NASA anuncia novidades sobre Mercúrio

Por , em 10.10.2011

Se juntássemos toda a cinza vulcânica presente na superfície de Mercúrio, seria suficiente para cobrir uma área duas vezes maior do que o estado de Goiás com uma camada de mais de 6.000 metros. Esse é apenas uma das novas revelações que pesquisadores da agência americana NASA fizeram, no último dia 30, sobre o primeiro planeta do sistema solar.

As descobertas, em sua maioria, são mérito direto da sonda Messenger, de 446 milhões de dólares. É um artefato que está no espaço desde 2004, entrou na órbita de Mercúrio em março desse ano, e forneceu informações para sete relatórios sobre o planeta recentemente.

A faceta vulcânica de Mercúrio foi um dos pontos de maior destaque das novas pesquisas. Conforme apurou a sonda, através de imagens em alta definição, crateras de quase 2 quilômetros de profundidade foram cobertas de lava até a boca. Ao longo da história do planeta, que tem aproximadamente 4 bilhões de anos, houve a formação dessas “planícies” vulcânicas. Juntas, elas perfazem 6% da superfície de Mercúrio, o equivale a cerca de metade do território brasileiro, em área.

Apesar de o planeta já ter uma idade considerável, os cientistas defendem que tais erupções foram relativamente rápidas. Eles afirmam não poder precisar se tais erupções aconteceram em questão de dias ou alguns poucos anos, mas garantem que certamente não foi um processo de milhões de anos.

Um mapeamento de Mercúrio mostra que o planeta é coberto de crateras. Um exame mais aprofundado, feito pela NASA, observa que algumas dessas crateras são relativamente “frescas”, o que indica atividade vulcânica recente. Ainda não se havia observado, por exemplo, que grande parte da superfície é coberta de enxofre, proveniente das erupções.

Esse conjunto de condições, combinado com a radiação solar, faz com que haja materiais voláteis em constante movimentação na superfície do planeta. O significado disso é simples: Mercúrio não está estático, e os levantamentos posteriores devem mostrar dados ainda desconhecidos.

Além do enxofre, Mercúrio tem altas doses de potássio, tório e urânio. A radiação solar, que explica muito sobre certas características, colabora em outra revelação. Aparentemente, o planeta emite ondas constantes de raios gama, o que abre portas para novas teorias de como Mercúrio se originou. Há a ideia de que o planeta tem mais em comum com Vênus, Terra e Marte do que se imaginava.

Outra novidade, que tem estimulado debates, é sobre a temperatura. Conforme o novo levantamento da NASA, Mercúrio não é tão quente quanto os astrônomos acreditam. Primeiro, porque uma temperatura muito alta iria carbonizar todos esses elementos voláteis que circulam na atmosfera. Além disso, está ganhando força entre os cientistas a ideia de que Mercúrio está, na verdade, esfriando ao longo do tempo.

A sonda Messenger também investigou outro campo inexplorado sobre Mercúrio. Mais precisamente, o campo magnético. A base desse campo, como já se imaginava, é igual à da Terra: parte de eletricidade conduzindo fluidos por dentro de um núcleo metálico. No caso da Terra, é esse campo magnético que mantém o limite da atmosfera na distância em que está, e Mercúrio também tem essa vantagem. Mas o planeta, obviamente, não reúne várias outras condições para que haja vida. [Space]

19 comentários

  • Luiz:

    qual descoberta de outro planeta que influenciou algo aqui na terra?
    digam pra mim pelo menos uma?

    • Fagner:

      A descoberta de que existiu água em Marte, provando que a terra poderá perder sua capacidade de manter a vida como conhecemos.
      Sem falar nos avanços tecnológicos que a corrida espacial trouxe ao ser humano.
      Sua futilidade é tão grande que você nem percebe que só está digitando essa mensagem inútil por causa desse avanço.

    • Ramon De Souza Vieira:

      E daí se não influenciou? As descobertas são feitas pra quem se interessa não pra quem critica.

  • Roberto:

    Condições planetárias importantes para abrigar a vida são raríssimas no Universo, mesmo com toda mineralogia disponível. Por isso, tantas décadas de observações e tantos instrumentos tão sofisticados e nada se encontrou. Nem um filhotinho de ET fora de festas have ou de seitas, sites, blogs, livros e filmes de ficção. Mas tem quem jure que já viu. O que se pode fazer?

    • Gustavo:

      Na verdade são muito mais comuns do que se pareçe!

  • Antonio carlos:

    Não vão contar ao mundo sobre o asteroide,que estava na orbita de mercurio.
    E que agora ele esta vindo em rota de colizão com a terra ?

    • VAISEFERRAR:

      Isso porque o assunto era sobre Mercúrio e não o Asteróide que a possibilidade cair na terra e de 1 para 909 mil e isso pode mudar conforme os cálculos forem sendo feitos. E o que adiante se preocupar com isso? O bicho caindo na Terra vai evaporar todo mundo. Não tem pra onde correr mesmo.

  • Antonio carlos:

    porque não falaram nada ate agora,sobre o asteroide,que estava na orbita de mercurio.
    e que agora ele esta vindo em rota de colisão com a terra?

  • Brejonild:

    è msm ele tem uma cauda mas a terra também tem só que bem mais fraquinha por que fica mais longe do sol 🙂

  • Glauco:

    Engraçado eles não terem falado a respeito da cauda de sódio que encontraram em Mercúrio…

    • Gaudino:

      CaUda?

    • ratatouli:

      cauda de sódio deve ser pra pratos salgados né rs

    • Felipe:

      Sério, eu já estou ficando nervoso com os ignorantes que apenas negativam os comentários do Glauco. Procurem na internet, isso é real.

    • Tiago Moah Weimer:

      É que o Gaudino tá pensnado em Zoologia, onde “Cauda refere-se á extensão posterior da coluna vertebral de muitos vertebrados, situada em posição dorsal em relação ao ânus.”
      Também conhecido como rabo!!!
      Gaudino, o Glauco tá falando da cauda de Sódio, e não a de pêlos…

    • Glauco:

      O mais interessante: a nossa Lua possui a mesma cauda de Sódio, mesmo estando tão distante do Sol.

      A solução para esse mistério é que na verdade essas caudas não é de material “saindo” do planeta, mas sim “entrando” nele. A Lua, Mercúrio, e qualquer outro corpo celeste, está descarregando o Capacitor Solar e, durante essa descarga, o material que houver em maior quantidade no ambiente ao seu redor será sugado para o seu núcleo. Ou seja, esses corpos estão crescendo de tamanho, e não diminuindo. O mesmo acontece com cometas, que também estão descarregando o Capacitor Solar: a diferença é que, devido à suas órbitas alongadas, eles descarregam o Capacitor Solar com muito mais intensidade e por isso possuem caudas mais pronunciadas.

    • drew:

      o que é capacitor solar?

    • Glauco:

      O Capacitor Solar é produto do Vento Solar. Este, por sua vez, acumula uma grande quantidade de partículas eletricamente carregadas que se espalham pelo Sistema Solar e se acumulam nas bordas do mesmo (bem além de Plutão), onde retornam numa Corrente de Retorno Elétrica até o Sol realimentando o Sistema todo. A Terra passa por essa corrente nos meses de Fevereiro e Agosto, meses de Tufões e Furacões.

      Esse processo mantém o Sistema Solar dentro de um “jarro” elétrico e, quando um objeto “percorre o conteúdo” desse jarro, por possuirem sempre um potencial elétrico infinitamente inferior a esse conteúdo, descarregam-no criando caudas e alguns outros efeitos elétricos. Nos cometas é mais visível por suas órbitas prolongadas, mas em planetas (e algumas vezes asteróides), é menos perceptível e geralmente só os vemos com equipamentos especiais. Isso vcs podem ver em jmccsci.com.

      Esses efeitos elétricos diversos foi visto pelas imagens da semana passada da SOHO, quando um cometa com provavelmente um quarto do tamanho da Lua veio de um ângulo do Sul em direção ao Sol, causando um curto-circuito na atmosfera Solar e duas CMEs simultâneas, que duraram mais de oito horas. Geralmente isso dura no máximo alguns minutos. Provavelmente esse cometa deu uma boa orbitada no Sol antes de cair nele. Essas imagens vcs podem ver no Movie Theater de sohodata.nascom.nasa.gov nos períodos de 30/09 até 02/10 desse ano em C2 e C3. O Prof. McCanney cobriu os estranhos acontecimentos desse período, entre eles o desligamento do acesso às imagens que sempre estão disponíveis para o público durante esse período. As imagens são incriveis. Acontece centenas de vezes, mas a NASA insiste em afirmar que é só “coincidência”…

    • Mister ‘N’:

      Glauco essa tua imagem em da medo, pq nao troca? 🙂

    • Glauco:

      Pq eu não sei onde o Hypescience encontrou ela =P

Deixe seu comentário!