Mulheres que comem bastante peixe têm risco reduzido de derrame

Por , em 6.04.2011

Inúmeras pesquisas já mostram os também inúmeros benefícios de se comer peixe. Ainda assim, o consumo de peixe em muitos países é baixo. Se o consumo de peixe aumentasse pelo mundo a fora, mais um benefício para a população poderia ser adicionado à lista: uma nova pesquisa descobriu que mulheres que comem mais do que três porções de peixe por semana têm menos probabilidade de sofrer um derrame.

Especificamente, o estudo descobriu que as amantes de peixe tinham 16% menos probabilidade de sofrer um derrame durante um período de 10 anos em relação às que comiam peixe menos de uma vez por semana.

Os pesquisadores também afirmam que o melhor peixe para se comer são os ricos em ácidos graxos ômega-3, abundantes nos peixes gordos como o salmão, cavala e atum. Ainda assim, qualquer peixe é melhor do que nenhum peixe.

Especialistas já recomendam uma dieta de peixe para reduzir o risco de problemas cardiovasculares. O estudo atual apóia essas recomendações. Os ácidos graxos são provavelmente o que fundamenta os benefícios do peixe. No que diz respeito ao risco de derrame, os ácidos gordos podem reduzir a pressão arterial e a concentração de gordura no sangue.

O estudo atual acompanhou 34.670 mulheres entre 49 e 83 anos. Nenhuma possuía doenças cardiovasculares ou câncer no início do estudo, em 1997. Durante 10 anos, 1.680 das mulheres (4%) tiveram um derrame.

O derrame mais comum no estudo – 78% dos casos – foi o causado pelo entupimento de uma artéria que fornece sangue ao cérebro, também conhecido como “infarto cerebral” ou “AVC isquêmico”. Outros tipos foram devido a sangramento no cérebro, ou causas não especificadas.

As mulheres que comeram mais do que três porções de peixe por semana tiveram um risco 16% mais baixo de derrame do que as mulheres que comeram menos de uma porção por semana. Segundo os pesquisadores, não é um efeito pequeno.

Além disso, os pesquisadores perguntaram as mulheres sobre suas dietas apenas uma vez, através de um questionário, o que pode ter causado erros que subestimam a ligação entre a dieta de peixe e o risco para derrame. Assim, a redução do risco real pode ser maior.

Curiosamente, as mulheres pareceram se beneficiar mais de comer peixes magros, sendo que outras pesquisas mostram peixe gordo é melhor para a saúde. Mas isso pode ser devido ao fato de que a maioria dos peixes gordos, como arenque e salmão, é comido com sal na Suécia, onde a pesquisa foi realizada. A alta ingestão de sal aumenta a pressão arterial e, portanto, pode aumentar o risco de derrame. Assim, o efeito protetor dos ácidos graxos em peixes gordurosos pode ter sido atenuado por causa do sal.

Na verdade, quando se trata de peixe, nem todos têm as mesmas vantagens. Os pesquisadores observam, por exemplo, que a pesquisa não mostrou nenhum benefício cardiovascular ao comer hambúrgueres de peixe de fast foods, ou peixes industrializados fritos.

Além disso, mulheres em idade fértil devem evitar certos tipos de peixes com níveis relativamente elevados de poluentes, tais como tubarão e peixe-espada. Mas a lista de peixes a evitar é muito pequena.

Os pesquisadores especulam que certos nutrientes nos peixes, tais como ácidos graxos e a vitamina D, podem explicar seus aparentes benefícios. O estudo sueco não pode provar a causa e o efeito entre elevado consumo de peixe e redução do risco de AVC, no entanto. Por exemplo, o consumo de peixe pode ser um sinal de um estilo de vida saudável, ou algum outro mecanismo não descoberto pode ser a causa do benefício.

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