Bolha de ar de 9cm é encontrada no cérebro de paciente, deixando médicos chocados

Por , em 14.03.2018

Um homem de 84 anos na Irlanda chocou médicos quando chegou ao hospital parecendo ter um derrame, mas imagens de seu cérebro revelaram que um grande pedaço dele estava faltando.

Em vez de tecido cerebral, os médicos encontraram uma bolha de ar de 9 centímetros onde a maior parte de seu lobo frontal direito deveria estar.

O curioso caso foi relatado na revista científica BMJ Case Reports.

O enigma

O espaço vazio foi particularmente espantoso porque o homem estava com suas faculdades mentais absolutamente normais e sem nenhuma aflição incomum para sua idade.

O paciente foi ao seu médico regular reclamando de quedas repetidas e de sentir-se instável nos últimos meses.

Quando acrescentou fraqueza no braço e perna esquerdos à lista de queixas, o doutor aconselhou-o a fazer exames, temendo um possível derrame.

No relatório do caso, os médicos observaram que, apesar da tontura e da fraqueza, o homem não estava confuso e nem apresentava distúrbios visuais ou de fala. Pelo contrário, vivia bem e de forma independente, realizando atividades físicas da vida diária normalmente.

Exames

Os exames de sangue do paciente voltaram normais. Os médicos não desistiram, no entanto.

Foi quando decidiram realizar dois exames cerebrais – tomografia computadorizada e ressonância magnética – que finalmente descobriram a grande bolha de ar pressurizado em seu cérebro, chamada de pneumatocele.

De acordo com Finlay Brown, o médico que analisou as imagens do cérebro do homem, o caso é chocante porque, normalmente, esses bolsos de ar são vistos em uma escala menor em pessoas que passaram por cirurgia cerebral. O paciente nunca havia feito uma.

Depois de estudar o episódio, os cientistas chegaram à conclusão de que a fonte provável do problema era um tumor ósseo benigno no seio nasal do homem, que corroeu uma pequena passagem por seu crânio.

Com base no pequeno número de casos similares relatados, os médicos especulam que o tumor criou uma pequena abertura que empurrou ar para o cérebro, como uma “válvula unidirecional”.

Consequências

A “bolha de ar” pode ter progredido ao longo de meses ou anos. Conforme o paciente cheirava algo, espirrava ou tossia, provavelmente empurrava pequenas quantidades de ar para dentro de sua cabeça.

Os médicos também notaram que bolsos de ar cerebrais como este, em casos raros, podem causar pequenos derrames, o que explicaria o evento que o homem sofreu e a fraqueza no lado esquerdo de seu corpo.

Enquanto o paciente poderia optar por uma cirurgia para liberar o ar e remover o tumor ósseo, decidiu não fazer qualquer intervenção, dados os riscos envolvidos.

Em um acompanhamento realizado pelos especialistas 12 semanas depois do incidente, o homem estava bem e sua fraqueza no lado esquerdo havia desaparecido.

Os médicos enfatizaram que esse caso ilustra a importância da realização de exames como a tomografia e a ressonância em avaliações iniciais de sintomas neurológicos, mesmo quando estes parecem rotineiros. [ArsTechnica]

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