, boliche e canto pode deter a progressão da demência em pelo menos um ano.
As pessoas que mantêm a capacidade de fazer essas tarefas diárias se dão melhor do que as pessoas que simplesmente tomam remédios antidemência.
Os pesquisadores acreditam que a abordagem pode ajudar a transformar o tratamento de idosos com demência leve a moderada que vivem em lares.
Eles chegaram a essas conclusões depois de estudar os efeitos de um programa especialmente concebido para ser testado em pessoas com diferentes níveis de demência em cinco lares da Baviera.
Participantes de cada lar foram aleatoriamente divididos em dois grupos, cada um com 10 pessoas.
No primeiro grupo, os moradores continuaram com seu tratamento normal, que incluía tomar remédios antidemência e participar de atividades normais do lar.
No segundo grupo, os moradores mantiveram a ingestão de drogas e atividades normais, mas também participaram de duas horas de sessões de terapia em grupo, seis dias por semana.
Eles começaram cantando uma canção ou hino, e falando sobre sentimentos como felicidade, o que os pesquisadores denominaram o elemento “espiritual” da terapia.
Então, mudaram para atividades físicas leves, como boliche e exercícios de equilíbrio. Quebra-cabeças de grupo e individuais, palavras cruzadas e exercícios com lápis e papel seguiram. Por fim, eles realizaram tarefas diárias como preparar lanches e jardinagem.
Conforme a demência progride, a capacidade de uma pessoa de pensar e fazer tarefas piora. Mas os pesquisadores descobriram que, em média, a capacidade cognitiva e funcional das pessoas nas sessões de grupo não piorou durante o projeto de 12 meses.
Em comparação, as habilidades de pensamento deterioraram naqueles que não estavam designados para as sessões, assim como sua capacidade de realizar tarefas cotidianas.
Segundo os pesquisadores, as sessões de terapia foram pelo menos tão boas para melhorar a função cognitiva quanto às drogas antidemência, chamadas de inibidores da colinesterase, que incluem Aricept e Exelon.
Também, o efeito da terapia sobre a capacidade dos pacientes de realizar tarefas da vida diária foi o dobro do alcançado por meio de medicação.
Segundo os cientistas, esse método pode estender a qualidade e participação de vida para pessoas com demência em um ambiente de lar de idosos. Eles querem estender o programa para ver se ele pode deter a progressão da demência por mais de um ano.
O ideal é que os resultados desse estudo sejam replicados em pesquisas de grande escala, porque as descobertas podem melhorar muito a vida de pessoas com demência.[Telegraph]