“Milagre”: mulher sobrevive a parada cardíaca de seis horas

Por , em 8.12.2019

No que foi considerado um caso quase milagroso até mesmo pelos médicos, uma paciente britânica sobreviveu a uma parada cardíaca de seis horas, se recuperando totalmente em seguida.

Curiosamente, o motivo da parada foi também o da sua salvação: hipotermia.

O incidente

Audrey Schoeman, de 34 anos, estava fazendo uma trilha com seu marido Rohan no lado espanhol da cordilheira dos Pireneus.

A mulher passou mal e desmaiou por conta do frio, de forma que Rohan ligou para a emergência.

“Eu pensei que ela estava morta. Eu tentei sentir seu pulso, não conseguia sentir sua respiração, seus batimentos cardíacos”, contou à emissora TV3.

Audrey, então, foi levada ao Hospital Vall d’Hebron, em Barcelona.

Temperatura corporal baixa

Quando chegou ao Vall d’Hebron, a temperatura corporal de Audrey era de 18 graus Celsius, o que é muito abaixo da temperatura corporal normal de 36,5 a 37,5 graus Celsius.

A equipe do hospital teve que usar uma máquina de oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO, na sigla em inglês) para mantê-la viva. A ECMO substitui a função do coração e dos pulmões, bombeando sangue e oxigênio pelo corpo.

De acordo com o Dr. Jordi Riera, um dos médicos que tratou Audrey, seu caso é muito raro. Enquanto a maioria dos pacientes sofre algum tipo de dano cerebral após cinco minutos de parada cardíaca, a britânica se recuperou completamente justamente por conta da sua baixíssima temperatura corporal.

O frio extremo não somente parou seu coração, como também diminuiu o metabolismo de seu cérebro, permitindo que ele lidasse melhor com a falta de oxigênio.

Inclusive, para ganhar tempo para operar pacientes de traumas graves, médicos estão baixando a temperatura corporal de pessoas de propósito.

“Milagre”

Depois de seis horas na máquina, a temperatura de Audrey voltou ao normal e seu coração recomeçou a bater.

Enquanto a paciente sofreu uma leve perda de sensibilidade nas mãos, os médicos creem que ela deve se recuperar 100%.

“Como cientista, não gosto dessa palavra, mas é como um milagre”, concluiu Riera. [CNN]

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