O maior elogio que um físico pode receber é ser chamado de estranho; veja o motivo

Por , em 23.11.2016

Se você falar para um físico que ele é esquisito, a melhor resposta dele deveria ser: “muito obrigado”. O jornalista e editor de ciência George Musser diz que essa é a essência deste campo de estudo, sendo que este pode ser o mais esquisito entre todos os das ciências naturais.

“O trabalho de um físico é ir além da nossa experiência cotidiana, pensar ‘e se?’ para explicar o mundo e provar essas hipóteses ao relacionar o que é considerado estranho e a realidade, até que um dia coisas invisíveis como átomos sejam aceitas”, diz ele. Afinal de contas, o primeiro pesquisador que sugeriu a existência de átomos deve ter sido chamado de maluco por outros pesquisadores da época.

A física é divertida porque é estranha, e a esquisitice dela é essencial. “A esquisitice é, de certa forma, um teste da teoria”, argumenta ele.

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A teoria, porém, não pode ser esquisita só por este objetivo. As ideias propostas pelos físicos têm que ter conexão com o que observamos no mundo, e é isso que torna o campo tão desafiador. Os pesquisadores podem ser criativos mas também têm que ser rigorosos para aprender a verdade sobre como as partículas subatômicas funcionam, por exemplo.

Uma das ideias mais estranhas que fascinam a humanidade em geral são os poderes psíquicos, como a telepatia e telecinésia. Mas as conexões entre partículas e objetos diferentes no universo não apoiam essas ideias. Mais do que isso, elas não são compatíveis com o universo espacial que habitamos. Musser lembra que somos seres espaciais que habitam um espaço. Nosso corpo tem volume e precisamos do espaço para existir.

O editor dá um exemplo: qual torcedor não gostaria de fazer o seu time favorito vencer o campeonato apenas com o poder da mente? Mas se isso fosse possível, seria possível para mais pessoas e mais times, fazendo com que a competição deixasse de ser esportiva para ser mental, com o poder da mente dos torcedores. Haveria vários cérebros lutando entre si para ter um controle momentâneo. A manipulação mental da física traria consequências desastrosas, defende ele.

Mussers acaba de publicar um novo livro, chamado Spooky action at a distance: the phenomemon that reimagines space and time, and what it means for black holes, the Big Bang and theories of everything. A obra ainda não conta com tradução para o português. [Big Think]

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