A empresa Proterra criou um novo ônibus elétrico que pode dirigir 415 quilômetros em uma única carga. Isso é mais longe do que a maioria dos carros elétricos existentes hoje pode ir, e também mais longe do que uma rota diária de ônibus urbano nos EUA.
Ryan Popple, que já trabalhou na Tesla, é o dono da Proterra. Seu objetivo é substituir as centenas de milhares de ônibus a diesel no país, muito mais poluidores por liberarem constantemente carbono, fuligem e agentes cancerígenos, como o arsênico.
Outro benefício é o custo. Como o ônibus elétrico da Proterra poupa combustível, é mais barato ao longo de uma vida de utilização do que as alternativas, incluindo ônibus híbridos ou a gás natural.
Uma opção muito melhor
No Brasil, a legislação ainda não viabiliza a existência de carros elétricos. Nos EUA, a tecnologia é mais voltada a carros esportivos, obviamente mais caros que os populares.
O desejo de Popple é aplicar essa tecnologia limpa no transporte mais acessível do país, os ônibus, ao invés de ser apenas um item de luxo. Ele está convencido de que todos os ônibus acabarão por correr em eletricidade, e a questão é quão breve isso pode acontecer.
Para a indústria do petróleo, é um grande negócio encorajar as pessoas a comprar carros. Do ponto de vista do meio-ambiente e do bolso da maioria da população que não é dona de uma indústria multibilionária, no entanto, é um terrível investimento.
“Você está exposto aos preços do petróleo, você tem custos de seguros. O que devemos fazer é colocar na rua transporte de massa livre de carbono, e ajudar as pessoas a voltar a trabalhar por centavos de dólares por dia, ao contrário de dólares”, argumenta Popple.
Vantagens estruturais
O ônibus da Proterra foi feito a partir do zero. Como modelos elétricos são fundamentalmente diferentes do que os que funcionam a gasolina ou diesel, velhas fórmulas não fazem sentido. O motor não é mais a parte mais pesada do veículo, e não é preciso se preocupar com exaustão ou um tanque de líquido inflamável.
Algumas partes do novo design foram otimizadas para energia elétrica, além de terem outras vantagens. O ônibus é feito de fibra de carbono, material ultraleve, de modo que o sistema de bateria não tem de ser tão grande. Como não é feito de metal, não enferruja e dura mais tempo na estrada. O peso é distribuído de forma mais uniforme do que em um ônibus regular, por isso a aceleração também é melhor.
É ainda mais fácil de fabricar. “A longo prazo, nós temos uma enorme vantagem sobre os fabricantes de ônibus de aço”, explica Popple. “Eles estão construindo ônibus como se fosse uma casa, com um esqueleto no qual adicionam coisas. Na nossa fábrica, construímos um corpo compósito, como se fosse uma fuselagem de aeronave”.
Testes bem-sucedidos
Um modelo anterior do ônibus, projetado para aeroportos e outras rotas curtas, rodava 50 quilômetros em uma carga. Uma bateria especial podia recarregá-lo em apenas 10 minutos.
A nova versão utiliza a mesma tecnologia que carros como o Tesla para armazenamento de longo alcance.
No teste mais recente, a empresa esperava que o ônibus rodasse 320 quilômetros, mas o veículo foi 80 quilômetros mais longe.
Em condições reais, com climas diferentes, carregado com passageiros e em estradas irregulares, provavelmente não irá tão longe. Mas o ônibus só precisa percorrer aproximadamente 200 km em uma carga para cobrir uma rota de ônibus média. Durante a noite, pode ser recarregado.
No futuro
No momento, Popple está conversando com diversas agências de trânsito dos EUA. Os primeiros ônibus da Proterra serão vendidos ano que vem para a Foothill Transit, empresa com rotas no sul da Califórnia.
Cinco ou seis anos mais tarde, no momento em que as baterias precisarem ser substituídas, Popple espera que tenham uma gama ainda maior, alcançando 160 quilômetros a mais, no mínimo. [Engadget]