O que aconteceria se erradicássemos todas as doenças infecciosas?
Você talvez já tenha ouvido que a raça humana parou de evoluir, e que a civilização está deixando a nossa raça mais fraca, por que os indivíduos que seriam eliminados pela seleção natural continuam vivos e passam adiante seu DNA.
Já sabemos que a evolução continua agindo na raça humana. Mas, e sobre o enfraquecimento da raça? Será que as vacinas e remédios que temos estão deixando nossa espécie mais fraca, ou degenerando?
Você já pensou em um mundo sem doenças infecciosas? Nenhum vírus ou bactéria que matasse pessoas, fossem jovens ou velhos, e que todo mundo gozasse de boa saúde, no que tange a este aspecto da nossa vida? Nem HIV, nem gripe suína, nem HPV, nem tuberculose, nem nenhuma destas doenças que tem ceifado vidas desde sempre.
Segundo o epidemiologista matemático de Universidade Princeton (EUA), Nim Arinaminpathy, a eliminação de todas as doenças infecciosas talvez não fosse uma coisa completamente positiva, mas também não seria o fim do Homo sapiens.
O professor de microbiologia e imunologia da Universidade de Columbia (EUA), Vincent Racaniello, afirma que durante milhões de anos as doenças têm eliminado os membros mais fracos, mas no ocidente, pelo menos, o ser humano já é um tipo de animal “artificial“, já que existem muitas maneiras de interferir quando alguém fica doente. Caso contrário, veríamos as pessoas morrerem, enquanto a seleção natural favoreceria quem tivesse um sistema imune mais robusto. Só que a imunidade natural não é uma coisa essencial, segundo ele.
Não só isto: muitas doenças poderiam ser erradicadas sem que houvesse perda de robustez evolucionária. Por exemplo, não há nenhuma indicação que a influenza tenha algum papel na evolução humana, por que as pessoas que falecem de influenza geralmente são velhas, e para uma doença ter impacto evolucionário, ela tem que ceifar a vida dos mais geneticamente ‘fracos’ antes que eles tenham a chance de passar seu DNA adiante.
Por outro lado, a malária atinge os mais jovens, matando crianças com sistemas imunes fracos, mas esta sobrevivência do mais apto não é desejável – existem lugares na África onde a malária é tão séria que há crianças que estão quase que constantemente doentes, saindo de uma infecção para outra, em um ciclo contínuo. São crianças que não conseguem estudar ou mesmo aprender, e não conseguem ter uma vida produtiva. Erradicar a malária aumentaria os níveis de educação nos países onde ela é endêmica, e a produtividade das pessoas. O mesmo pode ser dito da AIDS.
Em outras palavras, as doenças resultam em pobreza. E mesmo que a erradicação de doenças como malária, tuberculose, AIDS e outras pragas tropicais implique em um aumento de população em áreas onde as taxas de natalidade já são altas e há crises de alimentação, estes problemas serão bem mais fáceis de lidar em uma sociedade sem doenças.
Mas ainda existe uma questão em aberto. Será que as viroses e outras doenças não ajudaram de alguma forma o crescimento e desenvolvimento do nosso metabolismo, ou mesmo nossos órgãos? Os cientistas não têm certeza sobre isso.
Recentemente, descobrimos que a consequência do uso dos antibióticos é que quando você se livra das bactérias boas nos intestinos, começa a desenvolver doenças autoimunes, como alergias. E ainda não estamos tão avançados na compreensão das viroses. “O que as viroses fazem por nós?”, questiona Racianello.
Mesmo assim, podemos sobreviver com alergias, e com algumas viroses benignas que pegam carona em nossos corpos e podem estar servindo a um outro papel, que não entendemos direito ainda. Será que um mundo em que os bebês estão permanentemente imunes contra a gripe, resfriado, HPV e tudo o mais será realmente melhor?
Como sempre, devemos ter cuidado com o que desejamos. Livrar o mundo das doenças pode ser uma coisa boa na maior parte dos aspectos, “mas existem perguntas interessantes que surgem quando você começa a arranhar a superfície das doenças”, conclui Arinaminpathy. [MSNBC, Foto]
10 comentários
Isso parece um episódio de Star Trek(série clássica)aonde a Enterprise chega a um planeta em que todas as doenças tinha sido erradicadas.Eles tinham uma super-população que estava exaurindo os recursos naturais e deciram trazer os tripulantes da nave para conseguir entrar em contato com doenças novas.
É fácil falar mal da ciência. Até o fim do século XIX, a cada 2 crianças nascidas, apenas uma atingia a maioridade, ou seja, metade morria. O ser humano tinha expectativa de vida de 50 anos. Uma pneumonia fraquinha, ou um simples corte que desse uma infecção, seria fatal.
O senhor mesmo, se vivesse naquela época, não chegaria à sua atual idade, nem teria a saúde e lucidez de nos brindar com seus bons comentários.
o problema é que os virus evoluem para sobreviver em nossos organismos.
e agente não desenvolve essa proteção naturalmente …
teriamos que criar um antidoto mais forte com efeitos colaterais piores
no futuro, morreremos de 3 maneiras: 1° pela idade avançada (velhice)pois ninguém vira pedra, 2° pela maldade do homem: (assassinato) e 3° por acidentes: de transito, de avião, de metrô, de trabalho, e descuido, acidentes em geral etc.
e por acaso existe outra maneira de morrer alem dessas 3 ?
seremos ciborgues, não defecaremos mais, e nem urinamos mais.
nossa energia já vai vim, suficiente para vida toda, ai não precisaremos nós alimentos e nem bebe água.
os imperados,os reis, os homens rico de antigamente viviam mais; pois tinha melhor alimentação e proteção.
“a civilização está deixando a nossa raça mais fraca, por que os indivíduos que seriam eliminados pela seleção natural continuam vivos e passam adiante seu DNA.”
eu nunca tinha pensado por esse lado
mais essa era a ideologia de hitler
o pensamento dele ia alem, a nessecidade de espaço que ele tinha era para povo dele “superior” se propagar
hoje agente sabe que os arianos não são superiores biologicamente em nada se comparado a um negro africano
Mas é preciso lembrar que um ser humano não é só um conjunto de informações de DNA.O que seria da ciência sem um gênio com Stephen Hawking que aparentemente é um homem fisicamente incapaz?Estaríamos vivendo em mundo como no filme GATACA.
Concordo plenamente que conosco salvando vidas, estamos atrasando nossa própria evolução.
Claro que não é uma coisa muito correta dentro da moral de um ser humano com um pouco de piedade que isto ocorra, porém é muito bem compreensível.
Se deixássemos que a Seleção Natural administrasse o controle populacional, isto traria sempre seres humanos mais resistentes às doenças, já que aqueles que sobreviveram por maior proteção estão procriando. Assim como qualquer animal consegue se adaptar em lugares frios, quentes, com neve (coloração branca), no escuro total (ficam cegas), etc.
Isto é se adaptar, evoluir. Maaaas, com certeza devemos salvar nossos seres em comum, e claro, desenvolver antídoto para todas as doenças.